Em busca de independência do futebol, Fla investe em 'construção' de esportes olímpicos e tem retorno com basquete

5/5/2014 10:31

Em busca de independência do futebol, Fla investe em 'construção' de esportes olímpicos e tem retorno com basquete

Em busca de independência do futebol, Fla investe em construção de esportes olímpicos e tem retorno com basquete
Após incêndio, clube reformou ginásio que receberá integrantes do comitê olímpico dos EUA em 2016

Ainda hoje carregando a "bandeira" de um esporte olímpico no nome, o Flamengo surpreendeu ao demitir ou não renovar contrato com nomes como César Cielo, Diego e Daniele Hypolito e Jade Barbosa tão logo a diretoria de Eduardo Bandeira de Mello foi eleita, no fim de 2012. A medida simbolizou uma mudança de estratégia: em vez de investir em atletas de peso para obter visibilidade e resultados imediatos, o clube mira um projeto "de construção" dos esportes olímpicos.

Hoje com dez modalidades olímpicas - mais o futsal -, o Rubro-Negro tem como principal objetivo tornar os esportes independentes do dinheiro vindo do futebol. Após "receber" o departamento com um déficit de R$ 16 milhões, o diretor executivo Marcelo Vido garante que a autossustentabilidade total será alcançada ainda no primeiro semestre de 2014.

"Saímos de R$ 16 milhões de déficit quando pegamos o clube em janeiro (de 2013). Com os cortes (de atletas) diminuímos para R$ 5 a R$ 6 milhões. Hoje estão faltando mais ou menos R$ 500 mil para pensar na autossustentabilidade. Faltam algumas coisinhas, como readequar projetos que já estão em Brasília a partir de maio. Acredito que ainda esse semestre consigamos a autossustentabilidade. É um momento muito interessante", afirmou o dirigente, em entrevista exclusiva ao ESPN.com.br.

Além do orçamento destinado aos esportes olímpicos - R$ 15 a R$ 16 milhões, segundo Vido - o sustento das modalidades vem de patrocínios privados e de mecanismos de financiamento público, como o Sistema Nacional de Convênios. Há cerca de duas semanas, o Flamengo aprovou algumas readequações no seu estatuto para receber uma fatia dos R$ 130 milhões referentes a clubes formadores de atletas olímpicos, de acordo com a Lei Pelé.

A verba recebida é aplicada na modernização de estruturas e equipamentos esportivos. À espera da delegação olímpica dos Estados Unidos, que utilizará a Gávea como base de treinamento nos Jogos Olímpicos, o clube concluiu neste mês a reforma do ginásio Claudio Coutinho, da ginástica artística, após um incêndio no fim de 2012. Na natação, o Rubro-Negro está em "standby" para o início das obras de uma piscina de padrão internacional, e pretende fazer outra até 2015. Vido comemora o momento "de construção", e já identifica as novas instalações como parte do legado que a Olimpíada-2016 deixará para o clube.

"Estamos apresentando três projetos em Brasília pelo Sistema Nacional de Convênios. Eles são analisados e podemos receber até R$ 9 milhões em equipamentos. Tem a piscina nova, barcos, equipamentos de ginástica e equipamentos de treino de vôlei, judô e basquete. Essa é uma fonte de financiamento. A outra fonte que existe são os R$ 130 milhões depositados na Confederação Brasileira de Clubes, para clubes formadores de atletas olímpicos (Lei Pelé). Já foi regulamentada como será feita essa divisão e a análise de projetos. O Flamengo está apto a apresentar projetos para buscar uma parte dos recursos, que são para clubes no Brasil inteiro. São várias fontes de financiamento. É um momento interessante em função dos Jogos Olímpicos no Rio. Temos que aproveitar para fortalecer a nossa formação, modernizar os equipamentos. É o legado que os Jogos Olímpicos vão deixar para os clubes formadores, e o Flamengo não poderia deixar de participar disso", completou.

Basquete em evidência
Gilvan de Souza


Em meio a todos os investimentos visando o futuro, Vido admite que, hoje, o retorno esportivo não tem sido particularmente grande na maioria das modalidades olímpicas. Há, no entanto, uma exceção. Em seis anos desde a fundação da Liga Nacional de Basquete, o Flamengo conquistou três títulos nacionais. O clube também é o atual campeão da Liga das Américas, e disputará o Mundial de Clubes ainda este ano. Uma das chaves para o sucesso é o maior investimento em relação às outras modalidades. Ex-jogador da seleção brasileira de basquete, Vido citou a importância do esporte no Brasil e no próprio Flamengo para justificar a estratégia.

"Pela própria representatividade do basquete no Brasil. Tem um investimento maior, uma visibilidade maior. Depois do futebol, o basquete e o vôlei são as duas modalidades com mais visibilidade, e consequentemente você consegue buscar mais patrocínios. Também tem uma importância no Flamengo. Os rubro-negros falam que o basquete é o orgulho da nação", lembrou o dirigente.

Atualmente, o time rubro-negro está nas quartas de final da liga nacional (LNB) e lidera a série melhor-de-cinco contra o Bauru por 2 a 1. O jogo 4 acontece nesta segunda-feira, às 19h (de Brasília), no Ginásio Panela de Pressão, na cidade do interior paulista.

A questão financeira, no entanto, não é o único fator que explica o sucesso do Flamengo. Em agosto de 2012, José Alves Neto chegou a uma equipe que havia sido bicampeã brasileira apenas dois anos antes.O resultado obtido foi ainda melhor: mais um título nacional, além da Liga das Américas. Crítico, o treinador garante que ainda há muito a melhorar, e cita a superação de limites como o objetivo do clube temporada após temporada.

"Para melhorar o que já é bom você tem que estar muito mais fino. Tem que buscar recursos não só financeiros. Para você ter êxito, chegar à excelência, que é o que buscamos, tem toda uma engrenagem. Não adianta ter recurso e não ter planejamento, um corpo físico de atletas e pessoas que trabalham com a modalidade para que você execute o planejamento e usufrua da questão financeira. Não somos perfeitos. Tem muita coisa para melhorar, talvez mais do que o que já está certo. Quando você busca excelência, se você acha que já alcançou isso, os outros que estão no mesmo patamar vão te ultrapassar. Claro que não somos negativos, sabemos que está bom, mas sempre pode ser melhor. O esporte é isso, superação de limites. Sempre vai ter uma limitação, que vamos buscar superar", opinou.

Gilvan de Souza

"A modalidade hoje é muito forte, e acho que a torcida tem uma participação muito grande nas conquistas. Jogar num clube de camisa é completamente diferente de jogar num clube-empresa. Posso falar porque joguei na Telemar, fui até campeão brasileiro lá. Mas é outro astral você entrar no ginásio lotado. E não é uma coisa momentânea, é uma paixão que existe há muito tempo, e outros clubes de camisa poderiam usar essa paixão também. Eu joguei no Fluminense, no Botafogo, e sei que se esses clubes investissem mais os torcedores com certeza compareceriam, e nós poderíamos ter festas muito bonitas até no Campeonato Estadual", concluiu.

1290 visitas - Fonte: ESPN


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