Semana passada relembramos grandes esquadrões da história do Fluminense. Hoje continuamos com os times cariocas e vamos relembrar grandes equipes do time que possui a maior torcida do Brasil, o Flamengo! Aprecie.
1. Flamengo 1939-1944: o surgimento do time de massa e o primeiro tricampeonato
Títulos: Campeonato Carioca: 1939, 1942, 1943 e 1944.
O inicio do profissionalismo do futebol carioca nos anos 30 marcou o forte crescimento de estrutura e torcida do Flamengo. Além da melhoria na parte social, o que mais contribuiu para o forte crescimento em popularidade foram as contratações de Domingos da Guia e Leônidas da Silva em 1936. Mesmo com os dois astros do futebol brasileiro nos anos 30 o Flamengo amargaria três vices seguidos e só levantaria o Estadual em 1939, quando também estaria presente o jovem jogador Zizinho. O jovem jogador assumiria de vez a condição ídolo e craque com a saída de Leônidas em 1941.
Com um time que contava com Newton e Biguá na zaga ao lado de Domingos da Guia, e uma linha de frente formada Zizinho, Pirillo, Perácio e Vevé o Flamengo reinaria no Campeonato Carioca no inicio dos anos 1940 com um tricampeonato. Em 1942, só teria 4 derrotas e seriam campeão depois de uma vitória por 4 a 0 contra o Botafogo e um empate por 1 a 1 contra o Fluminense na última rodada, o time venceu 20 dos 27 jogos, com 87 gols marcados e 29 sofridos.. Em 1943, o bicampeonato veio com estilo e goleadas nas últimas rodadas: 6 a 2 no Vasco e 5 a 0 no Bangu. Em 1944, veio o tricampeonato com direito a 6 a 2 sobre o Fluminense e o título ganho sobre o arqui-rival Vasco com vitória por 1 a 0.
2. Flamengo 1953-1955: O Rolo Compressor e o segundo tricampeonato
Títulos: Campeonato Carioca: 1953, 1954 e 1955
Após o tricampeonato dos anos 40, o Flamengo foi caindo de produção, muito devido a saída de vários jogadores, principalmente de Zizinho, que foi vendido ao Bangu em uma das piores negociações da história do rubro negro. O time viu o crescimento do rival Vasco e virou coadjuvante no Rio, mas tudo mudou com a chegada do técnico paraguaio Fleitas Solich. Solich soube aproveitar o excelente elenco que tinha para uma tática de jogo simplesmente mortal. Com um ótimo trio de meias polivalentes, Servílio, Dequinha e Jordan, e um ataque jovem, rápido e de movimentação, Zagallo, Rubens, Evaristo de Macedo, Índio e Dida, o paraguaio armou a equipe no clássico 2-3-5 da época, tática que privilegia o futebol ofensivo, de rápido toque de bola, movimentação e marcação pressão, e que caiu como uma luva para explorar o futebol dos pontas Dida e Zagallo e do meia-atacante Evaristo de Macedo.
Em 1953, conquistou o título carioca que não vinha desde 1944. Foram 21 vitórias, quatro empates e apenas duas derrotas em 27 jogos, com 77 gols marcados (melhor ataque) e 27 sofridos (melhor defesa). Na temporada inteira a equipe teve 31 vitórias, 20 empates e nove derrotas em 60 jogos, com 151 gols marcados. Em 1954, o bicampeonato com 19 vitórias, seis empates e duas derrotas em 27 jogos, com 64 gols marcados e 27 sofridos,.
Benítez e Evaristo fizeram 24 gols cada. O futebol do rubro-negro chamaria a atenção de todo o país, e três jogadores da equipe seriam convocados para a Copa do Mundo na Suíça. O time ainda conquistaria o Torneio Internacional do RJ com vitórias de 5 a 2 sobre o Fluminense e 4 a 1 no La Coruña. Em 1955, o time entraria de vez para a história ao conquistar o segundo tricampeonato carioca da história do clube, com várias goleadas (inclusive um 6 a 1 no Fluminense) e título ganho no jogo final contra o América por 4 a 1, todos os gols de Dida. O time ainda conquistaria dois torneios amistosos: Troféu Eurico Gaspar Dutra, com vitória por 3 a 2 contra o Nacional-URU e o Torneio Internacional do RJ, com vitórias de 2 a 1 sobre o Racing-ARG e 3 a 0 no Independiente, além de vitórias em amistosos, como o 4 a 1 sobre o Estrela Vermelha-IUG e 3 a 2 no Peñarol em Montevidéu. Foram 43 vitórias, 7 empates e 11 derrotas em 61 jogos naquele ano, com 164 gols marcados e 80 sofridos.
Posteriormente, as saída de jogadores como Zagallo e Evaristo, e principalmente do técnico Solich, fariam a equipe cair de produção.
3. Flamengo 1961-1963: O Rolo Compressor – parte 2
Títulos: Torneio Octogonal Sul-americano: 1961; Torneio Rio-São Paulo: 1961; Campeonato Carioca: 1963.
Solich voltou ao comando do Flamengo em 1960 para voltar a colocar o rubro-negro no caminho das vitórias em uma época dominada pelo Botafogo. Jordan, Dida e Babá eram os remanescentes da equipe do tricampeonato dos anos 1950, e juntos deles estava o seguro goleiro Ari, o goleiro Jair, o atacante Henrique e o fantástico meia esquerda Gérson. No inicio de 1961, a equipe jogou um torneio amistoso com o nome de Octagonal de Verão, que reuniu duas equipes paulistas, duas cariocas, duas argentinas e duas uruguaias. O time foi campeão vencendo o Corinthians por 2 a 1, São Paulo por 3 a 2, o Nacional-URU por 1 a 0, Cerro-URU 2 a 0 e o River, em plena argentina, por 1 a 0. As derrotas para Vasco e Boca não impediram aquela que umas maiores conquista da história do clube. Esta mesma base também conquistaria o primeiro e único Torneio Rio-São Paulo da história do Flamengo. Um dos principais torneios do Brasil na época, o Flamengo conseguiu avançar a fase final e conquistar o título regional vencendo Palmeiras por 3 a 1, Corinthians por 2 a 0 e o Santos de Pelé por sonoros 5 a 1, com 3 gols de Gérson. O time encerraria este curta trajetória de glórias com o título carioca de 1963.
4. Flamengo 1978-1983: A Era Zico
Títulos: Mundial Interclubes: 1981; Taça Libertadores da América: 1981; Campeonato Brasileiro: 1980, 1982 e 1983. Campeonato Carioca: 1978, 1979, 1979 (Especial) e 1981.
Raul; Leandro, Marinho, Mozer e Júnior; Andrade, Adílio e Zico; Tita, Nunes e Lico. A escalação do melhor Flamengo de todos os tempos está na ponta da língua de cada geração da torcida rubro-negra. Um time que transbordava futebol arte, com um paredão na defesa, laterais que marcavam e apoiavam o ataque magnificamente. Um meio-campo criativo, técnico e goleador, pontas rápidos e fatais, um centroavante goleador e um camisa 10 que possuía inúmeras qualidades, ao ponto de ser chamado de “White Pelé.
O Flamengo aterrorizou o futebol brasileiro e internacional no inicio dos 1980. A base dorsal da equipe foi montada e ganhando entrosamento no final da década de 1970, quando a equipe conquistou um tricampeonato carioca: 1978, 1979 e 1979 edição especial. Mas a fome de títulos do técnico Cláudio Coutinho era insaciável, e ele liderou a equipe para glórias ainda maiores, como o Brasileiro de 1980. Depois de passar pelas 3 primeiras fases formadas por grupos, com apenas 1 derrota, o time enfrentou o Coritiba pela semifinal, vencendo os dois jogos por 2 a 0 e 4 a 3. Na final, o rival foi o Atlético Mineiro de Éder e Reinaldo. Aqueles 2 jogos finais fizeram aquela ser a melhor decisão de um Brasileiro na história, tamanha a qualidade das duas equipes. Em Minas, o Galo venceu por 1 a 0. No Maracanã, em uma arbitragem desastrosa, o Fla venceu por 3 a 2, depois do Atlético ter conseguido a igualdade por duas vezes, conquistando seu primeiro título brasileiro. A campanha foi de 14 vitórias, 6 empates e 2 derrotas, com 46 gols marcados e 20 sofridos.
O título nacional credenciou a equipe carioca a disputar a Taça Libertadores em 1981, um ano que seria mágico. Na primeira fase, Flamengo e Atlético Mineiro voltaram a se encontrar, e os dois duelos terminaram empatados. O Flamengo venceu e empatou outros dois jogos, e ficou na igualdade de pontos com o Galo, e uma partida desempate foi marcada em um Estádio neutro, o Serra Dourada. Em uma partida que ficou marcada mais pela violência do que o futebol, o jogo terminou 0 a 0, mas o time mineiro teve 5 expulsos, ficou com menos de 7 jogadores dentro de campo, e a vitória foi dada para o Flamengo. Nas semifinais, ainda jogadas em grupos, o time venceu os 4 jogos contra Deportivo Cali (COL) e o Jorge Wilstermann (BOL) e avançou a decisão contra o Cobreloa do Chile. No Maracanã, vitória por 2 a 1. No Chile, em um ambiente totalmente hostil, derrota por 1 a 0. Um terceiro decisivo jogo foi marcado para Montevidéu. Em campo neutro, a equipe teve paciência, técnica e a malandragem para vencer por 2 a 0, com 2 gols de Zico, e conquistar a América!
Antes de embarcar para disputar o título Mundial, a equipe teve o Campeonato Carioca pela frente, onde, na data de seu aniversário, enfiou sonoros 6 a 0 no rival Botafogo, para delírio da nação rubro-negra. Em novembro, a equipe sofre um baque ao saber do falecimento do ex-técnico Cláudio Coutinho (o treinador atual era Carpegiani). Em homenagem ao ex-comandante, a equipe conquistou o Estadual ao vencer o Vasco por 2 a 1. Uma semana depois, o time entrava em campo em Tóquio, contra o Liverpool, pelo título Mundial. O time inglês vivenciava o seu maior período de glórias e chegou a desdenhar o clube brasileiro. Mas o Flamengo soube tratar muito bem a bola, abriu 3 a o em 30 minutos de jogo, e gastou o resto do tempo trocando passes e colocando os campeões europeus na roda. Zico e cia mostravam ao mundo quem era o Flamengo, e se tornava o único time carioca campeão do mundo.
Em 1982, o time voltou as glórias nacionais. Avançou sem mais problemas pelas extensas fases de grupos do Campeonato Brasileiro. Eliminou o Santos nas quartas de finais (2×1 e 1×1) e o Guarani nas semis (2×1 e 3×2) e enfrentou o copeiro Grêmio de Leão e Hugo de Leon na grande final. Na primeira partida, no Maracanã, um balde de água fria e empate por 1 a 1. O segundo jogo, no Olímpico, novo equilíbrio e empate por 0 a 0. O terceiro e decisivo jogo foi novamente em Porto Alegre, Nunes marcou no começo do jogo e deu o bicampeonato ao Flamengo. A campanha foi de 15 vitórias, 6 empates e 2 derrotas, com 48 gols marcados e 27 sofridos. Zico foi o artilheiro com 22 gols. Em 1983, o Flamengo era o time a ser batido no Nacional. Novamente encaminhou a classificação para o mata-mata sem maiores problemas. Nas quartas de finais eliminou o rival Vasco (2×1 e 1×1), e nas semis o Atlético Paranaense (3×0 e 0×2). Na grande final o adversário foi o Santos de Serginho Chulapa. O Santos venceu o primeiro jogo, no Morumbi, por 2 a 1, mas não aguentou a pressão no Maracanã, onde o Mengo venceu por 3 a 0, gols de Zico, Leandro e Adílio, e comemorou o tricampeonato brasileiro. A campanha foi de 14 vitórias, 7 empates e 5 derrotas, com 57 gols marcados e 30 sofridos. A saída de Zico para Udinese no ano seguinte encerraria o período de glórias e transformava o Flamengo novamente em um “time normal.
O ídolo voltaria anos depois para liderar a equipe em mais títulos estaduais, mas sem o brilho de antes.
5. Flamengo 1990-1992: o time do vovô Júnior
Títulos: Campeonato Brasileiro: 1992; Copa do Brasil: 1990; Campeonato Carioca: 1991
A geração vitoriosa dos anos 1980 gerou “frutos no começo dos anos 1990. O time que ainda contava com Júnior, agora no papel de maestro, além do goleiro Gilmar e do atacante Gaúcho, contava com uma safra de jovens jogadores da melhor qualidade, onde destacava-se Júnior Baiano, Zinho, Djalminha, Marcelinho (o Carioca), Nélio, Paulo Nunes e Sávio. Com uma juventude com fome de bola aliada com uma experiência de qualidade este time não podia resultar em outras coisas que não fossem em títulos. Em 1990 a equipe disputou a segunda edição da Copa do Brasil, e na primeira fase eliminou o Capelense de Alagoas com vitórias de 5 a 1 e 4 0. Nas oitavas, eliminou o Taquatinga, de Brasília, com vitória por 2 a 0 e empate por 1 a 1. Nas quartas, o rival foi o Bahia, com empate por 1 a 1 e vitória por 1 a 0. Nas semis, vitória por 3 a 0 e empate por 2 a 2 contra o Náutico, e vaga na decisão. Na final, o rival foi o Goiás de Túlio, mas a equipe tratou de ganhar o título invicto, com vitória por 1 a 0 no Maracanã e empate por 0 a 0 no Serra Dourada.
Em 1991, a equipe tratou de voltar a conquistar o Campeonato Carioca, em cima do Fluminense, com empate por 1 a 1 e goleada de 4 a 2 no jogo decisivo. O ciclo se encerraria da melhor forma possível, com o Campeonato Brasileiro de 1992. Em um campeonato jogado por 20 clubes, no sistema todos contra todos, os 8 primeiros colocados se classificavam para uma segunda fase. O Flamengo ficou em 4º lugar, depois de 8 vitórias, 6 empates e 5 derrotas, com 32 gols marcados e 24 sofridos. A segunda fase foi composta por 2 grupos de 4 equipes, onde o primeiro colocado de cada grupo avançaria a final. O rubro-negro conquistaria o primeiro lugar depois de 3 vitórias (3 a 1 no Santos, 1 a 0 no São Paulo e 2 a 0 no Vasco, todas em casa), 1 empate (1×1 com o Vasco) e 2 derrotas (1 a 0 para o Santos e 2 a 0 para o São Paulo). Na decisão o adversário foi o rival Botafogo. No primeiro jogo, um verdadeiro show rubro-negro e de Júnior e vitória por 3 a 0. Na partida seguinte, empate por 2 a 2 e pentacampeonato brasileiro para o Flamengo.
6. Flamengo 2009: O Império
Títulos: Campeonato Brasileiro e Campeonato Carioca
Após o ano de centenário o Flamengo conviveu com altos e baixos, com títulos estaduais e internacionais e com sérios riscos de rebaixamentos, além da enorme dívida financeira. Mas todos os problemas ficaram longe no ano de 2009. O time tinha o seguro goleiro Bruno, laterais de ótima qualidade, Léo Moura e Juan, um meio-campo de muita raça, disposição e marcação, com Williams, Toró, Klebérson e Everton, e qualidade na linha de frente com Zé Roberto, Petkovic, Emerson Sheik e o craque da temporada, o Imperador Adriano, que seria reforço para o Campeonato Brasileiro. O ano começou com o Campeonato Carioca, quando os rubro-negros impediram o título antecipado do rival Botafogo ao vencer o rival na decisão da Taça Rio por 1 a 0. Nos jogos finais, empate por 2 a 2 e tricampeonato carioca conquistado nos pênaltis.
No Brasileiro a equipe começou de forma regular, e acabou terminando o 1º turno na 7º posição, 8 pontos atrás do líder. Na 26º rodada, o time era 6º colocado, mas a diferença para o líder era ainda maior, 10 pontos. A queda de rendimento dos lideres e a crescente ascensão da equipe fez o time, que até então considerava impossível uma vaga na Libertadores, sonhar com o título. Com as assistências de Petkovic, os gols de Adriano e força da torcida no Maracanã, o time venceu 7 jogos, empatou 2 e teve só 1 derrota nas 10 rodadas seguintes, incluindo vitórias sobre os rivais Fluminense por 2 a 0 e Botafogo por 1 a 0, além dos adversários diretos, Palmeiras por 2 a 0 e São Paulo por 2 a 1. O time só assumiria a liderança na penúltima rodada ao vencer o Corinthians de Ronaldo por 2 a 0 e só tinha o Internacional como ameaça na última rodada. Com o Maracanã lotado, mais de 84 mil pessoas, o time recebeu o Grêmio, e começou perdendo, mas conseguiria a virada, com gols dos zagueiros David e Ronaldo Angelim, e conquistaria de forma dramática seu hexacampeonato brasileiro. A campanha foi de 19 vitórias, 10 empates e 9 derrotas, com 58 gols marcados e 44 sofridos, aproveitamento de 59%. Adriano terminou como artilheiro, com 19 gols.
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