15/4/2014 09:59
Entrevista - Wallim Vasconcellos: 'A CBF, com tanto dinheiro, deveria ajudar os clubes'
Wallim Vasconcelos, vice de futebol do Flamengo, no Ninho
Copo meio cheio. No primeiro semestre de um ano cheio de expectativas, o Flamengo conquistou um dos dois campeonatos em disputa: Carioca e Libertadores. Mas a eliminação precoce no futebol sul-americano ainda traz o gosto amargo aos rubro-negros. O objetivo é voltar à competição continental continental em 2015. Para isso, o departamento de futebo do clube, comandado pelo vice Wallim Vasconcellos, põe mãos à obra.
A partir desta terça, Wallim, o diretor executivo, Paulo Pelaipe, e o técnico, Jayme de Almeida, sentam-se para traçar o planejamento para Campeonato Brasileiro, com início marcado para o próximo domingo, e Copa do Brasil. A ideia é enxugar o elenco e seus atuais 37 jogadores para cerca de 30. Jogadores pouco aproveitados serão emprestados.
A busca por contratações vai ocorrer, mas de forma parecida com 2013: garimpando talentos pelos campeonatos estaduais. Investimentos ousados serão mais difíceis, principalmente em um ano com pouco mais de um mês de paralisação no calendário devido à Copa do Mundo. Por isso, Wallim aproveita a deixa para sugerir uma ajuda da CBF.
"Em um ano como esse, sem faturamente de mês e meio, a CBF deveria ajudar os clubes. Ela está com tanto dinheiro. Nem se fosse empréstimo a longo prazo", afirmou Wallim Vasconcellos.
Confira a entrevista abaixo.
Após o fim das competições mais importantes do semestre, Libertadores e Estadual, o departamento de futebol pensa em reformulação?
Vamos ver quem vai sair, tratar com calma. A base é essa daí. Se pudermos trazer alguns jogadores dos Estaduais como no ano passado, traremos. No meio do ano vamos ver se a gente consegue coisa mais parruda. Isso é mais para o meio do ano. Se tiver alguém que a gente tenha condições, tudo bem. A janela só abre dia 14 de julho. Não adianta correr agora. Vamos ver o contrato, o que tem de disponível. Vamos, com calma, analisar dentro das possibilidades do Flamengo.
Mas o clube tem condições de fazer um investimento maior no meio do ano?
Temos de ver a questão financeira. Temos a expectativa do sócio-torcedor, de termos um crescimento. Em um ano como esse, sem faturamento de mês e meio (devido à Copa do Mundo), a CBF deveria ajudar os clubes. Ela está com tanto dinheiro. Nem se fosse empréstimo, a longo prazo. Seria interessante se a CBF pudesse ajudar os clubes. Há impostos, salários, fornecedores. Seria ótimo. Mas acho que não há nenhum sinal disso, nem por parte dos clubes, nem dela (CBF).
Após a eliminação na Libertadores, Jayme de Almeida passou a conviver com questionamentos e até desabafou contra as críticas após o título carioca. Qual a avaliação do trabalho dele?
Falei com ele antes do jogo, no vestiário: "Fique tranquilo, independentemente do resultado, não tem esse negócio de perdeu, saiu". O trabalho tem sido feito corretamente. As coisas estão evoluindo, dando certo. Mas a gente tem de melhorar em muita coisa. Não é porque ganhou que está certo. Temos de melhorar aos pouquinhos. Vamos aprendendo com os erros que tivemos. É um processo de médio prazo. A gente tem dito desde o início que vamos crescer solidamente, melhorando os erros.
Mas diante disso qual o objetivo para o restante da temporada? Voltar à Libertadores, por exemplo?
Na Copa do Brasil e no Brasileiro, temos de estar lá nas primeiras posições. Quando acabar a rodada de domingo temos de estar sempre na primeira parte da tabela, de preferência entre os seis primeiros. Temos de frequentar todo ano a Libertadores. Isso tem de ser um objetivo nosso, a gente tem de se acostumar.
Em termos de reformulação do elenco, qual a ideia? Emprestar mais jovens, negociar em definitivo?
Tem uma série de clubes que têm nos procurado, querendo algum dos nossos jogadores. Alguns não têm espaço, outros a gente acredita que seja importante que estejam atuando. Para eles será bom também. Alguns meninos vamos ter de negociar, estão perdendo tempo na carreira. Não devemos aproveitá-los e será melhor assim. Para eles e para o clube.
O Brasileiro é uma competição que exige mais do que Estadual, assim como a Libertadores, onde o time não teve bom desempenho. O Flamengo não precisa de um elenco mais encorpado?
A gente vai encorpar. O elenco desse ano é melhor do que o do ano passado. Mesmo com contusões tivemos uma qualidade em campo. Ano passado se tivéssemos essa quantidade de contusões íamos ter de jogar com o time de juniores. É um processo evolutivo, você vai vendo as peças. Tem de ter algumas soluções. Vamos agora investir menos, com mais qualidade, pontualmente, onde tem de ser investido. A gente precisa ter um time forte. Brasileiro é um campeonato até mais difícil do que a Libertadores. É um campeonato longo, cansativo. A competição de pontos corridos é mais difícil do que o mata-mata. Tem de ter elenco.
Em redes sociais e nas ruas alguns torcedores o cobram pela promessa de que Elias voltaria ao Flamengo. Sente-se frustrado pela ida dele para o Corinthians?
A gente fez a proposta e no último minuto eles vieram com aqueles 50% do Samir, 50% do Luiz Antonio e dois garotos da base. Só do Samir vale mais do que eles pediam. Não sou burro. A nossa camisa 8 é abençoada. Não foi o Elias, foi o Márcio Araújo na final. Estamos bem servidos. Espero que ele seja feliz no Corinthians. Não foi por escolha dele que a gente perdeu. Ele toparia vir para o Flamengo. Mas na hora H mudou completamente. Incluir Samir e Luiz Antonio....não teria como fazer negócio. Trazer o Elias a qualquer preço não está dentro das nossas metas. Eles têm valor de mercado hoje. Com certeza vão evoluir e valer muito mais. Estaríamos fazendo um mau negócio. Acho que a torcida do Flamengo entendeu. Com essas condições do Sporting não tinha como.
O Flamengo vai em busca de um nome de maior peso, então, para suprir essa frustração com o Elias?
Vamos tentar buscar outros. Estamos trabalhando para ver se conseguimos parceiros. Mas não quero fazer promessa nenhuma. É fazer tudo de uma maneira com que a gente conseguir cumprir os compromissos. Vamos construir o Flamengo dentro de uma legalidade. Nosso clube, com muito esforço, tem conseguido. Isso reflete em campo, os jogadores vêem que tudo está sendo cumprido. Estamos satisfeitos com o comportamento de todo mundo. Os resultados estão vindo. Às vezes você faz o trabalho certo, os resultados não vêm e acham uma porcaria.
O alto número de lesões foi citado por você anteriormente. É algo que preocupa a direção do futebol? Apontam alguma razão específica?
Não atribuimos a algum fato específico. Acontece, é do jogo. Cáceres tem aí um problema no ombro. Hernane levou uma joelhada nas costas. Samir estava no treino e teve um problema nas costas. Léo levou uma pancada e teve de operar. André (Santos), Léo Moura, Elano. Tudo lance de jogo.
Voltando ao tamanho do elenco, para deixar mais claro: a ideia é diminuir o número atual, de 37 jogadores no grupo principal?
A ideia é diminuir. Tem muito atleta que não quer sair, mas em compensação a carreira dele está passando. Jogador tem de jogar. Eu iria para outro clube para jogar. Temos vários exemplos por aí como o Wellington Nem, emprestado pelo Fluminense ao Figueirense. O Rafinha foi para o Bahia para tentar jogar. É importante para esses meninos se desenvolverem. Vai ser importante. Vamos enxugar o elenco. Para ficar em torno de 30 (jogadores). Por aí.
Erazo foi um jogador contratado com esperança de bons resultados. Mas tem mostrado problemas de adaptação, não tem rendido de bem. Qual a avaliação sobre ele?
Ele está treinando muito bem. Todo mundo só o elogia. A falta de ritmo de jogo é o que está atrapalhando. O Samir não dá espaço. Talvez na Copa do Mundo, jogando pelo Equador, ele consiga readquirir o ritmo de jogo. Ele é bom jogador, tivemos ótimas informações. E joga bem, a gente tem acompanhado os jogos da seleção do Equador. Temos esperança.
Em relação a 2013, acredita que o clube evoluiu no mapeamento de jogadores no campeonatos estaduais?
Aprimoramos. Temos uma área de inteligência. Era uma pessoa, agora são três. Fazem o scout de nossos jogadores e observam jogadores que estão no mercado. Temos os olheiros também que vão aos jogos. Estamos fortalecendo.
E qual a área de atuação no futebol brasileiro?
Mais por aqui mesmo. Entre Sudeste e Sul.
1708 visitas - Fonte: ESPN
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