Foram 10 minutos de uma apetitosa vibração e uma breve impressão de que o trem poderia estar andando nos trilhos, pelo menos por hoje. Pois tinha que andar. O Flamengo fez o gol com essa cara. Numa jogada aparentemente perdida, Everton tomou a frente de dois marcadores, cruzou para a área. Com muita vontade, Paulinho meteu a cabeça na bola e
abriu o placar. Fazia um a zero com onze minutos de jogo.
Mas era só. Era o limite de uma equipe limitada, que insiste em se limitar ao ridículo, à mesmice, ao pouco caso.
Que pouco caso!
A vibração tinha validade de um gol. E após ele, era como aceitar o que viesse, o que o acaso impusesse, o que a competência do Bahia permitisse. Ou, ainda, até onde a camisa jogasse e a bola não quisesse punir.
Tava mais pro acaso, pra camisa, pra bola.
O Bahia chegava mais, e com mais perigo. Finalizava muito. André Santos incansável no que se propunha a fazer. Absolutamente eficiente em seu objetivo. Cumpriu seu papel de covarde e omisso mais uma vez. O lado esquerdo ocupado por ele era uma avenida gigantesca.
Seria cômico se não fosse tão grotesco!
O acaso atuava em conjunto com a camisa… A tal camisa. Mas ela não seria capaz de suportar tanta incompetência de quem a vestia. Porque, ainda que gigante e de um poder soberbal e astronômico, há de convir o momento certo de atuar. E isso inclui merecimento.
E não. O Flamengo não merecia. Porque assim como a camisa salva, a bola pune. A camisa jogou até a bola ser mais forte e punir, no último lance, a equipe que omitiu e abriu mão de trará-la bem.
Responsabilizar Gilberto Rodrigues Castro Junior pelo resultado é, de certa forma, coerente e aceitável. Inverter uma falta na entrada da área a dois minutos do fim da partida é ter muita vontade de aparecer. Mas, entendamos o lado do Sr. Gil: com essa face e com um vergonhoso trabalho, a única forma de aparecer é assim mesmo.
O árbitro errou. Ponto. Mas não. A culpa não foi dele, ainda que ele quisesse.
Se o Flamengo optou por jogar esse futebol mesquinho, assumiu o risco de ser punido por um erro de forças terceiras. E nesse momento, achar que o único culpado é o árbitro é assumir um papel bizarro de covardia.
Faltam palavras, jogadores, explicações, técnico, presidente, diretoria, vice-presidente, diretor, executivo, lateral-esquerdo, lateral-direito, primeiro volante. Atacante, goleiro, time, meia, flamengo. Falta atitude. Falta Flamengo. Sobram perguntas.
Onde fostes, Flamengo?
Levar doces para vovozinha?
De toda forma, cuidado!
A estrada é bem longa, o caminho é deserto.
E o lobo mau…
Passeia aqui por perto.
Srn,
Pedro Caruso.
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