Imprevisível

9/5/2014 11:02

Imprevisível

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Sempre fico cabreiro quando os inteligentes encaram uma partida de futebol específica como uma forma de dar lições, punir condutas condenáveis ou extrair do resultado da partida uma edificante moral da história, porque geralmente dá merda. Ô coisa chata. Futebol não se presta pra essas coisas.

Vejam o Fla x Flor de domingo, que apesar de ser desde 1997 um confronto interdivisional que se houvesse lei nessa terra só poderia ser disputado no âmbito do nosso carioqueta ou em amistosos intergênero, não deixa de ser um derby prenhe de tradição, pedra fundamental da cultura urbana nacional, o mais charmoso (ui!), o mais documentado, o mais histórico, o mais exaltado e ravissant dos clássicos.

E é exatamente o tipo do jogo no qual os creontes em punições divinas esperam que a bola seja um látego a castigar os malefícios dos ímpios e a covardia dos vis. Esperam que o Flamengo, como arquétipo do Bom, do Belo e do Justo seja o carrasco do Florminense e da sua contumácia em disputar campeonatos em divisões as quais não pertence por direito. Carrasco, mas que presepada. Lavar uma roupa na mão, mesmo as de tecidos mais delicados, ninguém quer.

Alguém aí já estava vivo nos campeonatos brasileiros de 97, 98 e 2000? Não me lembro e não estou com saco de pesquisar se nesses campeonatos o Flamengo enfrentou as moças de Laranjópolis, mas se o embate aconteceu se deu em condições análogas ao que travaremos no domingo.

Onde o Flamengo, reconhecidamente o mais honesto do Mundo e um dos mais honestos do Brasil, participante das primeiras divisões desde 1912, jogará contra um time safado, rebaixado em campo, guindado à elite do futebol brasileiro na base da canetada e do tráfico de influências escancarado que se pratica sobre os tapetes dos tribunais, tradições já seculares aqui na Terra de Vera Cruz. Admitamos que é muito simbolismo junto, mas o que esse simbolismo todo significa?

Não significa nada. Porque o Fla-Flu não tem que simbolizar nada além de si mesmo. E já é muita coisa. Tirem o seu cavalinho da chuva os que pretendem anabolizar o clássico com as últimas peripécias do Pequeno Príncipe e a Jiboia no Planeta STJD. Vamos deixar os caras jogarem só futebol. O Fla x Flor não será um round da luta entre o bem e o mal, será apenas um clássico regional da 4ª rodada do Brasileiro. Os dois times se enfrentarão por 3 pontos e é só. Valor nominal de uma vitória no domingo (estimativa): 4 mariolas e 2 chicletes de uva.

O Flamengo precisa vencer e tem bons motivos para justificar sua necessidade, mas se ganhar geral vai falar que não fez mais do que a obrigação. Afinal, PQP o Florminense é a vergonha do Brasil. Além do mais, como é na 4º rodada, as moças nos enfrentarão em plena flagrância da delinquência, com as mãos ainda pingando o sangue da Portuguesa, sua última vítima.

Mas cá pra nós, tirando o Jayme, o Wallim e o Pelaipe, cujas orelhas ficarão ainda mais vermelhas do que já estão, se o Mengão empatar ou perder pra esses buxas não será nenhuma catástrofe. O resultado do Fla x Flor não vai mudar nada nas nossas vidas ou na do Flamengo e nem definirá coisa alguma no campeonato. É só mais um jogo de um campeonato chato pra cacete que já começou todo errado com o wild card pro Flor.

Todo mundo diz desde do ano passado, com a candura dos criacionistas, que o elenco do Flor é superior ao do Flamengo. Caô, futebol não se joga com nomes no papel. Em nenhum campeonato disputado pelos dois times o elenco superior de Laranjópolis conseguiu chegar na frente dos mulambos da Gávea, segundo alguns çábios o pior time da história do Flamengo.

O Florminense, sejamos sinceros, sempre faz jogo duro com o Flamengo. Mas somos nós que temos a vantagem no confronto direto, no número de títulos, só perdemos mesmo em número de rebaixamentos. E a história do clássico comprova que quanto mais na lama estiverem mais trabalho nos darão as moças. Portanto esses favoritismos conquistados em coluna esportiva só servem mesmo pra embrulhar peixe e forrar gaiolas assim que a bola começa a rolar no Maracanã.

Dizem que Jayme vai colocar o Mugni desde o começo, o que considero um bom sinal. Por outro lado ouvi sérias ameaças de que Leo Moura voltará a ocupar seu cargo, o que pode ser bom ou ruim. Principalmente pra ele mesmo. Se jogar bagarai Leo Moura será louvado e exaltado como um exemplo de atleta longevo que soube manter a qualidade. Mas se jogar como ultimamente dirão, não sem um pouco de razão, que é um velho forçando a barra em uma posição em que o vigor físico é indispensável e que já devia ter encerrado a carreira há muito tempo.

Consigo me colocar no lugar do Leo Moura, que acima de tudo tem longa ficha de serviços prestados à nossa causa. Deve ser muito duro ter que ouvir esse tipo de crítica quando mal se chegou aos 35 anos. Mas não tão duro quanto contar os 300 mil quilos de alcatra que batem na conta todo mês, jogue bem ou jogue mal. Não temos como saber como o Leo Moura estará no domingo, temos que esperar pra ver o que vai rolar. Isso vale também pro resultado do Fla x Flor do Dia das Mães. O melhor desse clássico é mesmo a sua imprevisibilidade.

Mengão Sempre

923 visitas - Fonte: Globoesporte.com


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