Em 15 de setembro de 2010, durante uma vitória do Santos por 4 a 2 sobre o Atlético-GO, na Vila Belmiro, Neymar foi proibido de cobrar um pênalti pelo seu técnico na época, Dorival Júnior. Inconformado, o atacante discutiu com o treinador e o capitão Edu Dracena. Mais de dois anos depois, o antigo comandante não guarda mágoas do incidente.

- Aquele episódio serviu para um crescimento profissional nosso, meu e dele. Eu via tudo o que acontecia com ele, todo o assédio. Foi uma coisa absurda, de uma hora para outra. Você precisa compreender esse tipo de situação - disse o treinador, hoje no Flamengo, em participação no "Redação SporTV".

Na opinião do treinador, a vida de Neymar mudou completamente em um tempo muito pequeno e isso causou o incidente.

- Em janeiro de 2010, eu encontrei com o Neymar passeando em um shopping. Era um garoto normal, ele andava tranquilamente. Em abril, terminava o treino do Santos, tinha um helicóptero parado, pronto para levar o garoto para um evento no Rio ou em São Paulo. Como um menino pode suportar tudo isso aos 18 anos?

Depois da discussão, Neymar foi multado e afastado da partida contra o Guarani, três dias depois. No entanto, na terça-feira dia 21, Dorival Júnior deixou a Vila Belmiro e o atacante foi escalado para o jogo seguinte, o clássico contra o Corinthians. O técnico lembra que viveu um dilema se relacionava ou não o jogador.

- Nós tiramos o Neymar do jogo contra o Guarani e, na quarta-feira, tinha clássico contra o Corinthians. A imprensa de Santos já estava preparada para me criticar, dizendo que eu não teria a mesma atitude contra o Corinthians, uma equipe que estava bem no campeonato. Você não sabe para onde correr, perde a noção de certo ou errado. Você não sabe se a atitude é mesmo correta ou se você está prejudicando o clube.