As eliminações de Flamengo e Botafogo, ainda na fase de grupos da Libertadores, podem ser desdobradas em uma série de falhas dos clubes não só dentro das quatro linhas. Diante deste panorama, o LANCE!Net analisou a caminhada dos times na competição sul-americana e encontrou cinco pontos em comum que tiveram fator determinante para o fraco desempenho de ambos, que terminaram a campanha com sete pontos cada um. Confira os pecados capitais da dupla carioca:
Maracanã não foi aliado
As torcidas de Flamengo e Botafogo fizeram o papel delas e foram em peso nas três partidas de cada time como mandantes na fase de grupos. O Rubro-Negro conseguiu uma média de 41.921 torcedores por jogo, com um total de 125.767 pagantes ao todo contra Emelec (EQU), Bolívar (BOL) e León (MEX). Pelo Alvinegro os números são próximos, com uma média de 30.816 e um total de 92.448 pagantes diante de San Lorenzo (ARG), Independiente Del Valle (EQU) e Unión Española (CHI). Contudo o aproveitamento do time de Jayme de Almeida foi de apenas 44,4% no Maraca, com uma vitória, um empate e uma derrota. O aproveitamento do time de General Severiano foi melhor, com 77,7%, com um empate e duas vitórias.
Botafoguense foram em peso ao Maracanã nesta Libertadores (Foto: Bruno de Lima/ LANCE!Press)
Treinadores
Promovido como treinador do Fla após o pedido de demissão de Mano Menezes, Jayme de Almeida, de 61 anos, só havia trabalhado de forma interina entre os profissionais. Porém, após o título da Copa do Brasil, teve o contrato renovado, no fim do ano passado, tendo lugar garantido à frente do time até 2015. Assim como o Rubro-Negro, o Botafogo decidiu apostar em Eduardo Hungaro, que era treinador do sub-20 e auxiliar de Oswaldo de Oliveira, após a saída do experiente treinador. Antes do Alvinegro, Hungaro levou o Sertanense, da 3ª divisão para a Segunda do futebol português, em 2009.
Jayme tem contrato com o Fla até 2015 (Foto: Bruno de Lima/LANCE!Press)
Reforços
O Flamengo teve uma grande perda no elenco nesta temporada, com a saída de Elias. Além disso, o imbróglio judicial prejudicou a inscrição de Luiz Antonio na Libertadores. Em contrapartida, o Fla trouxe sete reforços. Por sua vez, só três atuaram na Liberta. Everton e Alecsandro foram os que mais se destacaram. Já Elano, pouco ficava em campo e desfalcou o time em diversas oportunidades por conta de lesões. No Botafogo, 13 jogadores foram contratados, porém, perdeu a figura de Seedorf. Dos contratados, quatro não foram inscritos, caso do meia Zeballos e do zagueiro Mario Risso. Por outro lado, dos reforços inscritos apenas o goleiro Helton Leite não atuou. Jorge Wagner, Ferreyra e Wallyson foram os maiores destaques do alvinegro.
Wallyson foi o artilheiro do Botafogo na competição, com 4 gols (Foto: Bruno de Lima/LANCE!Press)
Planejamento
Desde o início do ano, o Flamengo deu indícios que priorizaria mais a Copa Libertadores, colocando apenas os reservas para jogar em algumas partidas do Campeonato Carioca, porém, aos poucos os titulares também entraram em ação, e com isso, o Fla conquistou a Taça Guanabara e está na decisão do Estadual contra o Vasco. Já o Botafogo deixou claro desde o início do campeonato regional que tinha olhos apenas para a Liberta. Sinal disto, é que o time de Eduardo Hungaro amargou a nona posição do Estadual - a pior campanha da história do clube na competição. Além disso, atrasos salariais atrapalharam a campanha do time de General.
O Flamengo foi o campeão da Taça Guanabara deste ano (Foto: Cleber Mendes/LANCE!Press)
Instabilidade emocional
Pelo lado rubro-negro, a primeira partida já dava sinais de que o lado emocional seria crucial. Aos 11 minutos do jogo contra o León, no México, Amaral foi expulso e o Flamengo acabou perdendo por 2 a 1. Contra o Bolívar, no Maracanã, duas falhas da zaga cederam o empate ao time boliviano. Contra o mesmo Bolívar, em La Paz, Samir fez pênalti logo no início da partida, que foi crucial para a derrota por 1 a 0. Já no Botafogo, a expulsões de Edilson e Bolívar foram determinantes contra o Independiente Del Valle. O lateral - que era um dos melhores do time - ficou suspenso por três jogos. Além disso, o excesso de cartões amarelos do time - foi o segundo no quesito na fase de grupos, com 20 - deixou, por exemplo, Ferreyra suspenso contra o Unión Española, no Maracanã.
Com a queda na fase de grupos, o Botafogo repete a campanha de 1996, quando participou pela última vez da Libertadores. Já o Flamengo, que está há 33 anos sem vencer o torneio, também saiu na mesma fase, em 2012. Em 2007 e 2008, o Rubro-Negro caiu nas oitavas.
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