Sem as demolições de dois grandes equipamentos esportivos no complexo e após o pedido da Odebrecht para renegociar o contrato, o Governo do Rio de Janeiro planeja realizar uma nova licitação para o Maracanã. Durante a cerimônia de posse do secretariado, nesta segunda-feira, o governador Luiz Fernando Pezão cogitou a possibilidade e explicou que acionou a Procuradoria Geral do Estado para analisar a legalidade de cancelar a concessão com a atual administradora do estádio e realizar uma outra concorrência entre empresas.

"O projeto mudou muito. As obrigações da concessão caíram de R$ 600 milhões para R$100 milhões. Será que se fosse feita outra licitação, outras empresas não entrariam? É isso que vamos analisar. Já mandei um pedido para a Procuradoria", afirmou Pezão, em entrevista coletiva.

No último sábado, depois de ser questionada pelo ESPN.com.br, a Concessionária Maracanã reafirmou o seu interesse de manter o contrato assinado por 35 anos, mas explicou que fez um pedido para alteração de alguns termos para "recompor o equilíbrio econômico-financeiro".

A alegação da empresa é que o projeto inicial de exploração do complexo do Maracanã não pôde ser realizado, já que o Estádio de Atletismo Célio de Barros e o Parque Aquático Julio Delamare não puderam ser demolidos por decisão do Governo Estadual há um ano, após muita polêmica. Quando houve a concessão do espaço à Odebrecht, em 2013, a previsão era de que esses equipamentos esportivos fossem derrubados para a construção de dois edifícios-garagem e um shopping center.

Com a mudança, os investimentos no local diminuíram, mas os lucros previstos pela empresa também caíram. Além de receber jogos de futebol dos principais clubes cariocas, o Maracanã ainda terá de passar por algumas obras de adaptação para sediar as cerimônias de abertura e encerramento da Olimpíada de 2016.