Os clássicos estão para os jogadores assim como o vestibular para os estudantes. Quando está em jogo uma vaga na decisão da Taça Guanabara, então, o peso da nota final é ainda maior. Sabendo disso, Hernane, pelo Flamengo, e Rafael Marques, pelo Botafogo, entram em campo neste domingo, às 16h, no Engenhão, com o mesmo objetivo: ser aprovados, apesar de viver momentos totalmente opostos. Ao rubro-negro, ela pode vir, mesmo que sem louvor, com um empate.

Um gol logo mais pode representar a afirmação do atacante flamenguista, artilheiro isolado do Carioca com oito gols, e consolidá-lo como dono da camisa 9. Já no caso do alvinegro, seria o fim da longa espera de 18 jogos sem balançar a rede pelo clube. Dado ingrato, principalmente para quem está ali justamente para fazer a alegria da torcida.

O poder que um clássico tem de elevar meros jogadores a ídolos imortais e transformar vilões em heróis é a grande motivação de ambos. Quando a bola rolar, só importará o que cada um conseguirá fazer em 90 minutos.

Numa fase mágica, Hernane já teve o prazer de escrever o nome na história dos confrontos entre Flamengo e Botafogo. Na primeira fase, foi dele o gol que deu a vitória para o time da Gávea. O momento é tão bom que o atacante de 26 anos não se importa em dar conselhos ao rival, de 29.

“Ele tem que ter tranquilidade, cabeça no lugar. Isso faz parte, acontece, atacante vive isso. Já, já está passando”, aconselhou o Brocador, mas com uma ressalva. “Contra a gente, não. Deixa para a próxima”.

Enquanto batalha para conquistar a torcida, Rafael Marques volta no tempo e se inspira na ótima fase que viveu no Japão, para desencantar de forma decisiva no clássico. “No Japão, fiz oito jogos e sete gols contra o Urawa Reds. Lá, eu era considerado o homem do clássico e estava esperando esse momento aqui no Brasil. Não aconteceu no ano passado e espero que possa fazer agora o que fiz lá fora”, projetou o atacante alvinegro.