13/12/2012 08:57
Eleição para o Conselho Deliberativo indica o 'primeiro-ministro' e expõe as novas costuras políticas da Gávea
Passada a escolha do novo presidente, o Flamengo volta a respirar ares eleitorais nesta quinta-feira, na Gávea. Entre 8h e 21h, 1.318 sócios natos votarão para eleger o nome que comandará o Conselho Deliberativo nos próximos três anos. Mais do que a eleição para um poder importante do clube, a corrida para a escolha deste nome desmontra como as costuras políticas se reorganizaram nos corredores da Gávea. Vencedora da eleição presidencial, a Chapa Azul tem seu candidato: Delair Dumbrosck, ex-presidente do clube de maneira interina. Do outro lado, a oposição, com apoio de Jorge Rodrigues e uma discreta Patricia Amorim, aposta suas fichas na Chapa Branca, encabeçada por Gilberto Cardoso Filho, outro ex-presidente de forma interina. De maneira independente, Lysias Itapicurú, ex-candidato à presidência, aparece na Chapa Verde.
Tanto interesse na disputa pelo cargo encontra fácil justificativa: poder político. Estatutariamente, o presidente do Conselho Deliberativo encontra-se no terceiro lugar da hierarquia do clube, abaixo do presidente e do vice-presidente geral. Em outras palavras, ter o seu candidato no cargo permite ou não ajudar ou até mesmo atrapalhar a governabilidade do presidente e de seus aliados. Ciente disso, a Chapa Azul, de Eduardo Bandeira de Mello, tratou de trabalhar o suporte político nos bastidores antes mesmo da eleição presidencial. Em reuniões constantes, o grupo de executivos expôs propostas e conseguiu seduzir velhos caciques da Gávea, como os ex-presidentes Marcio Braga e Kleber Leite, e seus seguidores. Movimentação importante não apenas para escolher o novo presidente, mas, também, para garantir a execução de suas propostas. O mapa político azulou tanto que até mesmo Hélio Ferraz, vice-presidente de Patricia Amorim, decidiu apoiar o grupo. As teias aumentaram e o nome de Delair Dumbrosck foi escolhido para ser o representante e fazer com que Eduardo Bandeira de Mello e seu grupo possam pôr em prática seus planos. De úlima hora, ainda recebeu o apoio do ex-vice de futebol Marcos Braz, que retirou a sua candidatura pela Chapa Roxa.
Pelas mãos do Conselho Deliberativo passam as decisões mais importantes do clube. Aval para contratos de patrocínio e aprovação das contas apresentadas pelo Conselho Diretor são bons exemplos. E, talvez, o mais importante para a Chapa Azul: a possibilidade de mudança do estatuto. Embora muitas vezes neguem, os aliados do novo presidente reconhecem internamente que para profissionalizar o clube as modificações devem ser mais do que superficiais. A criação de um projeto de sócio-torcedor com direito a voto nas eleições presidenciais, por exemplo, dependeria de uma mudança no estatuto. Tarefa nada fácil caso haja uma oposição mais enérgica na atuação do Deliberativo. Gilberto Cardoso Filho se apresenta politicamente neste papel diante da nova gestão. Mas com a desistência de nomes mais fortes, como o atual presidente do poder, Sylvio Capanema, Eduardo Bandeira de Mello e seu grupo ficaram mais tranquilos em busca de um mandato sem maremotos na Gávea.
"Com a situação política está tudo bem. Teremos a eleição do Conselho Deliberativo e de qualquer maneira não sinto nenhuma animosidade de algum segmento político do clube. É um momento de união", disse o novo presidente, Eduardo Bandeira de Mello.
Com a vitória na eleição presidencial, ele e seus aliados podem indicar, a partir de 2013, 120 nomes para o Conselho Deliberativo. Segunda colocada, a Chapa Amarela, de Patricia Amorim, elege vinte para o corpo do poder do clube. Até o fim deste ano, sócios que pretendem fazer parte do Deliberativo devem informar o desejo por escrito. Com isto, a expectativa é que o quadro possa aumentar para até 1.500 nomes a partir do próximo ano. A maioria, no entanto, acompanha o definido pelas lideranças estabelecidas no órgão. Presidente rubro-negro por seis vezes, um recorde, Marcio Braga reconhece a importância da eleição desta quinta-feira e faz uma analogia interessante para destacar o peso do Deliberativo na Gávea.
"É um órgão fundamental para o clube, uma espécie de legislativo da Gávea. É vontade desta chapa vencedora promover uma reforma política, concentrando decisões dos Conselhos Fiscal e de Administração no Deliberativo. Isso aumentaria ainda mais a sua importância", afirmou Marcio Braga.
1639 visitas - Fonte: ESPN
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