"Não é campo para rivalidade", diz dirigente sobre ingressos do Fla-Flu

8/5/2014 10:07

"Não é campo para rivalidade", diz dirigente sobre ingressos do Fla-Flu

Carlos Eduardo Moura explica motivo de Tricolor ter mantido preços populares para o clássico domingo, no Maracanã: "Queremos que o torcedor vá sempre" P

Não é campo para rivalidade, diz dirigente sobre ingressos do Fla-Flu
Com ingressos a R$ 10, torcida do Flu encheu jogo contra Vitória (Foto: Nelson Perez/Fluminense FC)

O Fluminense trata como luta contra a elitização do futebol. O Flamengo olha para suas dívidas e vê como uma importante colaboração financeira a renda dos seus jogos. Antes do clássico do próximo domingo, válido pela quarta rodada do Campeonato Brasileiro, ao menos, venceu o fair play. O troco tricolor foi brando, e a iniciativa de preços populares praticados nas últimas partidas, mantida. Houve um pequeno aumento por conta da importância que varia a cada adversário - de R$ 10 da partida contra o Vitória para R$ 30 agora, um clássico.

No Campeonato Carioca deste ano, os valores das entradas causaram polêmica. A diretoria rubro-negra bateu o pé: ingressos para os setores Norte e Sul (onde ficam as organizadas) custariam R$ 100. E sem vantagem de desconto para donos do plano Sócio Futebol tricolor - somente quem tinha direito a meia-entrada pagou mais barato. Gerou discussão. Em manifestação contrária ao preço, muitos torcedores do Flu evitaram ir ao Maracanã. Esperava-se o troco com altos valores para o próximo confronto entre os rivais, mas o Tricolor rebateu com preços populares, até R$ 30. Os descontos para os sócios do Flamengo, no entanto, não estão valendo desta vez.

- Na verdade, para contar a história completa, começamos o acordo dos dois jogos (do Brasileiro) em condições iguais. Seria R$ 60, e eles não concordaram porque os modelos eram diferentes. Preferiram fazer o que o mandante escolhesse, da melhor forma. E entendemos que nessa área não é campo para rivalidade - explicou o gerente de arenas do Flu, Carlos Eduardo Moura.

Na verdade, caso o Fluminense decidisse aumentar os valores do lado rubro-negro, precisaria também elevar para os seus torcedores.

- Pelo direito do consumidor não posso vender para os mesmos setores por preços diferentes. São setores isonômicos. Só muda o lado, mas o número de lugares é igual, a visão é a mesma. Só se colocasse o Flamengo como visitante. Mas é um caminho sem volta, e o primeiro que fizer mata os clássicos. Não queremos carregar esse ônus. Achamos melhor praticar o que combinamos.

No último fim de semana, com preço a R$ 10, o Fluminense jogou para um público de 44.975 pagantes e lucrou R$ 169.870,97 de uma renda bruta de R$ 609.195,00 - ou seja, 27,89%. No domingo, o Flamengo teve um público de 16.318 pagantes e lucrou R$ 223.518,81 de um total de R$ 763.125,00. O clube ficou com 29,2% da renda antes da penhora no valor de 33.527,82 - o valor final, após a penhora, foi de R$ 189.990,36 e 24,89%.

O presidente Eduardo Bandeira de Mello não quis polemizar sobre a divergência de posição das duas diretorias com relação aos preços dos ingressos, mas defendeu os valores mais elevados praticados pelo Rubro-Negro.

- Não me cabe discutir a política do Fluminense, que é livre para praticar o preço que quiser. O que posso dizer é que se o Flamengo praticasse esses preços, teria prejuízo em todos os jogos. Assim, teríamos problemas para pagar a folha e impostos, que temos pagado religiosamente em dia. Não queremos comprometer essa política por conta de fazer algo mais popular com preço de ingressos. Reconhecemos que a situação do Rio é peculiar. Há uma lei de gratuidade, que não fomos nós que criamos. Temos que convir que 80% da população carioca paga meia-entrada, e nosso programa de sócio-torcedor foi criado para isso, para criar fidelização. Mas respeitamos muito a política do Fluminense, não quero dar palpite. Se isso é bom para ele, cabe a cada um avaliar.

O acordo dos clubes com o consórcio que administra o Maracanã é diferente. O Flu recebe os valores pela venda de ingressos dos setores Norte e Sul (atrás dos gols), livres de despesa com aluguel do estádio. Já o Rubro-Negro divide a arrecadação de venda de bilhetes, bares e camarotes, mas também reparte as despesas. Satisfeito com o modelo adotado, Carlos Eduardo Moura pretende manter a política.

- A gente quer que o torcedor vá sempre, como se fosse um culto. Se as coisas são difíceis com a torcida, sem a torcida é pior ainda. É fundamental estar com a gente, um ambiente perfeito para qualquer relação.

Com o estádio cheio, o dirigente, junto com os cartolas do Flu, pretende tornar iniciativas de marketing mais frequentes para lucrar mais com a participação dos tricolores no estádio. Após a Copa do Mundo, quando o Brasileiro retornar, o gerente de arenas pretende trazer novidades, ainda sem revelá-las. São reivindicadas também com o consórcio alterações para evitar filas nos dias dos jogos para a troca de ingressos comprados pela internet.

1029 visitas - Fonte: Globoesporte.com


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