Cercado por crianças, Felipe observa e parece assustado com a pobreza no local, que tem casa improvisadas com madeiras e restos de janelas e papelão (Foto: Arquivo Pessoal)
Lições sociais costumam servir de exemplo para atitudes a serem tomadas em momentos cruciais de uma vida ou carreira. O goleiro Felipe, do Flamengo, passou por essa experiência na quarta-feira, quando foi visitar o Aterro Sanitário de Jardim Gramacho, levado por sua mulher, Katherine. E levou um choque de realidade ao se deparar com pobreza sem fim. Com o Rubro-Negro em situação delicada depois da eliminação na fase de grupos da Taça Libertadores, dois jogos sem fazer gols no Campeonato Brasileiro e o maior jejum de vitórias do técnico Jayme de Almeida, o camisa 1 tirou forças para reencontrar o rumo para a sequência da temporada.
Carioca de nascimento e criado em Salvador, Felipe se solidarizou com o sofrimento das pessoas que vivem sem as necessidades básicas. Ele jogou uma pelada com as crianças e pretende voltar com companheiros de Flamengo para ajudar de todas as formas a melhorar aquele ambiente. A simples presença do goleiro foi capaz de levar o sorriso às crianças no local.
- Fui levar umas roupas. Tudo muito pobre. Bem abaixo da pobreza. Saí de lá com o coração partido. Já imaginava a situação, mas olhando de perto é bem pior. As casas de madeira, sem banheiro, muito lixo. Eles fazem as necessidades no chão. Não tem água nem saneamento básico. A melhor hora foi quando joguei com eles no campo. Não acreditavam. Me diverti muito vendo que pude levar um pouco de alegria para um povo tão sofrido. Vou ver se consigo levar outros jogadores para fazer uma pelada e arrecadar alimentos. Qualquer ajuda, material e sentimental, faz uma grande diferença - disse Felipe, que foi ao Lixão em Jardim Gramacho depois do treinamento da manhã de quarta-feira no Ninho do Urubu.
Felipe joga bola no Lixão (Foto: Arquivo Pessoal)
Responsável pela ida do goleiro ao local, Katherine já havia visitado o lixão antes da Páscoa. Ela revelou que um sonho a fez tomar a iniciativa de fazer doações, e aproveitou algumas ações da Igreja Batista Cristã da Barra da Tijuca para ajudar outras pessoas. Na primeira visita, foi acompanhada de sua mãe Eliana, da irmã Karine e da prima Karol.
De volta, Katherine ficou satisfeita com o resultado de sua decisão de levar Felipe para visitar o lixão. Para ela, foi importante o goleiro ter a chance de conhecer esse outro lado da sociedade.
Katherine com um bebê que mora em Gramacho (Foto: Arquivo Pessoal)
- Eu tive um sonho que deveria doar algumas coisas e na mesma semana uma amiga me disse para arrecadarmos chocolates para uma festinha de Páscoa no lixão de Jardim Gramacho. Acabamos indo lá no sábado e fizemos cachorro quente, servimos sucos, tinha pula pula, piscina elástica. Fiquei muito encantada, pois é um lugar onde as crianças são muito carentes, mas muito carinhosas. E eu gostaria que Felipe conhecesse essa realidade e consegui levá-lo. Foi a maior alegria com as crianças. Eles não devem estar acreditando até agora - comentou Katherine.
Depois da lição de vida na quarta, Felipe volta suas atenções para o próximo duelo no Campeonato Brasileiro. Domingo, às 16h, no Maracanã, o Flamengo recebe o Palmeiras em partida válida pela terceira rodada da competição.
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