Adriano volta a ter problemas fora de campo. Foto: Antonio Scorza / AFP

O tacante Adriano Imperador, ex-Flamengo, Corinthians e Seleção Brasileira, foi denunciado pelo Ministério Público Estadual (MPE-RJ) por associação para o tráfico e falsidade ideológica. O órgão recomendou que o passaporte do jogador seja retirado, porque há risco de fuga por seus “elevados recursos financeiros”.

Adriano, de acordo com sua assessoria, ainda não foi informado da denúncia e não se sabe se ele vai seguir na Europa ou retornar ao Brasil. Sem clube desde a demissão do Atlético-PR no primeiro semestre, o jogador tenta acertar sua volta ao futebol pelo modesto Le Havre, da França. Além de Adriano foram denunciados também Marcos José de Oliveira, que não tem antecedentes criminais, e Paulo Rogério de Souza Paz, o Mica, um dos chefes do tráfico na Vila Cruzeiro.

Na denúncia, a promotoria detalha a ligação de Adriano com traficantes da Vila Cruzeiro. Em 2007, Adriano deu seu cartão de crédito a Marcos para que este comprasse duas motos Honda CB600 em uma concessionária no bairro de Vicente de Carvalho, nas cores vermelha e preta (as cores do Flamengo, time de coração de Adriano). Uma das motos ficou em nome de Adriano e outra em nome de Marlene Pereira de Sousa, mãe de Mica, que é analfabeta e não tem carteira de motorista.

Adriano, Marcos e Mica eram amigos de escola e mesmo depois de ganhar fama, o jogador seguia frequentando a comunidade. De acordo com o MP, o motivo da compra das motos foi facilitar o patrulhamento da localidade em veículos legalizados e velozes, já que a maioria das motos usadas pelos traficantes são roubadas, e, passíveis de apreensão por parte da polícia. Por essa razão, Adriano teria ajudado “conscientemente” atividade de tráfico de drogas e afins.

De acordo com o inquérito policial, Adriano se livrou de ser denunciado por financiamento e participação do tráfico por falta de provas. Há indícios de que Adriano chegou a participar de patrulhar armadas na garupa da moto de traficantes na comunidade. A mãe de Mica não foi denunciada porque ficou comprovado que não sabia que seus documentos tinham sido utilizados para registro da moto junto ao Detran-RJ.