10/4/2014 20:48
Não foi por acaso: lista enumera vacilos do Flamengo na Libertadores
Pouco contundente no Maracanã, Rubro-Negro é eliminado em uma primeira fase marcada por erros individuais, lesões e falta de padrão diante de rivais não tão fortes
O torcedor do Flamengo pode ter ficado decepcionado com a eliminação precoce na Libertadores, ainda na fase de grupos, depois da derrota por 3 a 2 para o Léon, quarta-feira, no Maracanã. A campanha rubro-negra na competição, entretanto, não permite que a queda seja surpreendente. Com erros em profusão, uma série de lesões e um papel pífio como mandante, o fim da linha para os cariocas não foi obra do acaso. Em um grupo que não impunha medo em um primeiro momento, o Fla tropeçou nas próprias pernas, e agora carrega a nada honrosa marca de ser o brasileiro que mais vezes viu o sonho do título continental acabar tão cedo.
Diante de um equatoriano e um boliviano que são figurinhas carimbadas, mas nada imponentes, e um mexicano que debutava na Libertadores, o Flamengo fez somente sete pontos em 18 disputados, acabando na terceira colocação do Grupo 7. O Bolívar, pela primeira vez na sua história, passou na liderança, com 11, seguido pelo León (10) - o Emelec (seis) foi o lanterna.
Participação frustrante de quem não soube se impor no Maracanã, não demonstrou um elenco homogêneo tecnicamente em situações adversas e não soube se recuperar diante de falhas que acabaram sendo cruciais. O GloboEsporte.Com listou alguns dos pontos que levaram o Rubro-Negro carioca a mais uma participação decepcionante na disputa mais importante entre clubes da América.
Se houvesse um manual para ser campeão da Libertadores, um dos primeiros mandamentos seria: não perder pontos em casa. Geralmente, é assim, ao lado do torcedor, que um time constrói uma campanha vitoriosa. O Flamengo, por sua vez, esteve longe de botar medo no Maracanã. Em três jogos, conseguiu uma vitória, um empate e uma derrota, além de sofrer seis gols - o Corinthians, por exemplo, sofreu quatro em toda campanha do título de 2012. Ao contrário dos últimos anos, quando esperavam o mata-mata para comparecer em maior número, os flamenguistas desta vez tiveram boa presença no estádio em todas as ocasiões, e terminaram frustrados. Na despedida, com revés para o León, foram mais de 60 mil presentes.
O empate com o Bolívar e a derrota para os mexicanos foram determinantes no decorrer de uma campanha ruim. Se tivesse vencido os bolivianos, não seria necessário tanto desespero nas partidas seguintes e um empate seria suficiente diante do León. A verdade, porém, é que o Fla nunca se impôs como mandante. Nem mesmo quando venceu o Emelec, por 3 a 1. O gol de Elano, de falta, maquiou um primeiro tempo onde os equatorianos jogaram com liberdade e demonstraram bom toque de bola. A maior prova da postura passiva, entretanto, aconteceu na última partida. Mesmo com todo um estádio contra, o León jogou com imensa superioridade, trocou passes sem marcação pressão e venceu merecidamente.
- Um dos principais erros foi ter perdido pontos em casa. Quando isso acontece, fica muito difícil se classificar. Mesmo com nosso grupo tendo sido o mais louco, o mais difícil, com todos os times com chances de passa. Ficamos pensando: "Ah, se não tivéssemos empatado com o Bolívar", "Ah, se tivéssemos empatado com o León fora". Mas é quando se faz o dever de casa que se consegue a classificação - definiu André Santos.
ERROS INDIVIDUAIS
Nenhum jogador em especial ficou marcado com o vilão pela eliminação do Flamengo na derrota para o León, no Maracanã. Durante a campanha, porém, falhas individuais foram determinantes para que o Rubro-Negro jogasse toda Libertadores com a corda no pescoço e sequer figurasse entre os classificados do Grupo 7. Na estreia, a expulsão de Amaral ditou a postura de um time que, ainda assim, teve uma boa atuação, mas acabou derrotado por 2 a 1. Até na vitória diante do Emelec um vacilo acabou sendo preponderante no futuro. Com o placar 3 a 0, Feijão perdeu bola boba na intermediária e viu Escalada diminuir. Este gol interferiu no saldo, e fez com que o León jogasse pelo empate na partida decisiva.
Diante do Bolívar não foram poucos os jogadores que comprometeram. No empate por 2 a 2, no Maracanã, o primeiro gol boliviano saiu após Wallace não conseguir fazer a proteção em uma bola que seguia para linha de fundo, cair e pedir falta não assinalada. O Fla conseguiu reverter a desvantagem, mas permitiu um contra-ataque mesmo vencendo em casa, e João Paulo cochilou na marcação a Pedriel, que garantiu o 2 a 2. Por fim, no jogo de volta, em La Paz, Samir escorregou logo nos minutos iniciais, cometeu pênalti, e o Rubro-Negro perdeu por 1 a 0.
Jayme de Almeida, por sua vez, tratou de minimizar os erros e evitar culpados:
- O Flamengo fez o melhor possível. Não tenho que reclamar de nada. Os jogadores se empenharam ao máximo, da melhor maneira possível. Isso de escorregar ou o juiz não marcar falta, faz parte do jogo. O Flamengo tentou. Chegamos perto. Poderíamos ter ido mais longe, acredito. Saímos com o coração partido. Tivemos problemas de contusão, jogadores machucados. Jogamos sempre trocando, improvisando. Por isso, tenho orgulho desse grupo que lutou até o final.
PEÇAS DE REPOSIÇÃO SEM CRÉDITO
Após perder Elias, o Flamengo foi ao mercado e contratou oito reforços para a temporada (Márcio Araújo não foi inscrito na Libertadores). O elenco numeroso, por sua vez, parece não ter sido suficiente para que Jayme de Almeida tivesse as peças de reposição que gostaria. Não foram poucos os casos de o treinador optar por improvisos ou abrir mão de substituições ao olhar para o banco de reservas. Na partida contra o León, por exemplo, o treinador descartou Lucas Mugni e Carlos Eduardo, deixando Gabriel, Negueba e Nixon como opções. Três jogadores com as mesmas características, sendo que os dois últimos iniciaram a temporada no time C.
Opção para Léo Moura durante toda temporada passada, o jovem Digão sequer foi inscrito na disputa continental. Assim, com as lesões de Léo Moura e Léo, Jayme se viu obrigado a deslocar Welinton para a lateral direita contra o Emelec, no Equador. Outra prova de descrédito em jogadores do elenco se deu com Recife e Feijão. O primeiro, escolha para substituir Muralha em Guayaquil, sequer sentou no banco de reservas contra o León. Já o ex-jogador do Bahia permaneceu os 90 minutos no banco contra os mexicanos, mesmo com Muralha muito vaiado e com a marcação sendo ponto fraco durante toda a partida.
Dos sete reforços inscritos na Libertadores, apenas três foram titulares na "decisão": Everton, Elano e Alecsandro. Sendo que dois deles sequer foram relacionados por opção do treinador: Erazo e Lucas Mugni.
CARÊNCIA DE UM MEIA
LESÕES
As lesões foram um grande problema para o Flamengo durante toda a campanha. Na partida decisiva, Léo, João Paulo, Cáceres e Hernane estavam no departamento médico, sem contar Elano que teve que sair de campo logo aos 11 minutos. Depois de ter todo time à disposição na estreia, contra o León, fora de casa, Jayme de Almeida enumerou desfalques. Contra o Emelec, no Maracanã, Amaral estava suspenso, e a dupla Carlos Eduardo e Paulinho sentia dores musculares. Depois, diante do Bolívar, também no Rio de Janeiro, Léo Moura e André Santos foram vetados por contusões na coxa direita.
No empate por 2 a 2 com os bolivianos, o Rubro-Negro perdeu Victor Cáceres, um dos melhores jogadores até então, por toda competição depois de uma luxação no ombro. Elano, já com as dores na coxa que o perturbariam até e eliminação, também ficou fora a partir da derrota por 1 a 0 em La Paz. Contra o Emelec, em Guayaquil, além dos dois já citados, Jayme também não teve Léo e Léo Moura, André Santos e Hernane. Ou seja, o Fla terminou a Libertadores sem repetir a escalação uma vez sequer.
FALTA DE PADRÃO TÁTICO
Quanto a ausência de um jogador poder fazer a diferença em um time? Muito, se for o caso de Elias no Flamengo. Não que o volante tivesse o poder de fazer a diferença individualmente no caminho até a classificação, mas Jayme de Almeida chegou a abril ainda sem ter sua formação ideal. E muito disso por conta da inconstância no meio-campo. Se a volta de Luiz Antonio minimizou o problema no Carioca, na Libertadores muitas foram as escalações testadas pelo treinador. As lesões foram responsáveis por muitas alterações, mas as escolhas acabavam alterando o padrão tático da equipe.
Já na estreia, Jayme surpreendeu e barrou Muralha e Paulinho no último treinamento, no México. A dúvida até então era a volta de Samir no lugar do decepcionante Frickson Erazo, mas Cáceres e Lucas Mugni surgiram como novidades diante do León. Contra o Emelec, a troca obrigatória de Amaral, suspenso, por Muralha foi a única. Na partida seguinte, Gabriel ganhou a vaga de Lucas Mugni para pegar o Bolívar: saía um armador que cadencia o jogo, entrava um ponta de lança veloz. No jogo de volta, em La Paz, Carlos Eduardo, que não atuava há 45 dias, foi a escolha para a vaga do lesionado Elano. Uma atuação ruim, e o meia sequer voltou a figurar no banco de reservas dali para frente.
Restavam duas partidas, e Jayme novamente mudou a equipe. Sem laterais, Welinton foi o escolhido para ocupar o vazio deixado por Léo Moura e Léo na direita. A expectativa por sua vez era de que Lucas Mugni fosse mantido após boas exibições nas semifinais do Carioca, diante da Cabofriense, mas Gabriel voltou a ser o escolhido, e teve boa atuação contra o Emelec. Por fim, o treinador mandou para campo o "básico" diante do León, no Rio. Ao perder Elano, aos 11 minutos, por sua vez, lançou novamente Gabriel, mudando a característica de um time que começou com um jogador que seguraria a bola no meio-campo. Mugni e Cadu, que poderiam desempenhar a mesma função, ficaram fora até do banco.
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