Tirem o Olho do Nosso Dinheiro, Vermes!

17/4/2014 09:51

Tirem o Olho do Nosso Dinheiro, Vermes!

Tirem o Olho do Nosso Dinheiro, Vermes!
É a Maior do Mundo e Não Tem Chororô!

Todo mundo já esperava que após a conquista de mais um vice campeonato a turma da bigoduda fosse abrir o berreiro. Chorar o leite derramado (seria mais exato usar o termo aspergido ou jateado), culpar a terceiros pelos próprios fracassos e colocar sob suspeição a lisura do campeonato (cujo regulamento é feito em comum acordo entre clubes e a federação cujo presidente se elegeu com o voto bacalhau) é o padrão de comportamento dos vices desde que levou o primeiro sacode do Mengão Papaizão Severo Empalador de Baranga Fricoteira.

Talvez você não se lembre, mas foi um 3 x 2 gostoso com gol de Friendenreich, disputado em tarde agradável de julho de 1923 para 35 mil entusiasmados espectadores nas Laranjeiras. Jogo do qual a bacalhoa saiu enfurecida, alegando que um terceiro gol vascaíno fora mal anulado pelo honrado referee. Desde então tem sido sempre a mesma lenga-lenga, toda vez que o vice apanha do Flamengo os sofredores da camisa feiona esperneiam, se descabelam e fazem pirraça dizendo que foram roubados. Deve estar até no estatuto deles, porque a palhaçada sempre segue um protocolo rígido. Já repararam?

Antes de enfrentar o Flamengo eles sempre afetam confiança e tranquilidade, nos ameaçam com terríveis goleadas e olés. Mas uma hora acaba a resenha e começa o jogo. Com a bola rolando mostram logo o quanto estão desesperados e no fim acabam entregando as paçocas. No pós-coito o neném chora, coloca a culpa no coitado do juiz, na conspiração anti-bacalhau e diz que o Flamengo é mau. Para dar um tom oficial à pantomima em seguida aparece a cartolada sãojanuaresca para dizer que foi roubada e que isso não pode ficar assim, que vão levar o assunto ao conhecimento do senhor delegado no distrito policial. É óbvio que nunca dá em porra nenhuma e ao fim da presepada algum gênio acaciano manda a clássica “Estão todos contra o Vasco”. Ê, vida besta!

Lamentavelmente para os cristãos-novos da ética e da honestidade, o futebol é um esporte sujeito às imperfeições, às falhas e aos enganos. Erros como o que definiram o Campeonato Carioca de 2014 acontecem há muito tempo e continuarão a se repetir, são parte indissociável do futebol. Há até quem defenda que a controvérsia está na raiz da paixão que o esporte desperta. Creio ser perda de tempo enumerar aqui a quantidade de vezes em que o Flamengo foi prejudicado por erros crassos de arbitragem ao longo da história. O mesmo vale para a lista, ainda mais extensa, das vezes em que o vice se deu bem cavalgando a inépcia, a imperícia ou a inidoneidade dos árbitros de suas partidas.

Onde estava a parcela honesta e barulhenta da torcida vascaína quando obtiveram 3 dos seus 4 campeonatos brasileiros à mão armada? Em 1974 com uma criminosa inversão de mando de campo, em 1997 escalando na final um jogador expulso na partida anterior e em 2000 jogando, para indignação nacional, diante do cenário ainda fumegante de uma tragédia provocada nas arquibancadas unicamente pelo descaso e ganância de seus dirigentes.

O que faziam esses homens e mulheres de bem que hoje erguem a voz indignados com o triunfo Flamengo na hora da comemoração desses títulos conquistados de maneira escandalosamente espúria? Eu mesmo lhes digo: eles bebiam o saboroso chope da vitória no Adegão Português mais próximo. Como qualquer torcida, que não é, em termos de caráter, melhor do que as outras em absolutamente nada, faria. Isso é futebol, seus malas!

Quem é fechado com o certo sabe que a balança do destino nem sempre pendeu para o lado do bem. Muitas e muitas vezes perdemos títulos que não merecíamos perder. Nem por isso a torcida do Flamengo formulou teorias conspiratórias supostamente engendradas por vascaínos em posições de poder com o fito de nos destruir. E muito menos acreditamos nessas patacoadas criadas pela cabeça inchada. Essa doença de não ter a mínima consciência sobre a sua real relevância no cenário esportivo mundial já foi completamente erradicada na torcida do Flamengo. Sabemos qual é o nosso real tamanho e por isso não precisamos exigir respeito, ele nos é demonstrado por todos, principalmente pelas torcidas adversárias, espontaneamente.

E quanto mais espalham a lenda infundada de que o Flamengo é beneficiado pela arbitragem, pela Federação, pela CBF, pela FIFA, pela Globo, pelo Gabinete da Presidência da República, pelo Departamento de Estado Norte-Americano e pela Santa Casa da Misericórdia, na intenção de arranhar a nossa boa imagem, mais aumenta o nosso prestígio, o nosso respeito e, aí que mora o perigo, as nossas cotas de televisionamento.

Porque no fundo, toda revolta, toda a indignação e todo o antiflamenguismo que poreja das frontes de nossos detratores não tem nada a ver com ética, caráter ou honradez, palavras que vem sendo usadas indiscriminadamente desde domingo, veja você, até por tricolores. Todo ataque de pelanca que vem lá de baixo dirigido ao Flamengo é por apenas um motivo: dinheiro. Não se iluda, o que eles querem é o nosso dinheiro.

Todos os clubes, sem exceção, querem se comparar ao Flamengo, desfrutar dos mesmos privilégios e receber o mesmo dinheiro que nós recebemos. Tudo em nome da justiça, do equilíbrio e da equanimidade. Um lindo discurso. Só esquecem de que a todo privilégio equivale uma responsabilidade. Querem receber o mesmo que o Flamengo? Pois então que vençam o que nós vencemos, conquistem o que conquistamos, gerem interesse, desenvolvimento econômico e espaço na mídia equivalentes aos gerados pelo Flamengo.

Vendam ingressos, camisas, pay-per-view, jornais, revistas e álbuns de figurinhas em números tão expressivos quanto o Flamengo. Sejam mais que um clube de futebol, se tornem uma força econômica, fomentem a agricultura, o comércio e a indústria. Façam seus milagres, cultivem seus fiéis, mantenha-os ao seu lado e povoem as terras como faz o Flamengo.

Não existe desigualdade maior do que tratar igualmente aos desiguais. Exigir isonomia ao Flamengo como se fosse um direito divino antes que nossos feitos esportivos, sociais e econômicos sejam pelo menos igualados pelos pretendentes não passa de falta de esportividade, ambição desmedida e completa falta de simancol arcoirista.

Nossos adversários locais, e poderia estar aqui dizendo clientes, fregueses, etc., precisam crescer. Ou melhor dizendo, nossos adversários locais precisam amadurecer, começar a se comportar como homenzinhos. Acreditem, é possível mesmo depois das derrotas. Se não são capazes de vencer o Flamengo dentro de campo, na bola, não vai ser com faniquitos nas páginas dos jornais, com ridículas teorias da conspiração e muito menos com barracos nas delegacias que vão conseguir. Mas não podemos deixar de agradecer a esses pelasacos por confirmarem o que nós já sabíamos: o Flamengo não é apenas o ponto central das nossas vidas. O Flamengo é o Centro Magnético do Universo.

Mengão Sempre

2915 visitas - Fonte: Globo Esporte


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