Aécio Neves, ao LANCE!Net: 'A profissionalização do esporte passa pela responsabilização dos dirigentes'

2/10/2014 08:48

Aécio Neves, ao LANCE!Net: 'A profissionalização do esporte passa pela responsabilização dos dirigentes'

Candidato à presidência quer diálogo no esporte, mas ressalta que algumas discussões o governo federal não deve entrar por ser uma questão privada, como o calendário

Aécio Neves, ao LANCE!Net: A profissionalização do esporte passa pela responsabilização dos dirigentes
Programa de Aécio Neves prevê novo modelo na formação de atletas (Foto: Divulgação)

O LANCE!Net abre nesta quinta-feira a série de entrevistas com os candidatos à Presidência da República. Os três mais bem colocados nas pesquisas de opinião respondem algumas questões sobre esportes. Confira abaixo o bate-papo com Aécio Neves (PSDB).

Qual o papel que o Esporte terá em sua gestão, caso seja eleito?

O Esporte terá dois papéis em minha gestão. O primeiro é o social, como política importante de auxílio no combate à criminalidade, ao tráfico de drogas, à evasão escolar. Os jovens terão acesso a oportunidades como instrumento da formação educacional e da integração social, disseminando práticas de convivência em comunidade e aprimoramento pessoal. No meu governo, o Esporte será promovido como ferramenta de desenvolvimento econômico e social e não como mero fomentador de grandes eventos. No meu governo, haverá diálogo permanente e cooperação efetiva com as organizações esportivas para desenvolver ao máximo a indústria do esporte, de forma transparente e democrática, contribuindo para o crescimento do país e gerando emprego e renda.

Quais são seus planos para o desenvolvimento do esporte no Brasil, tanto nas categorias de base como nas de alto rendimento?

Vamos inovar, vamos adotar um novo modelo de formação de atletas brasileiros envolvendo escolas e universidades. Não será uma política apenas focada no futebol ou no esporte de alto rendimento. Vamos usar o verdadeiro potencial de um país do tamanho do Brasil como formador de atletas. Para isso, vamos aprimorar e dar maior acesso aos mecanismos de incentivo a atletas, técnicos e projetos esportivos. E contribuir, junto a estados e municípios, para uma gestão eficiente dos equipamentos esportivos públicos, viabilizando sua plena utilização e manutenção.

O Rio se prepara para realizar os Jogos Olímpicos e Paralímpicos em 2016. Qual a sua visão dessa preparação e até que ponto a realização dos Jogos será importante em seu governo?

A realização dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos pelo Rio de Janeiro é mais uma grande oportunidade para o Brasil mostrar todo o seu potencial. O meu governo será parceiro de fato do Rio de Janeiro na realização desse evento, não será apenas uma fonte de propaganda como foi o governo Dilma com a Copa do Mundo.

Como pretende contribuir para que os Jogos Rio-2016 sejam um sucesso?

O sucesso dos Jogos Rio-2016 será o sucesso do Rio de Janeiro como o grande organizador do evento. Nós vamos ser parceiros, desde abertura de linhas de financiamento até políticas de turismo, de combate ao turismo sexual. Tudo para garantir que o evento fique apenas nas páginas esportivas e não nas páginas policiais dos jornais.

Ao término dos Jogos, o senhor, caso eleito, terá dois anos ainda de governo. Como pretende aproveitar a realização das competições para evitar que: as instalações se transformem em elefantes brancos e que o Brasil tenha realmente um legado esportivo por causa das Olimpíadas?

Essa é uma questão muito importante. O legado esportivo vai se medir no número de atletas que vamos formar, no resultado efetivo das políticas de inserção social através do esporte, da queda do número de jovens envolvidos com tráfico de drogas, por exemplo, por falta de oportunidades. Hoje, jovens que poderiam ser grandes esportistas, grandes medalhistas, grandes representantes do povo brasileiro, estão sendo perdidos para as drogas e o crime. A Olimpíada é uma oportunidade de reverter isso. No meu governo, se ao fim dos quatro anos olharmos para trás e vermos que o tráfico está perdendo a guerra do recrutamento de aviões porque mais crianças e adolescentes estão envolvidos em esportes e vislumbrando uma carreira esportiva poderemos nos considerar campeões.

Aécio Neves diz que é necessário reorganizar o futebol brasileiro (Foto: Divulgação)

A situação financeira dos clubes de futebol no Brasil é caótica. Há uma lei em tramitação no Congresso que prevê o refinanciamento dos débitos. O que o senhor acha dessa lei? Concorda com todos os seus pontos? Há algo que o desagrada? É possível aperfeiçoá-la?

A saída seria aprovar o projeto da Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte. É um caminho muito interessante porque passa a cobrar dos dirigentes a responsabilidade fiscal. É como nós fizemos nas administrações públicas com a Lei de Responsabilidade Fiscal, que acabou com a farra das administrações passarem para os seus sucessores dívidas ilimitadas e sem responder civil ou mesmo criminalmente por isso. A proposta do deputado Otávio Leite, do PSDB, vai nessa direção de criar uma nova cultura de gestão do esporte brasileiro.

O senhor é a favor ou contra um dirigente ser responsabilizado por sua gestão à frente do clube? E qual a melhor maneira de fazer com que um dirigente seja punido por má gestão? Confisco de seus bens particulares? Punição com a perda de liberdade?

Eu estou convencido de que é preciso responsabilizar dirigentes. A profissionalização de fato do esporte passa pela responsabilização dos dirigentes. Isso é algo que realmente precisa avançar.

Há muito se fala que a criação de ligas, em que os clubes poderiam administrar os campeonatos dos quais participam, poderia ser um caminho para reerguer as agremiações. O que o senhor acha da criação das ligas? Em seu governo lutaria pela regularização delas? Ou acredita que o caminho seja outro?

Sou a favor de todas as medidas que tornem o nosso futebol a grande potência que ele é. Somos pentacampeões do mundo. Formamos o maior número de craques do mundo. O mundo nos olha e somos invejados no futebol. Todo mundo sabe que eu adoro futebol, gosto de jogar, gosto de assistir partidas no estádio, sou cruzeirense fanático, adoro ir ao Mineirão ver meu time jogar. Ainda mais agora, que estamos há mais de um ano firmes na ponta do Brasileirão. Pena que a campanha toma meu tempo e não me deixa ir ao estádio ver o Everton Ribeiro e o Ricardo Goulart. Voltando às mudanças, acho que o Bom Senso F.C. trouxe pontos importantes sobre o funcionamento do futebol brasileiro e deve ser aplaudido. Os atletas são trabalhadores como todos os outros e têm direitos que devem ser respeitados. O importante não é só ouvir o Bom Senso em ano de eleição, temos de fazer um grande plano focado no setor. O meu governo vai ter uma estratégia, vai ouvir jogadores, treinadores, diretores dos clubes, para permitir que o futebol brasileiro evolua. É preciso ouvir todas as ponderações para que se chegue a um resultado bom para todos. O governo federal pode trabalhar com as leis ou se propor novos mecanismos para deixar uma proposta mais alinhadas com os atuais anseios.

O que o senhor acha do trabalho realizado pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF)? Em sua opinião, há algo a mudar na entidade e na administração por ela realizada?

A CBF é uma entidade privada e deve ser entendida como tal. Mas eu estou disposto a reorganizar o futebol, ouvindo e trabalhando com quem entende de futebol. Tenho uma ideia ainda inicial, mas acho que poderíamos ter uma instância para tentar chegar a uma solução que realmente avance na gestão do futebol. E acho essa experiência muito importante porque poderia grande vitrine do Brasil.

Qual é o seu projeto para a melhoria do futebol brasileiro? O senhor seria a favor de uma intervenção estatal no futebol e até na CBF, caso fosse necessário? Por que?

Como disse, tem a Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte, acho possível criar uma instância governamental para debater a gestão do futebol, vamos ouvir o Bom Senso F.C., vamos ouvir dirigentes, vamos ouvir especialistas. Mas gostaria de ressaltar que tem muitos detalhes em que o governo federal não deve entrar por ser uma questão privada, como calendário, êxodo de jogadores, entre outros.Vamos ser facilitadores para levar o futebol brasileiro ao seu grande potencial, mas meu governo não terá um viés intervencionista. Não existe a menor possibilidade de o meu governo criar a Futebrás, como foi proposta pela presidente Dilma.

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