Clubes continuam endividados e torcem por aprovação do Proforte

2/5/2014 09:30

Clubes continuam endividados e torcem por aprovação do Proforte

Os 23 principais clubes do País terminaram 2012 devendo, juntos, R$ 4,7 bilhões

Clubes continuam endividados e torcem por aprovação do Proforte
SÃO PAULO - Enquanto a CBF vai bem financeiramente, os clubes brasileiros continuam muito mal, com dívidas cada vez maiores. Os 23 principais clubes do País terminaram 2012 devendo, juntos, R$ 4,7 bilhões. E a tendência é de aumento do rombo, com base em alguns balanços do exercício de 2013 já divulgados. O endividamento total do Corinthians pulou de R$ 177,1 milhões para R$ 193,7 milhões. O do Flamengo de R$ 741,7 milhões para R$ 757 milhões.

Com o pires na mão, os clubes pedem socorro e recorrem ao governo. A última tentativa de sanear as dívidas é um programa, o Proforte, que está para ser votado pelo Congresso. O projeto propõe parcelar as dívidas em até 25 anos em troca, entre outros pontos, de responsabilidade fiscal e administrativa.


O problema é que os clubes não são incisivos quanto à sua parte no acordo, o que causa preocupação do governo federal. Na segunda-feira, a presidente Dilma Rousseff, em encontro com jornalistas que teve a participação do Estado, foi dura ao comentar a questão: "Os clubes querem o perdão das dívidas, mas não falam em melhorar a gestão do dinheiro. Isso é inadmissível", disse.


Uma ajuda aos clubes poderá vir de onde pouco se espera: a CBF. Pelo menos foi o que propôs o presidente da Federação Gaúcha de Futebol, Francisco Noveletto, durante o processo eleitoral que culminaria com a candidatura única, e a consequente eleição, de Marco Polo del Nero: que a entidade repasse todo ano um dinheiro às federações para ser repartido aos clubes com base no ranking.

Mas a efetivação do repasse depende de negociação dos presidentes de federação com a CBF. Além disso, o dinheiro seria repartido entre todos os clubes, ou seja, o valor a ser embolsado pelas grandes agremiações será pequeno se comparado com o tamanho das dívidas.

Por isso, os clubes seguem utilizando velhas e discutíveis fórmulas para sobreviver: a venda de jogadores e a antecipação de cotas de televisão. O Santos, por exemplo (dívida de R$ 190 milhões), usou a cota de TV de 2017 para dar como garantia aos investidores que colocaram Leandro Damião no clube.

1383 visitas - Fonte: Estadão


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