Cristóvão orienta Gum e Elivélton: zaga tricolor cresceu com o novo comandante (Foto: Nelson Perez/Fluminense F.C.)
Considerada pelos torcedores o calcanhar de Aquiles do Fluminense, a zaga não recebeu nenhum reforço em 2014, mesmo com a posição da diretoria de concentrar as buscas em atletas para o setor. Renato Gaúcho não conseguiu dar a proteção adequada ao time com o sistema de três volantes e acabou demitido. Mas a chegada de Cristóvão Borges mudou esse panorama.
Números, embora frios, refletem o bom momento do sistema defensivo tricolor. Desde que assumiu como treinador, Cristóvão dirigiu o Fluminense em cinco jogos, com quatro vitórias e uma derrota. O mais importante? A equipe levou apenas dois gols, ambos no último jogo do Brasileirão, diante do Vitória.
Embora o campeonato e o trabalho de Cristóvão ainda estejam em fase inicial, o Espião Estatístico recolheu dados relevantes das três rodadas iniciais do Brasileiro que mostram a subida rápida de rendimento da defesa tricolor, que será posta à prova neste domingo, no clássico contra o Flamengo, às 16h, no Maracanã.
O segredo não está somente no trabalho dos defensores, mas sim na marcação intensa desde o ataque. O camisa 9 Fred tem corrido mais do que o normal para pressionar as saídas de bola. Além disso, o time como um todo vem encurtando o espaço do adversário. Em vários lances do jogo contra o Palmeiras, por exemplo, havia dois marcadores para cada jogador do Verdão que estava com a bola.
Esses elementos tornaram o Fluminense o time que menos sofreu finalizações entre os 20 da Série A: apenas 22 em três rodadas, uma média de 7,33 por partida. Melhor: das 22 finalizações, apenas sete alcançaram a meta de Diego Cavalieri, ou 2,33 por jogo. Duas acabaram em gol. Antes da partida contra o Vitória, o Fluminense havia sofrido apenas duas finalizações certas em dois jogos, uma marca impressionante.
Reconhecido por ter uma bola parada forte no ataque, com diversos batedores e bons cabeceadores, o Fluminense se aprimorou no jogo aéreo defensivo. Até o momento, nenhum adversário conseguiu finalizar de cabeça uma única vez contra o gol tricolor. No Brasileiro de 2013, o time das Laranjeiras levou nove gols de cabeça, o que representa 21% dos 43 gols sofridos.
Além da forte marcação, a defesa do Fluminense tem mostrado ótimo posicionamento e sincronismo para deixar os adversários em impedimento: foram 11 em três partidas, a segunda melhor marca da competição.
O técnico Cristóvão Borges disse estar feliz com a volta por cima que a zaga tem dado, mas não entrou em detalhes quanto ao método de marcação que tem exercitado nos treinos, alguns deles secretos.
- Quando cheguei, o time, e muito mais a defesa, eram criticados. Faz parte da nossa filosofia, é a nossa maneira de jogar. Ter conseguido isso é positivo. Vamos continuar atentos para conseguir mais, pois todos se conhecem no campeonato. É difícil surpreender. Se você consegue esconder algo, é melhor. Se mantivermos essa regularidade, estaremos na ponta da tabela - afirmou.
Embora seja um clássico, a tendência é que o Fluminense ataque mais que o Flamengo, já que finalizou mais que o arquirrival nas três primeiras rodadas: 54 vezes contra 34.
Porém, o Rubro-Negro teve aproveitamento melhor quando chegou ao ataque: marcou um gol a cada 8,5 finalizações enquanto o Tricolor precisou de 10,8 finalizações para cada gol. Será um grande teste para a zaga tricolor comandada por Cristóvão Borges.
*A equipe do Espião Estatístico é formada por: Bruno Marques, Guilherme Marçal, Igor Gonçalves, Leandro Silva, Thiago Quintella e Valmir Storti.
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