Vanderlei Luxemburgo em treinamento do Fla nesta quinta (Foto: Gilvan de Souza / Flamengo)

Time pronto, desempenho empolgante nos primeiros testes do ano e longa pré-temporada. O Flamengo embarca na manhã de sexta-feira para Macaé pronto para estrear no Campeonato Carioca. Vanderlei Luxemburgo, por sua vez, faz questão de se cercar de cuidados. Mesmo empolgado com o que sua equipe pode desempenhar em 2015, adota discurso de respeito e chama a atenção para os perigos que o rival, que tem se firmado como quinta força do Rio de Janeiro, pode apresentar. A disputa já começou fora de campo, com a recusas dos macaenses para que o Rubro-Negro treinasse no Cláudio Moacyr.

Campeão brasileiro da Série C, o Macaé começa a temporada como o melhor dos pequenos do Estadual. Luxa valoriza o trabalho realizado pelo azul e branco do interior e lembra que, por mais que o título do torneio de Manaus tenha sido um bom cartão de visitas para o Fla, a estreia oficial é sempre diferente.

- Temos que jogar a competição. Às vezes, começa com um clássico ou com um time mais frágil. O Macaé faz um trabalho bom há bastante tempo, conseguiu ser campeão brasileiro da Série C, cresceu. É um adversário que já tem uma coisa implantada. É mais difícil por ser um jogo na casa deles. Vamos começar uma competição importante, com um valor diferente e o emocional muda bastante.

Na longa entrevista coletiva desta quinta-feira, no Ninho do Urubu, Vanderlei Luxemburgo foi questionado ainda sobre a série de polêmicas que envolvem o Carioca antes mesmo de a bola rolar. Com a redução do preço dos ingressos, há o risco do Maracanã ser pouco utilizado na competição. O treinador do Flamengo evitou dar sua opinião sobre temas específicos, mas não deixou de reprovar o item do regulamento que proíbe críticas públicas ao Estadual.

- Venho de uma época de ditadura, de lutar. Fiz faculdade e fazia parte do diretório acadêmico. Estamos em 2015 e não podemos falar? É uma coisa complicada por não poder opinar. O processo do futebol é o mais ditatorial do mundo atualmente. É um absurdo isso acontecer.

Flamengo e Macaé se enfrentam no sábado, às 19h30m (de Brasília), no Cláudio Moacyr, pela primeira rodada do Campeonato Carioca. A delegação rubro-negra segue para o interior na manhã de sexta-feira e ainda tem local indefinido para treinamento.

Força dos pequenos

- Fui campeão com o Bragantino. O pequeno sai sempre com 20% e o grande com 80%. O Ituano acabou de se sagrar campeão em São Paulo. No campeonato, queremos sempre o melhor para levarmos a vantagem para a final. Queremos ser primeiros sempre.

Escalação

- Vamos estrear com o time que jogou contra São Paulo e Vasco. Esses jogadores pegaram mais ritmo. Na quarta-feira (contra o Barra Mansa), será uma outra situação. Vamos trabalhar também no dia do jogo com parte do elenco. Ainda estamos em pré-temporada.

Possível ausência do Maracanã

- Não podemos falar muita coisa. Se falarmos do Estadual, recebemos multa. É melhor deixar as coisas caminharem.

Nova formação

- A tendência do futebol hoje é ter uma linha de quatro mais forte no fundo. Um dos exemplos foi o Corinthians campeão mundial, que tinha sempre dois laterais que faziam essa linha, o Alessandro e o Fábio Santos. É uma tendência. O apoio do lateral passará a ser distinto do ala.

Pré-temporada

- Acho que aproveitamos bastante. Trabalhamos forte, foram 27, 28 treinamentos de parte física, técnica e definindo a parte tática. É uma característica do Brasil agora aproveitar bem esses 30 dias. O Flamengo ganhou dinheiro e conseguiu fazer uma base boa. Sinto que podemos avançar um pouco mais.

Boa fase defensiva

Vamos estrear com o time que jogou contra São Paulo e Vasco. Esses jogadores pegaram mais ritmo. Na quarta-feira (contra o Barra Mansa), será uma outra situação.

Sobre escalação

- Acho bom não tomar gol, mas existe um entrosamento do ano passado. Tomávamos muito gol, depois paramos de tomar e começamos a não fazer. Estamos encontrando um equilíbrio como equipe.

Jonas

- É um jogador que analisamos bastante. Assisti três jogos dele, o Rodrigo também acompanhou na época do Vasco. Tentamos dois jogadores do Sampaio, um foi para o Ceará (Eloir) e o outro conseguimos. Eram dois volantes modernos, que chegavam bastante na frente, com pegada, marcação. Não sabemos o que vai acontecer, mas tem tudo para dar certo.

Polêmicas com o Estadual

- São interesses diversos, mas o interesse do futebol tem que estar acima de qualquer situação. É uma discussão que se eu falar e acontecer outra coisa, o que eu falei não serve para nada. É uma coisa complicada para mais de metro. Você pode falar o que quiser do governo da Dilma, que é incompetente, e não pode falar sobre coisas pertinentes. Como não se pode falar do Estadual com respeito? Acho que essas coisas vão mudar. Não tem como discutir uma coisa sem envolver todo mundo. O que posso falar é que estamos indo a Macaé e existe até na Libertadores a obrigação de reconhecer o gramado. Queremos treinar em Macaé e fomos proibidos. É coirmão. Parece que a cidade está contra o Flamengo. Não há lugar para treinar.

Marcelo Cirino

- Quando coloquei o Rincón de meia-esquerda, todo mundo me deu muita porrada também. É uma discussão que vou ter com os comentarista do que é certo ou errado. Vou manter o Marcelo ali pelo potencial que vi no Atlético-PR, o arranque de dez metros... Tenho que aproximá-lo do gol. Isso não é da noite para o dia, vai levar tempo. Atacante tem que gostar de gol. Quero que o Marcelo chegue como está chegando. A coisa vai acontecer, não tenho dúvidas.