Arthur, do Flamengo, com a mãe, os primos e o irmão Netinho, ex-Guarani de Juazeiro (Foto: Netinho / Arquivo Pessoal )

O jovem atacante Arthur estreou pelo Flamengo no clássico com o Flu , na quarta rodada da Série A. No empate do rubro-negro carioca com o Bahia, na última quarta-feira, lá estava o garoto na equipe de Ney Franco, dessa vez substituindo Víctor Cáceres. Arthur é irmão do meia Netinho, que este ano jogou o Campeonato Cearense pelo Guarani de Juazeiro e depois foi para o Iguatu, onde fez três jogos pela equipe, que acabou rebaixada para a terceira divisão do estadual. O atacante deseja mais e se diz honrado em defender o clube do Rio de Janeiro.

- É legal jogar em um clube como o Flamengo, é o sonho de qualquer jogador. Estou realizando um sonho não só meu, mas de toda a minha família. Tenho de ajudar as pessoas que me ajudaram. Vou fazer de tudo para permanecer aqui e conquistar coisas grandes - garante Arthur.

Em Barbalha, cidade no interior do Ceará onde nasceu, a família não somente ficou nervosa, como aprovou a atuação do jogador na estreia, quando ele entrou no decorrer do segundo tempo, no lugar de Lucas Mugni. Aos 28 anos, com clubes como Guarany de Sobral, Cianorte e Salgueiro no currículo, o meia Netinho se diz orgulhoso pelo desempenho do irmão.

- Acho que ele vem mostrando que tem futebol para estar no Flamengo. Ele fez um bom trabalho no Sul e não à toa está onde está. Desejo que ele seja feliz e possa ter mais chance de jogar para mostrar que tem bom futebol - afirma Netinho.

NERVOSISMO E ORGULHO EM FAMÍLIA

Arthur deixou Barbalha com 14 anos e, antes de vestir a camisa do Fla, pasou por Iraty, Londrina, Paraná (por empréstimo), Coritiba e Figueirense. Destaque do Londrina no estadual deste ano, com oito gols somados, o cearense chegou ao rubro-negro carioca sob elogios do ex-treinador Jayme de Almeida e fica até o fim do ano. As atuações do garoto também agradam ao tio José Nascimento, que ficou responsável por dar conselhos ao jogador de 21 anos, depois do falecimento do pai do atacante.

- A gente fica (nervoso). Converso com algumas pessoas da cidade de Barbalha, e ele foi o único daqui que chegou a um grande clube. O pai dele faleceu, eu assumi isso de falar de responsabilidade, de compromisso com o grande clube em que está - explica o tio.


Arthur no treino do Fla (Foto: Gilvan de Souza)

A mãe do atacante, a dona de casa Socorro Nascimento, também monitora os passos do filho. A família, por sinal, faz questão de se reunir para assistir aos jogos. O tio José Nascimento foi além e procurou também saber as impressões do técnico Jayme de Almeida após estreia do cearense.

- Eu tive a preocupação de ver o que o treinador falou. Ele disse que Arthur foi de razoável para bom. A gente entende que ele deve ter entrado nervoso. Ele sabe da expectativa do povo barbalhense. Esperamos que ele jogue um futebol de qualidade. Sinceramente, peço a Deus por ele, quero que ele jogue bem e que, um dia, possa ser reconhecido como grande no Brasil.

Se depender de Arthur, a titularidade é a meta. E o compromisso, claro, é ajudar o Flamengo a melhorar o desempenho neste Brasileirão. Em seis jogos, são apenas cinco pontos conquistados.

- A equipe tem muita qualidade. No jogo com o Bahia, tentamos fazer o segundo gol, mas não conseguimos. No final, o árbitro acabou prejudicando a gente em uma falta que não houve. Agora, já foi e é pensar no Santos para buscar três pontos fora. A gente fica no banco ansioso para entrar. Mas estou procurando trabalhar da melhor forma para agarrar a oportunidade - finaliza.