Pacotão do clássico: xerife ausente, sangue de herói e coração humano

14/4/2014 07:37

Pacotão do clássico: xerife ausente, sangue de herói e coração humano

Além de erro de auxiliar, gol do Flamengo é marcado quando Rodrigo não estava em campo. Apesar de truncada, decisão tem belos dribles, 'bola magnética' e trapalhada

Pacotão do clássico: xerife ausente, sangue de herói e coração humano
Um erro de arbitragem roubou a cena e foi determinante no placar, mas a final do Campeonato Carioca reservou outros momentos curiosos durante o empate por 1 a 1 entre Flamengo e Vasco (veja os melhores momentos no vídeo ao lado), que garantiu o título ao Rubro-Negro, dono da vantagem por ter a melhor campanha no estadual. A falha do bandeira em não ver o impedimento, por exemplo, não foi percebida pelos jogadores em campo. Já a ausência do xerife Rodrigo no escanteio foi muita sentida pelos vascaínos. No lado rubro-negro, o herói sangrou no gramado, e a trapalhada em pênalti rendeu bronca e lágrimas. Houve ainda dribles, lances de categoria, cena bizarra...

O ERRO QUE NINGUÉM VIU

No gol do Flamengo, aos 45 do segundo tempo, Márcio Araújo estava impedido. À frente dos defensores do Vasco. O lance gerou muita reclamação do Cruz-Maltino no vestiário. O técnico Adilson Batista e o presidente Roberto Dinamite condenaram o bandeirinha Luiz Antonio Muniz de Oliveira. O auxiliar não viu, mas os jogadores vascaínos também não perceberam o erro no gramado. Ninguém sequer esboçou uma reclamação no decorrer da jogada ou cercou o juiz ao apito final.

TOQUE DE CLASSE

A final ficou longe de ter sido um jogaço. Mas apesar do duelo truncado, marcado por divididas e disputas no meio de campo, com raras chances de gol dos dois lados, ainda assim houve espaço para o futebol arte. Fellipe Bastos e Douglas aplicaram canetas em Luiz Antonio e Márcio Araújo; Paulinho deu um chapéu duplo em Luan e e Guiñazu; Alecsandro deu toque de letra numa assistência para André Santos. Só que mesmo bonitos, os lances não resultaram em gol.

SANGUE DE HERÓI

Antes de virar herói e ter o gostinho de comemorar o gol do título do Flamengo, Márcio Araújo precisou experimentar um sabor amargo, de sangue. Numa disputa pelo meio de campo com Douglas e Thalles, sobrou um braço vascaíno no rosto do flamenguista. O volante sofreu um corte na boca e precisou sair de campo para conter o sangramento. Mas valeu a pena voltar a campo mesmo com curativo, aguentar qualquer tipo de dor para, nos acréscimos, saborear a sensação de balançar a rede. O camisa 8 buscou o filho Isaac na arquibancada para festejar.

CADÊ O XERIFE?

Além do bandeirinha, os vascaínos têm outro motivo para lamentar no gol que deu o título carioca ao Flamengo. O xerifão Rodrigo, que junto de Luan formou a zaga menos vazada do estadual (14 gols em 19 jogos) estava ausente do campo. Com muito recurso nas jogadas aéreas, o camisa 3 cruz-maltino, que marcou de cabeça um gol no primeiro jogo da final, já havia tirado pelo alto vários cruzamentos. Até que... Sentiu a perna, caiu em campo e precisou ser retirado de campo na maca. Sem o zagueiro, que estava ao lado da trave de Martín Silva, os jogadores do Vasco que marcavam os adversários não evitaram a cabeçada de Wallace que bateu na trave e terminou no gol - irregular - de Márcio Araújo.

BRONCA E CHORO

Quando Erazo entrou em campo, logo após a expulsão de Chicão, a torcida do Flamengo deve ter tremido. O zagueiro titular da seleção equatoriana ainda não teve boa atuação e errou nos jogos em que teve chance. Seria na final sua redenção? Não foi. Com oito minutos em campo, ele cometeu um pênalti indiscutível em Pedro Ken. O zagueiro chegou a levar uma baita bronca de Alecsandro. Mas ele escapou de sair como vilão com o gol de Márcio Araújo nos acréscimos. Após o jogo, o defensor confessou ter chorado.

'BOLA MAGNÉTICA'

Se teve alguns lances plásticos, como os dribles de Douglas, Fellipe Bastos e Paulinho, a final também reservou um momento bizarro. Aos 28 do primeiro tempo, Thalles e Paulinho se viram na disputa de uma bola dividida. Os dois correram em direção à redonda e, quando chegaram perto, simplesmente pularam e esqueceram a bola. Parecia até um campo magnético, mas foi só um pensando que o outro chegaria primeiro.

CORAÇÃO HUMANO

Antes do Flamengo receber as medalhas de campeão e o capitão Léo Moura erguer a taça, houve um momento de fé. No centro do gramado, o elenco rubro-negro e membros da comissão técnica se reuniram para orar e agradecer pela conquista. E abraçados, eles formaram uma espécie de coração humano ao redor de uma bandeira do clube. Resta saber se o desenho se deu de forma intencional ou se na verdade era apenas um círculo deformado.

1447 visitas - Fonte: GE


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