Janela negativa: Fla atua pouco no mercado e vê elenco enfraquecido

14/8/2014 07:46

Janela negativa: Fla atua pouco no mercado e vê elenco enfraquecido

Com muitas negativas nos últimos meses, Rubro-Negro contrata somente Canteros e Eduardo da Silva, mas se desfaz de quatro jogadores na luta contra o rebaixamento

Janela negativa: Fla atua pouco no mercado e vê elenco enfraquecido
Canteros e Eduardo da Silva, os únicos reforços da janela (Foto: Gilvan de Souza)

Caixa vazio, ações pouco incisivas e obrigação de dar tiros certeiros. Há dois meses e 15 dias na zona de rebaixamento do Brasileirão, o Flamengo tem uma necessidade evidente por reforços, mas a combinação dos fatores citados faz com que a equipe dê continuidade à luta para fugir da degola com o elenco atual, sem brilho e carente de peças de reposição. Debruçado na janela, observou muitos jogadores, convidou-os para entrar, mas viu o mercado exterior se fechar na quarta-feira com apenas duas operações bem sucedidas: Hector Canteros e Eduardo da Silva.

Nos últimos três meses, o Rubro-Negro até buscou contatos e se acostumou a ouvir uma frase: "Não, obrigado". A ausência de uma figura com experiência em negociações foi um empecilho evidente nas primeiras investidas após a eliminação na Taça Libertadores da América. Novato no ramo, Wallim Vasconcellos teve a companhia do diretor geral Fred Luz para dar início a algumas conversas. Faltava, no entanto, tato, e os interesses por Montillo e Fernandinho, por exemplo, foram deixados de lado no primeiro entrave financeiro. Pouco depois, Felipe Ximenes tomou a rédea do departamento de futebol, mas viu a janela se fechar com saldo negativo: perdeu quatro jogadores e trouxe apenas dois.

Por opção própria, o Flamengo se desfez de André Santos, que até o momento não assinou a rescisão contratual, e Hernane, negociado com o Al Nassr, da Arábia Saudita. Os dois casos, por sinal, evidenciam falhas na montagem do elenco: João Paulo, na lateral esquerda, e Alecsandro, no centro do ataque, sequer contam com reservas em suas posições. Já através de decisão consensual, Frickson Erazo, que também ainda não se desligou oficialmente, e Elano se despediram por não se sentirem peças úteis.

Antes do adeus do quarteto, o clube já tinha incorporado ao seu elenco Canteros e Eduardo da Silva. O argentino era um antigo sonho rubro-negro e esteve perto de acerto ainda para disputar a Libertadores. Na ocasião, o diretor executivo Paulo Pelaipe iniciou as tratativas com o Vélez Sarsfield, mas não recebeu o aval para compra por parte do departamento financeiro, e a possibilidade de empréstimo foi rechaçada pelo time de Buenos Aires. Quando chegou ao clube, Felipe Ximenes retomou as conversas e concluiu a transação. Já a situação de Eduardo da Silva foi mais simples: com o fim do vínculo ao Shakhtar, o croata tinha decidido voltar ao Brasil e se encantou com o interesse do Fla ainda no início da Copa do Mundo.

Fla descarta oferecidos e não seduz alvos

Durante os últimos três meses, não foram poucas as oportunidades e tentativas de negócios que o Flamengo teve em mãos. Nomes como o do volante Anderson, do Manchester United, do meia Diego Souza, que acabou indo para o Sport, entre muitos outros, foram oferecidos, mas em momento algum empolgaram e acabaram descartados. Por outro lado, quem o Rubro-Negro realmente tentou também acabou descartando o clube, fosse por desinteresse, falta de acordo financeiro ou propostas recusadas por seus clubes.



É bem verdade também que a postura firme dos cariocas na política de contenção de gastos impediu que muitas conversas atingissem um ponto mais agudo. Não foram poucos os casos em que, diante do primeiro entrave, o Flamengo se afastou das negociações ou demonstrou pouca vontade de fazer sacrifícios para seduzir atletas ou detentores de seus direitos. Foi o que aconteceu, por exemplo, em transações no mercado sul-americano, onde a facilidade para acordo com atletas é proporcional ao jogo duro de seus clubes.

Neste panorama, o Fla tentou o lateral-esquerdo Milton Casco, do Newell´s Old Boys, o volante Diego González, do Lanús, e o meia José Sosa, do Metalist, da Ucrânia. No caso deste último, o empresário chegou a afirmar ao GloboEsporte.com que o jogador, que esteve próximo de disputar a Copa pela Argentina, embarcaria para o Rio no momento em que o Rubro-Negro recebesse o "ok" dos ucranianos - já estava com os salários praticamente acertados. O clube carioca, por sua vez, se assustou com a informação de que o negócio custaria cerca de R$ 22 milhões (10 milhões de dólares) e sequer fez contato com os europeus.

Outros nomes que estiveram próximos viram as conversas serem encerradas de uma hora para outra, casos do costarriquenho Christian Bolaños e do mexicano Luis Montes, do León, que quebrou a perna e ficou fora da Copa do Mundo. O argentino Ruben Botta, do Inter de Milão, o paraguaio Lucas Barrios, que acertou recentemente com o Montpellier, e até mesmo Michel Bastos, recém-anunciado pelo São Paulo, também chegaram a ser procurados para negociações que esfriaram antes mesmo de atingirem temperaturas mais elevadas. A última negativa veio da Ucrânia, do Shakhtar, diante do interesse no atacante Fred.

A rigor, o Flamengo não vê o fechamento da janela muito atrás da média da maioria dos clubes que disputam o Brasileirão: apenas seis clubes contrataram mais do que dois jogadores. A situação pende contra o Rubro-Negro, no entanto, se levado em conta o mercado interno, onde até o líder Cruzeiro atuou, e, principalmente, os concorrentes diretos na luta contra a degola. Dos sete últimos colocados, supera apenas Coritiba e Botafogo.

Promessas de Wallim; explicações de Ximenes

A realidade vai de encontro ao discurso apresentado após a decepcionante eliminação na primeira fase da Taça Libertadores da América. Ex-vice de futebol e ainda pessoa muito influente na diretoria, Wallim Vasconcellos chegou a flertar com reforços de peso:

- Estamos sondando jogadores de seleção e que poderiam estar lá. É difícil, pois depende da oportunidade, da vontade do jogador, que está em outro patamar salarial. Pode não parecer, mas estamos trabalhando (...) É muito difícil trazermos alguém do futebol brasileiro e provavelmente traremos algum jogador que está no exterior. Temos muitas ofertas batendo na porta. Vamos ver com calma para não contratarmos um jogador para uma posição que não precisamos (...) Hoje, pagamos os salários em dia, nem elevadíssimos nem baixos - disse quando ainda era o homem-forte do futebol.



Meses depois, nem chegaram reforços, nem o Flamengo paga mais em dia. Atualmente, o atraso é de dois meses de salários e quatro de direitos de imagem. Diretor executivo do futebol, Felipe Ximenes analisa a participação do clube no mercado e prefere ver a parte cheia do copo, citando as chegadas de Canteros e Eduardo:

- Nada é por um só motivo, são vários fatores. Acho que precisamos valorizar as duas contratações feitas. Às vezes, se coloca muito o último dia como se fosse necessário apresentar algum reforço. O segundo ponto é a dificuldade do mercado, como já tenho falado há muito tempo. O aquecimento do mercado fez com que as operações de repatriamento de atletas ficassem bem mais altas. Poucos atletas voltaram, e isso é importante frisar (no total, 33 jogadores vieram do exterior para o país na janela).

A naturalidade com que a diretoria encara a atuação modesta no mercado nunca encontrou eco na comissão técnica. Ney Franco já batia na tecla de "qualificação do elenco", e Luxemburgo, apesar do discurso de valorização de quem tem em mãos, deixou claro internamente que contratar era preciso. De acordo com Ximenes, a esperança de chegar alguém não acabou, apesar das opções daqui para frente não serem muito empolgantes:

- Óbvio que estamos tentando alguma coisa. Trazer por trazer não faz muito sentido. Ainda temos equipes com jogadores que não fizeram sete jogos, temos a Série B, além de jogadores que podem ter tido o contrato encerrado e estão livres.

No domingo, o Flamengo encara o Coritiba, no Couto Pereira, pela 15ª rodada do Brasileirão. Uma vitória pode fazer o time respirar fora da zona de rebaixamento, já um revés o leva de volta para lanterna. Atualmente, o Rubro-Negro conta com 31 jogadores em seu elenco, entre eles cartas praticamente fora do baralho, como Fernando, Frauches, Amaral, Nixon, Negueba, Sartori, Mattheus e Felipe. E neste panorama, ao que parece, terá que lutar contra um inédito rebaixamento.

840 visitas - Fonte: Globoesporte.com


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