A fase de Hernane é esplendorosa. No Carioca, sete gols em seis jogos. No coletivo na manhã desta quarta-feira, três gols na vitória de 4 a 0 dos titulares sobre os reservas. Mas nem todo mundo está satisfeito com o jogador. Mais precisamente, o incômodo tem nome: Meire, mãe do camisa 9 do Flamengo. Até agora, nenhum dos sete gols marcados na temporada foi dedicado a ela. Baiana, dona Meire mora em São Paulo e passou a mão no telefone para cobrar o filho.

Obediente, o atacante prometeu: o próximo tento será dedicado a ela. O carinho por dona Meire é tanto que o camisa 9 carrega no antebraço direito uma tatuagem com os dizeres "Mãe Amor Eterno". Artilheiro do time na temporada e bem ligado à família, Hernane carrega um estilo diferente de outros "bad boys" que comandavam o ataque do time em temporadas passadas, como Vagner Love, Adriano e até mesmo Ronaldinho Gaúcho.

"Tem que fazer esse gol dela. Já está me cobrando. 'Olha, meu filho, sete gols e nenhum para mim!'. Se sair o próximo gol, vai ser para ela. E vou beijar a tatuagem, sem dúvida", disse Hernane.

A chance de dona Meire ser homenageada contra o Botafogo é grande. A confiança está tão em alta que o próprio Hernane reconhece que os pés estão contando também com a sorte. No confronto diante do Volta Redonda, o atacante perdeu um gol claro quando a partida estava empatada em 0 a 0. Sob protestos, ele conseguiu matar um chute de Renato, girar com a bola e fazer o gol da vitória aos 48 minutos do segundo tempo. Agora, vale tudo para continuar marcando com a camisa rubro-negra.

"A gente procura o que faz no treino fazer também no jogo. Do jeito que a bola está entrando, de cabeça, pé direito, pé esquerdo. Fase boa tem de aproveitar, tem de chutar mesmo. Não só eu, mas todos", completou o jogador.

Vice-artilheiro do Campeonato Paulista em 2012, atrás apenas de Neymar, Hernane vem pagando a dívida que tinha com a torcida rubro-negra desde que chegou ao Ninho do Urubu. Falta, agora, se acertar com dona Meire já contra o Botafogo, no domingo.