Na noite desta terça-feira (01.04), o eterno camisa 10 da Gávea participou de um bate-papo ao vivo com seus fãs. O Galinho respondeu às perguntas enviadas por seus admiradores pelo Twitter, com transmissão online por video, no perfil do Flamengo na rede social. Zico falou sobre a carreira no Rubro-Negro, o cenário atual do futebol, as homenagens que recebeu em seu aniversário, no início de março, e até sobre as recentes manifestações de racismo nos gramados.


Antes de começar a conversa, foram apresentados ao Galinho os números da ação #ParabensZico, feita em parceria com o Twitter, a assessoria do Zico, a Flowics e a Revista Placar. Foram 470 mil menções para a campanha, de fãs que receberam, como retorno, fotos autografadas e com dedicatória nominal do maior ídolo rubro-negro. O assunto foi o mais comentado no Brasil por mais de 24h, terceiro mais comentado no Twitter japonês e o quinto colocado nos Trending Topics na Turquia por seis horas. O país de maior sucesso da campanha foi o Brasil, enquanto o segundo, surpreendentemente, foi a Dinamarca. Depois, vieram Turquia, EUA, Espanha e Japão.

O Flamengo fez uma promoção para premiar o usuário que mais tuitou com a tag #ParabensZico. Leandro Ribeiro, de Manaus, venceu com 31 mil tuites e ganhou o direito de encontrar o Zico antes da entrevista. Ele não pôde comparecer, mas ganhou uma camisa personalizada, autografada pelo ídolo, ao vivo, no Twitter. Roberta, Wesley Artur, Danillo e Allice foram os outros vencedores, em segundo, terceiro, quarto e quinto lugares, que também ganharam os Mantos autografados. Outras promoções do #ParabensZico foi para premiar o autor do tuíte mais retuitado: Wellyson Raul Marins, que ganhou ingresso para o jogo contra o León no Maracanã.

Perguntado sobre a importância da Nação de fora do Rio, o Galinho lembrou a grandeza da torcida rubro-negra por todos os cantos do país. "As pessoas que ficam no Rio não sabem a dimensão do Flamengo pelo Brasil. A torcida do Flamengo é nacional, mundial. É o primeiro time de torcedores de Manaus, de Brasília. Quando levamos jogadores para lá, estamos valorizando o pessoal que torce para o Flamengo nesses lugares˜, valorizou.

Durante a conversa, falou da emoção de estar ao lado de grandes ídolos do passado do Mais Querido, na homenagem feita aos ex-jogadores do Rubro-Negro aniversariantes de maró, no dia 1 deste mês, no Maracanã, antes da partida entre Flamengo e Nova Iguaçu, pelo Campeonato Carioca. "Foi bacana estar do lado desses caras. Lembro bem do meu pai falar sobre o Esquerdinha. É muito importante este trabalho do clube", elogiou, para depois falar sobre o tributo a ele, feito pela Imperatriz Leopoldinense, no Carnaval de 2014. Entre as lembranças, a primeira camisa que vestiu antes de ser atleta do Mais Querido. "O primeiro carro da escola, do América, foi em homenagem ao clube que foi o primeiro cuja camisa eu e todos os meus irmãos vestimos. Meu primeiro time do coração é o Flamengo. O Velho Antunes não deixaria brecha pra ninguém", brincou.

Racismo e lembranças da época de jogador

Um dos momentos mais marcantes da história do Flamengo foi o gol de cabeça de Rondinelli, em 1978. "Eu estava indo bater o escanteio e o Tchê, fotógrafo uruguaio que fazia todos os churrascos das nossas festas de campeonato, me passou a bola e me falou 'Vai, bate rápido'. Bati, a bola chegou no Rondinelli e ele mandou de cabeça para o gol. Eu digo que me arrepio mais com esse gol dele do que com muitos gols meus", disse o eterno camisa 10.

O Galinho também falou o que pensa sobre as recentes manifestações racistas que vêm manchando o futebol. "Devem ser aplicadas punições severas. Punir o bolso é a melhor coisa. Sofri isso com meu time na Rússia, o CSKA. Estávamos jogando uma final e tinha um jogador no meu time do Níger. A torcida adversária começou a fazer gestos e sons para ele. No meio da partida, ele começou a discutir com a torcida e, no intervalo, ele veio me dizer que não tinha mais condições de jogar. Enviei uma carta ao (Michel) Platini (Presidente da UEFA) dizendo que esperava uma punição severa e ele respondeu dizendo que não poderia interferir, que era uma questão de foro íntimo. A punição na justiça foi de um valor muito baixo e ficou por isso mesmo. Não pode ser assim. Se doer no bolso do clube, eles vão doutrinar seus torcedores para não repetirem isso."

Zico também confessou quais foram seus grandes exemplos na carreira. "O Dida sempre foi meu grande ídolo. Era o 10 do Flamengo e o ídolo de toda minha família. Uma das primeiras palavras que eu falei, depois de 'pai' e 'mãe' foi Dida. Essa idolatria era tanta que quando o Dida foi para a Portuguesa eu ia aos jogos para assisti-lo. Depois, meus grandes exemplos são meus irmãos. Ficava atrás do gol aprendendo e acho que aprendi bem. Graças a eles, continuei no futebol", disse.

Um dos confrontos dos sonhos dos amantes do esporte bretão seria Flamengo de 81 contra o Barcelona de hoje em dia. Zico foi categórico sobre o resultado: "Fla de 81 contra o Barcelona seria 4 a 2 para o Flamengo. Messi e Neymar marcariam os deles, mas os 4 do Fla não seriam problema. Um é certo que eu faria." brincou.