Confuso. Assim foi o ano rubro-negro dentro de campo. Enfraquecido pela saída de Elias, um dos protagonistas em 2013, o Flamengo careceu de estrelas e colecionou fracassos. Foi eliminado na primeira fase da Libertadores pela segunda vez consecutiva e lutou para não cair em boa parte do Campeonato Brasileiro, competição da qual chegou a ser o lanterna. De positivo, o bom trabalho de Vanderlei Luxemburgo, as participações regulares de Everton e Paulo Victor, e o poder de decisão de Eduardo da Silva. O momento de maior alegria ocorreu em mais um título estadual sobre o Vasco. A grande decepção deu-se na eliminação na Copa do Brasil. A confusão, termo cunhado por Luxa para se referir à zona de rebaixamento, só acabou no fim de 2014.
Velho conhecido da torcida rubro-negra, Vanderlei Luxemburgo assumiu o time na penúltima colocação, com apenas uma vitória e às vésperas do clássico com o Botafogo, válido pela 12ª rodada do Brasileirão. Venceu o rival e liderou arrancada que livrou o Flamengo da degola com relativa tranquilidade. Rebaixamento, aliás, foi o termo repelido pelo técnico durante a luta para não cair para a Série B. Tratou o Z-4 como zona da "confusão" e comprometeu-se a tirar o clube do coração de lá. Conseguiu e reconquistou a nação –
clique aqui para ler a longa entrevista que o técnico concedeu ao GloboEsporte.com em setembro.
Luxemburgo: segundo o próprio, convocado a uma missão de rubro-negro (Foto: Alexandre Cassiano / Agência O Globo)
Brasileiro naturalizado croata, Eduardo da Silva chegou como aposta, principalmente após a grave lesão sofrida quando ainda atuava na Inglaterra, e acabou como peça-chave na fuga do rebaixamento. Na arrancada em que o Flamengo enfileirou cinco vitórias seguidas, balançou as redes de Sport, Atlético-MG e Criciúma. Terminou o Brasileiro com oito gols. O Calcanhar de Aquiles de seu primeiro ano no Fla foram justamente seus calcanhares, que quase custaram uma vitória contra o Figueirense e que abriram o caminho para a virada do Atlético-MG na semifinal da Copa do Brasil. O saldo, porém, é muito positivo.
Embora tenha sido promovido ao profissional em 2012, Nixon viveu sua grande temporada em 2014. Por pouco não foi o herói do Estadual – chegou a ter creditado o gol do empate em 1 a 1 com o Vasco, mas quem tocou na bola foi Márcio Araújo – e no Brasileiro anotou gols no fim da trajetória rubro-negra. Foi também um atacante que deu muita velocidade ao time.
Nixon agradece: 2014 foi um ano para o atacante guardar na memória (Foto: Gilvan de Souza/Fla Imagem)
Gabriel caiu em desgraça em 2013, quando chegou com uma das grandes apostas do Flamengo e acabou tendo desempenho abaixo da média. Foi dado como descartável e virou moeda de troca. Não acabou emprestado por pouco, mas no segundo semestre, sobretudo na Copa do Brasil, desequilibrou. Foi o pulmão rubro-negro e limpou sua barra com a torcida.
Gabriel foi do inferno ao céu com a camisa rubro-negra (Foto: André Mourão / Agência Estado)
Frickson Erazo chegou com pompa de zagueiro titular de seleção (Equador), mas estreou com cartão vermelho. Voltou num Fla-Flu e falhou em todos os gols do rival, que venceu facilmente por 3 a 0. Para completar, na decisão do Carioca cometeu pênalti que resultou no gol vascaíno.Um ano para esquecer.
O lateral-direito Léo Moura, que estreou com a camisa do Flamengo em 12 de junho de 2005, entrou na lista dos dez jogadores que mais vestiram a camisa do clube em 22 de fevereiro, na vitória por 3 a 0 sobre o Resende. Terminada a temporada, com 511 jogos, ocupa a nona posição do Top 10. Após novela no fim do ano, acertou sua renovação para disputar ao menos o Campeonato Carioca em 2015, quando completa uma década na Gávea.
Léo Moura chegou à marca histórica de 500 jogos em 2014 (Foto: Globoesporte.com)
incluindo os dois jogos da final estadual contra o Vasco, o principal triunfo foi conquistado sobre o bicampeão brasileiro. O Flamengo massacrou o Cruzeiro por 3 a 0 no dia 12 de outubro, pela 28ª rodada do Campeonato Brasileiro, e o resultado teve sabor especial pelo fato de o ex-vascaíno Dedé ter aberto a contagem com um gol contra. A torcida não perdoou o antigo rival.
A temporada também não foi rica em pinturas, mas a assinada por Paulinho na primeira partida da final do Carioca merece destaque. Soltou o canudo de fora da área e comemorou à la Cristiano Ronaldo, com o "eu tô aqui".
Paulo Victor se profissionalizou em 2006, mas teve de esperar oito anos para, enfim, tornar-se titular absoluto. Defesaças o fizeram desbancar Felipe. O ápice se deu nas oitavas de final da Copa do Brasil, fase decidida nos pênaltis. PV pegou dois. Sua grande intervenção, porém, foi realizada em goleada sofrida para o Atlético-MG. Carlos bateu da marca do pênalti para voo inesperado do goleiro flamenguista.
Dependendo das circunstâncias, ser eliminado por um time acostumado a ganhar nos últimos anos pode não ser um vexame. Dependendo das circunstâncias. Assim que foi a definida a semifinal da Copa do Brasil entre Flamengo e Atlético-MG, o Galo acabou credenciado como favorito. No jogo de ida, no Maracanã, a vitória por 2 a 0 deixou o Rubro-Negro em situação confortável. Na partida de volta, em Belo Horizonte, o Fla abriu o placar aos 34 minutos do primeiro tempo. Restavam pouco mais de 56 minutos, e o time de Luxa poderia sofrer três gols. Mas a equipe desandou. Levou quatro e ficou fora.
A desolação de Cáceres diante da alegria atleticana no Mineirão (Foto: João Godinho / Ag. Estado)
O fim de ano do goleiro Felipe foi apagado, mas o camisa 1 acabou como centro das atenções após a conquista do Campeonato Carioca. A pérola saiu ao comentar o gol de Márcio Araújo, responsável pelo título e feito em posição de impedimento, e o goleiro ainda ironizou o jejum do Vasco no estadual, competição que o rival não conquista desde 2003.
– Não sabemos onde eles estavam. Acho que ficaram 10 anos jogando o Campeonato Paulista. Não pode um time carioca ficar 10 anos sem conquistar um título (estadual). Eles achavam que estava ganho. Agora é comemorar, e eles vão esperar mais um ano por isso.
Felipe provocou – e muito – a torcida do Vasco após o título carioca (Foto: Bruno de Lima / Lancepress!)
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