Campeonato Brasileiro de 1987, a Copa União, foi uma revolução no futebol do país, pois não só rompeu com as normas ditadas pela CBF, o que já foi um avanço extraordinário, como propôs um novo modelo de campeonato, infinitamente mais racional e lucrativo. Vale lembrar que a entidade, alegando uma crise financeira, desistiu de organizar o campeonato, empurrando a tarefa para o Clube dos 13, que promoveu uma competição enxuta, com média de público de Europa, como jamais havia ocorrido no Brasil.

O problema é que a CBF, pressionada sob o aspecto político, cismou de mudar as regras no meio do caminho, o que contrariava a tudo e a todos, mesmo porque – e isso já é suficiente para contestar a sua intromissão – a entidade não era a organizadora do campeonato. Por isso, estabeleceu-se a confusão que está completando um quarto de século e que criou absurdamente dois campeões, um real, o Flamengo, e outro de mentirinha, o Sport, de Recife.

A Copa União de 1987, a de verdade, foi muito bom sob o ponto de vista técnico, o que se pode perceber na formação titular do time que conquistou o título, o Rubro-Negro carioca, que reuniu 11 craques que antes, durante ou depois defenderam a Seleção Brasileira, cinco dos quais Jorginho, Aldair, que era reserva!, Leonardo, Bebeto e Zinho –, foram campeões mundiais em 1994 nos Estados Unidos.

Aliás, se aquele campeonato – o promovido pelo Clube dos 13 – representou um sucesso em todos os sentidos, também não seria exagero afirmar que o título do Sport em 1987 é a maior mentira dos quase 110 anos da História do nosso futebol. Pena que a intromissão da CBF tenha deixado tal mácula.