2/5/2014 07:53
Jayme ou Não Jayme?
As melancólicas apresentações do Mengão nas primeiras rodadas do Brasileiro decretaram a cisão nas hostes rubro-negras: uma parte está certa de que está na hora de mandar Vovô Jayme para casa, outra pondera que não adianta substituir o simpático treinador quando não há muito o que se fazer diante da (má) qualidade dos atletas.
Porém há uma quase unanimidade: mesmo os que se alinham contra a demissão sumária não ousam aplaudir as últimas decisões que o pobre Jayme vem tomando. O treinador pode não ser o único responsável ou talvez nem o maior, mas ele tem sua parcela de culpa.
Como é cruel a vida de um treinador. Não faz muito tempo e o time estava com a moral lá embaixo, Mano Menezes meteu o pé e levou sua empáfia embora, a diretoria saiu à cata de um substituto. Mas o calendário, tal qual o tempo, não para. Jayme foi quebrando o galho, o time deu uma melhorada, e aí, na base do “não tem tu, vai tu mesmo”, o Vovô foi ficando. E como são Inexplicáveis os Poderes do Manto, a torcida botou o time no colo, São Judas atuou com força e o time levantou o improbabilíssimo título da Copa do Brasil.
Ok, passou raspando da zona de rebaixamento, mas ninguém nem reparou, estávamos todos de ressaca da Copa do Brasil.
Veio o Carioquinha, os potentes Boavistas e Macaés foram sodomizados comme il faut e de repente a gente passa para a final com a vantagem de 2 empates e 1 Cabofriense, thanks to as bobeiras dos rivais, não temos nada com isso. Mesmo não sendo capaz de derrotar o Eterno Vice (tarefa da qual o brioso Luverdense não teve dificuldades para concretizar), mais uma taça no armário, um golzinho salvador e polêmico no final, bora comemorar para esquecer o fiasco na Libertadores.
O drama é que uma hora ia chegar a conta desse elenco mixuruca (porém caríssimo, nunca nos esqueçamos disso) e fazer a carruagem virar abóbora, quem sabe até antes da meia-noite.
Portanto, eis a questão: o que fazer para trazer um mínimo de alento antes da parada do campeonato, para que não passemos a Copa com a auto estima no lixo?
E aí vem a solução clássica. Quem diria, o homem levanta duas taças em menos de 6 meses e ninguém mais parece levar tanta fé nele. Afinal, Jayme ou Não Jayme?
Sinceramente, não há resposta certa – na vida não costuma haver respostas definitivas, mas nesse caso é mais evidente que nenhuma decisão é boa.
Contratar outro treinador não é garantia de nada. Mais ou menos nessa época ano passado vivíamos o mesmo drama com Jorginho e o clube empenhou seu suado dinheirinho para trazer o embusteiro Mano Menezes, não quero entrar em loop e falar nisso de novo. O risco da novela se repetir é bem alto.
Por outro lado, Jayme não vem colaborando com aqueles que, a exemplo de mim, advogam que devemos insistir com ele. O time é de uma pobreza tática infinita, marca mal, não constrói nada e tem uma ineficiência ímpar no ataque. Para piorar, Jayme vem abusando da já desgastada paciência do torcedor. Mesmo diante do óbvio desempenho ridículo, somos todos brindados com declarações de que o time jogou muito bem, que está tudo uma maravilha e que seguimos evoluindo.
O Arthur Mulamba, patrão aqui do Urublog, com muita propriedade lembra que se o problema está nas entrevistas do Jayme é o caso de mandá-lo para o media training e eu acrescento que isso não é exatamente uma ironia. Precisamos de alguém que tenha altivez nas derrotas e dê esperanças.
Afinal, o que é um treinador? Não é um astro das táticas, porque, convenhamos, futebol pode até ser uma ciência, mas não chega a ser uma física quântica ou desenvolvimento de softwares, depois de um certo tempo dá para o cara aprender. O Jayme tá nessa vida desde que a maioria de nós nem era nascida, é óbvio que ele sabe armar um time, dar treinos e variar o posicionamento.
Um treinador é um líder, um cara que sabe extrair o melhor de seus comandados e sabe representar aquela equipe para os seus consumidores, que são os torcedores. Ora, um cara que se porta de modo a descrever uma partida imaginária, que nem o mais benevolente ou fanático torcedor foi capaz de ver, só reforça a impressão de que está vivendo em um universo paralelo e não está enxergando mais nada. Isso aumenta a desconfiança generalizada e vai fazendo até mesmo o elenco diminuir o respeito pelo comandante.
Eu disse aqui mesmo que o problema do Flamengo na Libertadores não era a falta de atitude ou de manha de disputar a competição, era pobreza tática e desempenho medíocre. Deu no que deu. A sina continua, enfim.
Vem aí uma sequência de jogos no Maracanã. Eu seguiria com Jayme em todos eles, até por não ver nenhum Mago Merlin capaz de mudar tudo de uma hora para outra. Mas o Vovô precisa dar uma colaborada, minimizar os erros e, caso dê problema, agir com um pouco mais de franqueza, para mostrar que ainda sabe o que fazer na hora da turbulência.
Agora, se quiserem mudar, que mudem, só que isso não pode desviar o foco do principal: esse elenco de R$ 9 milhões tem toda pinta de que não vai dar conta do recado.
O Flamengo pode até não aspirar grandes coisas em 2014, mas tem a obrigação de ter um desempenho compatível com o tamanho de seus gastos. E para isso é preciso contratar mais e melhores jogadores, já que a turma que está lá inspira pouca confiança.
Enquanto isso, #FORÇAJAYME. Tô contigo, para o que der e vier. Até porque dos Parmeiras nós vamos passar fácil e tudo vai clarear.
Walter Monteiro
Mengão Sempre
12512 visitas - Fonte: Globoesporte.com
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