Gustavinho arremessa observado por Sidão e Laprovittola (Foto: Guilherme Peixinho / Divulgação Mogi)
Ninguém queria perder a despedida do Flamengo do Tijuca nesta temporada. Com o ginásio que até então só fora palco de três derrotas rubro-negras no NBB 6 transbordando de gente, muitos acabaram ficando do lado de fora. Dentro, o que se viu foi um jogo equilbrado até o fim, com baixo aproveitamento ofensivo de ambos os lados. Nos minutos finais, melhor para o Mogi das Cruzes, liderado por um endiabrado Gustavinho, de apenas, 1,78m.
Com méritos, a equipe paulista desbancou o atual campeão brasileiro e das Américas e empatou a série semifinal melhor de cinco em 1 a 1. Com a vitória por 69 a 65 (30 a 35), os comandados do espanhol Paco García forçam, no mínimo, a quarta partida.
Se Gustavinho ditou o ritmo ofensivo com sete assistências e nove pontos, igualmente importantes foram Toledo e Jeff Agba, cestinhas da partida, com 15 pontos cada. Toledo ainda foi decisivo num fundamento que muito contribuiu para a vitória mogiana: apanhou 13 dos 41 rebotes da equipe.
- A gente tem sorte que o time pode jogar de muitas maneiras. Pode jogar com jogadores altos, jogadores baixos. E foi difícil, a gente sabe que tirar uma vitória daqui é muito complicado, mas o nosso time é guerreiro, é trabalhador. Agora temos dois jogos em casa e vamos trabalhar bastante para conseguir essas vitórias - analisou o ala-pivô Toledo, único jogador a alcançar um duplo-duplo na partida.
Do lado do Flamengo, chamou a atenção o péssimo aproveitamento ofensivo: 39,4% contra 46% dos visitantes. Com 12 pontos e sete assistências, Laprovittola foi o mais eficiente na noite atípica de nomes como Marcelinho (oito pontos e 22,9% de aproveitamento) e Marquinhos (11 pontos e 28,2% de aproveitamento). Para piorar, o time rubro-negro pegou dez rebotes a menos que o rival: 31. Apesar do revés, os jogadores do Flamengo foram aplaudidos ao fim do jogo.
- Se fosse o quinto jogo, a gente poderia estar chorando aqui, mas a série ainda não acabou. Vamos entrar novamente para ganhar dois jogos, como fizemos contra Bauru - disse o técnico José Neto.
As duas equipes voltam a se encontrar no próximo sábado, às 20h30, no ginásio Professor Hugo Ramos, em Mogi das Cruzes. O jogo 4, no mesmo local, será na próxima segunda-feira e, se necessário, o quinto duelo será na Arena da Barra, no Rio de Janeiro, no dia 24. Quem chegar à terceira vitória garante vaga na final do dia 31 contra o vencedor de Paulistano x São José.
Arrasadores. Assim foram os quatro minutos iniciais do Flamengo no primeiro quarto. Com Marcelinho muito bem marcado por Filipin, Laprovittola e Marquinhos comandaram a corrida de 13 a 2 que obrigou o técnico Paco García a pedir tempo para o Mogi.
A parada surtiu efeito para os visitantes. Se as bolas dos donos casa pararam de cair, as de Mogi voltaram a balançar a rede do Tijuca, completamente tomado. Muitos torcedores, aliás, ainda enfrentavam a fila do lado de fora do ginásio e não viram a reação do time paulista, impulsionada pelos alas Toledo e Filipin. Com uma sequência de 7 a 0, a equipe paulista diminuiu o prejuízo para 13 a 9. Ao contrário do técnico espanhol, o rubro-negro José Neto deixou a partida seguir.
Sorte do treinador do Flamengo que Laprovittola continuou com a mão quente até o fim do período, com sete pontos. Jerome Meyinsse, com a mesma pontuação do armador, também entrou no jogo, que a essa altura era completamente parelho. Mogi chegou a virar o placar para 16 a 15 mas, no fim do período, com pontos do pivô americano e do hermano, melhor para o time carioca: 19 a 16.
Gustavinho busca o passe no ataque de Mogi: armador teve ótima atuação (Foto: Guilherme Peixinho / Divulgação Mogi)
O nervosismo era visível, e os erros, mais ainda. Neto mexeu por atacado e colocou Gegê, Shilton e Tony Washam nos lugares de Marcelinho, Meyinsse e Olivinha. Paco García usou a mesma tática. Entraram Jeff Agba, Jefferson Campos e Ted; saíram Sidão, Jason Smith e Filipin. As mexidas, entretanto não mudaram muito o panorama da partida.
A diferença de três pontos no placar da parcial - 9 a 6 a favor do Flamengo -, a menos de cinco minutos do fim, era a mesma do fim do primeiro quarto. Menos paciente, Paco García pôs Filipin e o gigante de 2,15m Sidão de volta. Mas o pivô ficou pouco tempo em quadra. Num ataque de Mogi, ele deu uma cotovelada em Shilton, foi punido com uma falta antidesportiva e imediatamente sacado pelo treinador espanhol. Contrariado, saiu reclamando com o técnico e por pouco o clima não esquentou.
Já com lotação completa, as arquibancadas é que pegavam fogo. Os rubro-negros tentavam corresponder em quadra, mas os erros continuavam prevalecendo, principalmente no setor ofensivo. O jogo só não engrossou de vez porque o aproveitamento de Mogi nos arremessos de quadra (35,9%) era um pouco pior que o do Flamengo (41 %). Com sete pontos e quatro rebotes, Agba foi um dos poucos que se salvaram no período. No entanto, mesmo sem serem brilhantes, os donos da casa conseguiram aumentar a diferença para cinco pontos (35 a 30) no fim do primeiro tempo.
GUSTAVINHO BRILHA, GEGÊ RESPONDE
Mogi voltou do intervalo mais ligado, e, de cara, Gustavinho calou o ginásio do Tijuca numa ponte aérea sensacional com o americano Jeff Agba. Mas foi do pivô Daniel Alemão a cesta que recolocou a equipe paulista à frente do marcador. Numa noite apagada, Marcelinho voltou para o banco na metade do quarto e não gostou.
Mogi seguiu melhor e abriu quatro pontos – sua maior vantagem – num arremesso de três pontos de Gustavinho, a menos de quatro minutos do fim do terceiro quarto. Imediatamente, Neto parou o jogo. O pedido de tempo acalmou os ânimos dos donos da casa. Com Marquinhos e Washam, de três, o Flamengo retomou a liderança.
O jogo pegou fogo de vez, e o nervosismo tomou conta das duas equipes. Numa repetição da infração de Jeff Agba no segundo quarto, Meyinsse acertou uma cotovelada em Toledo e também foi punido com uma falta antidesportiva. Filipin foi para linha de lance livre. O barulho era ensurdecedor, e o ala paulista converteu apenas o segundo arremesso para deixar tudo igual.
Foi a vez de Gegê entrar em ação. No primeiro lance, o armador roubou uma bola e deixou Marquinhos livre para colocar o Flamengo na frente novamente. Na jogada seguinte, foram dele os dois pontos que aumentaram a diferença para quatro. Só que Toledo matou uma linda bola de três no estouro do cronômetro e diminuiu o prejuízo para apenas um pontinho: 51 a 50.
Ginásio do Tijuca lotou para o último jogo do Flamengo no local na temporada (Foto: Gilvan de Souza / Flamengo)
A VIRADA
Com Marcelinho e Shilton de volta, o Flamengo voltou melhor para o último período. Numa corrida de 6 a 0, o time rubro-negro abriu 57 a 50 e parecia que iria desencantar nos 10 minutos finais. Mas a noite definitivamente não era das melhores tecnicamente. Mogi errava menos e voltava a passar à frente com Jeff Agba, a pouco menos de quatro minutos do fim do jogo.
A diferença aumentou com Jason Smith, de três. Shilton deu o troco numa cravada e levantou a galera, mas Daniel Alemão voltou a aumentar a vantagem num tapinha. O jogo era lá e cá, e o Flamengo passou a fazer faltas para ganhar tempo. Na penúltima delas, Toledo errou os dois lances livres, mas Mogi apanhou mais um rebote, e o próprio Toledo converteu mais dois pontos (68 a 65). Empurrado pela torcida, o Fla teve duas oportunidades de empatar em cestas de três, mas Marcelinho e Marquinhos amassaram o aro, como na maior parte da partida. E ainda houve tempo para Filipin converter um lance livre e fechar a conta: 69 a 65.
Escalações:
Flamengo: Laprovittola (12), Marcelinho (8), Marquinhos (11), Olivinha (6) e Jerome Meyinsse (11). Entraram: Gegê (4), Washam Jr. (3), Shilton (10) e Cristiano Felício (0). Tec: José Neto.
Mogi: Gustavinho (9), Filipin (9), Toledo (15), Daniel Alemão (8) e Sidão (2). Entraram: Smith (11), Jefferson Campos (0), Patekoski (0) B.Simões (0) e Jeff Agba (15). Tec: Paco García.
AS PARCIAIS
1º quarto: Flamengo 19 x 16 Mogi
2º quarto: Flamengo 16 x 14 Mogi (35 x 30)
3º quarto: Flamengo 16 x 20 Mogi (51 x 50)
4º quarto: Flamengo 14 x 19 Mogi (65 x 69)
A SÉRIE
Jogo 1 - 12/05 - 19h - Flamengo 88 x 82 Mogi - Tijuca Tênis Clube
Jogo 2 - 14/05 - 20h - Flamengo 65 x 69 Mogi - Tijuca Tênis Clube
Jogo 3 - 17/05 - 20h30 - Mogi x Flamengo - Ginásio Hugo Ramos
Jogo 4 - 19/05 - 19h - Mogi x Flamengo - Ginásio Hugo Ramos
Jogo 5 - 24/05 - 17h - Flamengo x Mogi - Arena da Barra*
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