A saída de Mattheus do Flamengo está muito bem encaminhada. Sob risco de ver o meia deixar o clube sem qualquer retorno financeiro, a diretoria decidiu aceitar a proposta do Juventus pelo jogador. Os italianos oferecem 2 milhões de euros (cerca de R$ 5 milhões) ao Rubro-Negro e um contrato de cinco anos ao atleta.

Vinculado ao Flamengo até o fim deste ano, o jovem de 18 anos foi irredutível em sua decisão de deixar a Gávea, e a missão da diretoria passou a ser acelerar sua venda para que ele não saísse sem que o clube recebesse um tostão sequer. A partir de 30 de junho, ele poderia assinar um pré-contrato.

- O Mattheus não desistiu da ideia de sair para a Europa. Conversei com o pessoal da MFD, os representantes dele foram muito atenciosos ao apresentarem a proposta ao Flamengo, pois ele poderia sair sem que o clube recebesse. Não houve acordo para uma renovação, passei o assunto para a vice-presidência de futebol, ao Wallim Vasconcellos, e o clube precisa vender para não ficar sem receber nada – disse o diretor de futebol, Paulo Pelaipe.

Em janeiro, por muito pouco o Flamengo não selou a venda do filho de Bebeto para a Velha Senhora. Exigências em relação à forma de pagamento e observações contratuais feitas pelos cariocas, por sua vez, emperraram a transação até o fechamento da janela europeia, no dia 31 de janeiro. O interesse do Juventus e as tratativas continuaram.

Com a indefinição sobre o futuro, Mattheus continuou treinando entre os profissionais, mas sequer era relacionado para as partidas. Diante do imbróglio, a MFD, que gerencia a carreira do jogador, optou por não se pronunciar publicamente até que o acerto seja sacramentado.

O Rubro-Negro detém 80% dos direitos econômicos de Mattheus (os outros 20% são do jogador). O jovem ficaria com 500 mil euros (R$ 1,3 milhão), mas abriu mão do valor para facilitar a negociação.

Observado pelo atual campeão italiano desde outubro do ano passado, Mattheus recebeu a proposta oficial em meados de janeiro e não precisou pensar muito para tomar a decisão de deixar o Flamengo. A falta de valorização financeira por parte da gestão anterior foi apontada como um dos motivos principais para isso. Quando assinou como profissional, no fim de 2011, o meia-atacante recebeu aumento considerado irrisório por ele e seus representantes: passou de R$ 2.000 para R$ 2.200. Já em 2013, o salário passou para R$ 2.500. Ao assumir o clube, a nova diretoria até tentou mudar o panorama, mas já era tarde demais.