Rodrigo Nunes de Sá viveu uma tarde infeliz no estádio do Maracanã neste domingo. Com a pressão de comandar o primeiro confronto da decisão estadual, o árbitro não conseguiu controlar os ânimos de vascaínos e flamenguistas, e teve que ouvir reclamações dos dois lados após o apito final. A insatisfação dos jogadores, aliás, também foi ‘comprada’ pelos cartolas, que, já nos vestiários, se esqueceram da falta de qualidade técnica do empate em 1 a 1, e atacaram a arbitragem.
O primeiro a se pronunciar foi o presidente do Flamengo. Eduardo Bandeira de Melo afirmou que não entendia a revolta do Vasco, que teve um jogador expulso. Para o mandatário, o atacante Everton Costa deveria receber o cartão vermelho antes mesmo do momento em que foi advertido. O cartola, aliás, também alfinetou a postura de outro vascaíno: o zagueiro Rodrigo, que reclamava com o árbitro em quase todos os lances polêmicos da partida.
“Não entendo em momento algum a pressão do Vasco da Gama. Ficou claro que no gol do Vasco teve falta no nosso goleiro. Vi o replay, tenho certeza absoluta. O jogador deles que foi expulso devia ter saído muito antes: recebeu o amarelo por simulação e, depois, puxou o Gabriel pela camisa e deveria ter recebido o vermelho. Depois, colocou a mão na bola. E, apenas na terceira, fez outra falta e recebeu. Me estranhou também a partida ser apitada pelo zagueiro do Vasco (refere-se a Rodrigo), e não pela arbitragem. Espero que na próxima semana seja apitada por um árbitro. Não dá para entender a pressão descabida do Vasco quando o Flamengo foi claramente prejudicado”, disse Eduardo Bandeira de Melo.
Ao ficar sabendo da reclamação do presidente flamenguista, Roberto Dinamite também se dirigiu à sala de imprensa e criticou a arbitragem. O cartola de São Januário mostrou uma visão totalmente diferente do rival, alegando que o grande prejudicado do confronto deste domingo foi o Vasco da Gama. O mandatário, aliás, aproveitou para jogar pressão sobre Marcelo de Lima Henrique, árbitro responsável por apitar o segundo confronto da decisão carioca.
“Vamos falar de arbitragem porque o outro lado está reclamando que foi prejudicado. Mais uma vez o Vasco foi prejudicado, como tinha sido anteriormente. Por ter vivido como jogador, tenho uma visão do que se deseja durante os 90 minutos. Eu acho que quem tem o direito de reclamar somos nós, que ainda estamos amargando resultados anteriores. Esperamos que, para o jogo de domingo, o juiz não possa sequer ser notado. O Vasco não quer ser ajudado, mas também não quer ser prejudicado. Lamento que o comportamento da arbitragem não foi igual. Eu quero igualdade no tratamento. Que o árbitro no domingo seja neutro e possa apitar um jogo da altura de Vasco e Flamengo”, defendeu o presidente do Vasco.