Rio - Márcio Araújo chegou ao Flamengo, em fevereiro, sem alarde. Dois meses depois, o volante se transformou no herói do título Carioca. Um dia após fazer o gol que garantiu a conquista rubro-negra, o camisa 8 curtiu o carinho da torcida ainda com a marca da final: um ponto no lábio devido a um corte. Na Gávea, numa segunda-feira agitada, distribuiu autógrafos e tirou fotos.

"É correria total, ainda não consegui parar para pensar. Passei um tempo com a família e já fui para rua (atender à imprensa). Mas vale a pena fazer tudo isso. Nunca aconteceu na minha vida. Estou gostando muito do momento", disse Márcio Araújo.

Ser o herói do título atrai os holofotes. Por enquanto, Márcio Araújo acredita que ainda não ganhou o reconhecimento dos torcedores.

"Ainda não me reconhecem, mas prefiro que não me reconheçam também. Acho melhor ter esta vida de anonimato e curtir minha família", afirmou o camisa 8.

O anonimato, porém, deve acabar em breve. Na Gávea, um torcedor até chegou a perguntar: "Quem é aquele ali?", mas logo foi informado por outros rubro-negros que se tratava do herói do título. Adelvan Barbosa, de 33 anos, não esperava encontrar com Márcio Araújo. Ele assistiu à final no Maracanã e retorna nesta terça-feira para Itabaiana, no Sergipe. Na bagagem, autógrafo e foto com Márcio Araújo.

"É uma sensação inexplicável. É como ver um filho nascer", disse Adelvan, pai de Alice, de 11 anos, ao comentar a experiência de ver um título do Flamengo e o herói da conquista.

Gol em conjunto

Márcio Araújo está eternizado como herói do 33º título estadual do Flamengo, mas o gol do título foi dado a Nixon. A súmula do árbitro Marcelo de Lima Henrique apontou o atacante como autor do gol. O volante ressaltou o trabalho em "conjunto".

"Tanto faz de quem foi o gol. O Flamengo continua campeão e meu nome vai estar na história. Mesmo tendo dado o gol para Nixon, quem empurrou a bola para o gol fui eu. Isso não muda", afirmou. O volante fez questão de dividir os méritos com o elenco:

"Não sou herói sozinho. É uma vitória do grupo."

O camisa 8 lembrou o gol que deu o título ao Flamengo.

"Foi um lance improvavél. Em circunstâncias normais eu nunca iria para a área tentar cabecear, mas naquele momento era necessário eu tentar arriscar alguma coisa. A bola acabou sobrando na hora certa."