14/8/2014 14:04
Fracasso na janela causa debate político no Flamengo
A permanência do Flamengo na zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro tem sido motivo de muito alvoroço político no clube. Com o fim da janela de transferências internacionais, encerrada na quarta-feira, o clube não conseguiu anunciar nenhum dos pretendidos reforços. Ao longo do período foram contratados apenas o volante argentino Héctor Canteros, que estava no Vélez Sarsfield, e o atacante Eduardo da Silva, que defendeu a Croácia na última Copa do Mundo e que vinha atuando no futebol ucraniano.
O fracasso em algumas negociações irritaram alguns ex-presidentes. Quatro deles - Helio Ferraz, Antonio Augusto Dunshee de Abranches, Gilberto Cardoso e Marcio Braga - enviaram uma carta aberta ao presidente Eduardo Bandeira de Mello criticando a atual gestão. No documento eles reclamam da política financeira do clube, ironizam as decisões do mandatário e reafirmam o medo do rebaixamento.
Na carta eles dizem que "nenhuma administração que antecedeu a esta, até hoje, teve tantos recursos. Para mantermos um processo de saneamento financeiro aceitamos o risco de cair para a segunda divisão". As ironias vieram em comparação com a multinacional de bebidas Coca-Cola:
“Presidente, na hipótese teórica de reestruturar a Coca-Cola, haveria cortes em diversos setores, entretanto, ninguém se atreveria a aumentar o volume de água no xarope da Coca. Não se abaixa a qualidade do produto, em hipótese alguma, visto que quedas de Market Share e fidelidade da clientela despencam de forma inexorável com reduções de Receita maiores que as economias.
Em nosso caso já se percebe isto; a revisão orçamentária aprovada indica decréscimo de 40 milhões nas receitas de bilheteria, do programa sócio torcedor e da participação no pay per view. Por tudo, é imperativo sempre fortalecer e nunca enfraquecer o nosso futebol, qualquer que seja a justificativa".
Por fim, reclamam do fracasso na janela de transferências: "Ademais, preocupa assistir o fechamento de outra janela de transferência com a administração presa à procura de bodes expiatórios, em detrimento de encontrar alternativas, via o debate aberto, franco e democrático, comportamento típico de quem está com medo e jogou a toalha. Presidente, acreditamos, e rogamos a São Judas Tadeu, que não seja o nosso caso".
Eduardo Bandeira de Mello recebeu a carta com irritação e tratou de respondê-la publicamente. Lamentou que nenhum dos ex-presidentes tenham o procurado para uma conversa pessoalmente, dizendo que as portas do clube estão abertas para eles. O dirigente não responde as críticas do orçamento, mas cutuca os autores da primeira carta:
"Nos últimos tempos, tenho observado que, no meio das muitas críticas construtivas de grandes rubro-negros bem intencionados, voltam a aparecer manifestações, aqui e acolá, de pessoas que tentam se aproveitar de um momento negativo do nosso futebol para fazer acusações genéricas, análises rasas e que não levam em consideração tudo o que já foi conquistado no nosso futebol, como exemplifico a seguir: O futebol do Flamengo, durante o pouco mais de um ano e meio de nossa administração, é hoje o atual campeão da Copa do Brasil, o atual campeão da Taça Guanabara e o atual campeão do Campeonato Carioca. Títulos estes conseguidos mesmo com o Clube vivendo uma situação financeira de muita dificuldade, fruto de um passado em que não se pagavam dívidas, salários e impostos, além de se gastar muito mais do que podia. Apesar da dificuldade na obtenção de recursos, esta diretoria tem feito enormes esforços para a viabilização de contratações importantes para reforçar o time. Assim, não consigo entender o motivo de se tentar denegrir um trabalho que, longe de ser perfeito, tem dado frutos positivos ao clube".
Ainda na carta, Bandeira nega que trabalhe com a hipótese do rebaixamento: "Nunca foi dito que sequer considerávamos a hipótese de rebaixamento do Flamengo. O que sempre afirmamos é que, por maiores que sejam as pressões, a atual direção não irá transigir no compromisso inegociável de recuperar o nosso maior ativo: o orgulho e dignidade do sócio e da Nação Rubro-Negra em ter um Flamengo não só vencedor dentro de campo, mas também cidadão".
Bandeira de Mello vem sendo criticado por várias correntes do clube por não reforçar o elenco e até mesmo o técnico Vanderlei Luxemburgo chegou a pedir contratações. Porém, com o fim da janela os reforços terão que se limitar a atletas sem contratos, que não fizeram sete jogos por outras equipes da Série A ou jogadores que estejam se destacando nas séries B, C e D.
Sem reforços, o time volta a campo neste domingo, às 16 horas (de Brasília), para medir forças com o Coritiba, no Estádio Couto Pereira, em Curitiba (PR), pela 15ª rodada do Campeonato Brasileiro. O elenco treina nesta sexta-feira no Ninho do Urubu e, em seguida, a delegação embarca para a capital paranaense. Com 13 pontos conquistados, o Rubro-Negro vai deixar a zona de rebaixamento em caso de triunfo sobre o Coxa, que se encontra na lanterna da competição, com um ponto a menos.
840 visitas - Fonte: Gazeta Esportiva
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