A dúvida sobre quem empurrou a bola para o fundo das redes - Márcio Araújo ou Nixon - surgiu para os presentes no Maracanã, sejam técnicos, jogadores, arbitragem ou torcedores. Mas, no momento do lance, ficou claro quem a fez explodir na trave segundos antes: Wallace.
O zagueiro, que quase se tornou o maior protagonista da conquista do título estadual do Flamengo sobre o Vasco, lembrou de um momento histórico para o clube durante a comemoração. O gol de Rondinelli, na decisão do Carioca de 1978, sobre o arquirrival.
Há 36 anos, Zico cruzou. Em, 2014, Léo Moura. Rondinelli subiu para cabecear no canto direito do goleiro. Wallace também.
Gol e trave. Dois títulos do Flamengo sobre o Vasco consumados após os 40 minutos do segundo tempo. Sofridos e marcantes. As possíveis semelhanças fizeram o atual zagueiro invocar o grande ídolo rubro-negro. Há quem diga que, se o Deus da Raça não balançasse as rede naquela final - no ano anterior o Fla havia sido derrotado para o Cruz-Maltino na decisão - a geração de ouro seria desfeita. Depois, vieram as conquistas da Taça Libertadores e do Mundial.
- Só veio na minha mente o gol do Rondinelli. Mas eu não fiz o gol, o Rondinelli, sim. Depois do jogo, eu fui ver o gol dele, de 78. O lance foi parecido, cabeçada do mesmo lado do gol. O Zico batendo do lado direito. Eu pensei muito na semelhança, logo em seguida. O mais engraçado é que, antes, o torcedor do Flamengo não foi embora. Na hora do escanteio, eu pensei: "Vai acontecer alguma coisa, algum milagre". E aconteceu - explicou Wallace.
O gol do título, irregular, gerou diversas discussões. Na súmula do árbitro Marcelo de Lima Henrique, Nixon foi apontado como o autor do gol, e não Márcio Araújo - que estava em posição de impedimento no momento da cabeçada de Wallace. O zagueiro não acredita em má fé da arbitragem.
- Acho que foi uma fatalidade. O lance foi muito rápido. Na televisão, você vê várias vezes, com mais calma. Na hora, é difícil. Erraram contra o Vasco agora, mas também erraram no primeiro jogo quando fizeram a falta em cima do Felipe, e o árbitro não marcou. Então, está empatado, 1 a 1. Não deu para ver direito de quem foi o gol. Quando a bola bateu na trave, e o Márcio empurrou para dentro, eu saí correndo na direção contrária. Mas, independentemente disso, o Flamengo foi campeão. É isso que importa.
Wallace relembra o gol de Rondinelli, em 1978 (Foto: Marcella Dottling)
Sem marcação?
Wallace comentou sobre a ausência do zagueiro Rodrigo no lance. Ele disse que o defensor do Vasco era quem, geralmente, o marcava.
- Eu marcava o Rodrigo, e ele geralmente me marcava. Eu posso estar enganado ou fazer uma análise errada. Acho que ele quis segurar o tempo, mas não esperava que o árbitro fosse pedir para ele sair do campo. Na verdade, o meu posicionamento não é ali, é um atrás. O Reginaldo estava na minha frente, eu o escorei com o braço e me antecipei. O Vasco marcava por zona, e estava difícil. Ele tinha que me neutralizar, mas isso não aconteceu. Eu acabei cabeceando a bola.
Pelo Rubro-Negro, Wallace conquistou, além deste Carioca, a Copa do Brasil de 2013.
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