O diretor de futebol do Flamengo, Paulo Pelaipe, avisou: não vai contratar mais ninguém para a disputa do Campeonato Carioca. Reforços só para a Copa do Brasil e o Brasileirão. Isso quer dizer que o grupo atual vai ter de se virar para tentar conquistar a Taça Rio e o direito de decidir o estadual. Alguns setores da equipe estão bem servidos, pelo menos em número de atletas, como o gol, a zaga e o meio-campo. Outros são carentes, casos da lateral direita, que só tem Léo Moura, e o ataque, cujo o único homem de área é Hernane. O Brocador, que assumiu o posto depois da saída de Vagner Love, vai continuar com a missão de decidir.

Destaque neste início de temporada, ele não conseguiu resolver a semifinal da Taça Guanabara, com derrota por 2 a 0 para o Botafogo. Dorival Júnior o absolveu e disse que seu camisa 9 foi pouco acionado pelos companheiros. Em nove jogos, Hernane marcou oito vezes. É o goleador do Carioca até aqui.

O problema é que quando ele não está num bom dia faltam opções. Dorival tem mais cinco atacantes à disposição, mas de características diferentes. Titular e destaque do time ao lado do Brocador, Rafinha é jogador de velocidade, pelos lados do campo. O mesmo se aplica a Thomás, que nem no banco tem ficado. Nixon, titular em seis rodadas, também foi escalado como ponta, mas na base já jogou como centroavante. Igor Sartori e Lucas são atacantes que estão no fim da fila e ainda aguardam chances. Ou seja, falta sombra para Hernane, que assume a responsabilidade.

- Estou preparado para fazer mais um bom turno do Carioca e confiante para continuar fazendo os meus gols. O mais importante é que o time conquiste esse turno para ter a chance de ser campeão estadual - disse.

A artilharia do Carioca está nos planos do Brocador, que no ano passado teve uma briga boa com Neymar e perdeu por pouco. O craque do Santos foi o goleador do Paulistão, com 17 gols. Hernane dez 16 em 22 partidas, mas só um foi contra um dos grandes paulistas, diante do Corinthians. No Rubro-Negro, dois dos oito gols dele nesta temporada foram sobre rivais: um contra o Vasco, na vitória por 4 a 2, e outro sobre o Botafogo, triunfo por 1 a 0, na sétima rodada da fase de classificação.

A falta de um outro homem de área ficou evidente durante a Taça Gunabara. Contra o Friburguense, por exemplo, Dorival precisou sacar Hernane do time, já que o atacante sentia dores no tornozelo esquerdo. A alternativa foi escalar o meia Cleber Santana na linha de frente.

Em jogo-treino realizado na última quarta-feira, no Ninho do Urubu, o treinador observou os reservas contra o Ceres, da Segunda Divisão do Rio. Num primeiro momento, a dupla de ataque foi formada por Gabriel e Nixon. Depois, de volta à formação com três atacantes, os escolhidos foram Gabriel, Thomás e Adryan.

Na lateral direita, Léo Moura vive situação parecida

Assim como o camisa 9, Léo Moura não tem um substituto no grupo atual. Dorival Júnior ainda não precisou substituir o capitão, mas se for necessário terá de improvisar. O volante Luiz Antonio tem treinado improvisado na posição e seria a alternativa imediata. Nos juniores, Digão, que foi usado na equipe profissional no ano passado, tem se destacado no Carioca da categoria. Em oito partidas, fez sete gols. Ele espera uma chance.