A eliminação na Taça Guanabara seguida de uma derrota na estreia na Taça Rio criam a primeira pressão sob Dorival Júnior na gestão de Eduardo Bandeira de Mello. Fato, inclusive, que fez com que o diretor executivo Paulo Pelaipe concedesse uma entrevista coletiva para abafar qualquer cenário especulativo em torno de uma possível saída do técnico.

Com um discurso trivial e adotado geralmente em situações nas quais os técnicos estão em xeque, o dirigente usou a aposta no “projeto” para bancar a permanência do atual comandante da equipe.

– Estamos trabalhando e temos um projeto. Continuamos com nossa luta para montar uma equipe. O resultado de quarta foi algo que nós não esperávamos. Fizemos um bom primeiro tempo, mas realmente o resultado foi ruim. Continuamos trabalhando para conseguir o melhor – disse Pelaipe.

E o cenário de instabilidade acontece justamente no momento em que o contrato do treinador com o Flamengo prevê uma redução da multa. O acordo feito com o Rubro-Negro prevê que a partir de 1 de março, caso o clube opte pela quebra do vínculo, bastaria pagar dois meses de salário a Dorival Júnior. Dentro do pacote de R$ 680 mil relativo ao custo da comissão técnica, o treinador recebe cerca de R$ 400 mil.

Alheio ao cenário de pressão, Dorival encara o atual ambiente como uma situação corriqueira.

– No futebol brasileiro, em grandes equipes, a pressão faz parte do dia a dia. Há dez dias, éramos a equipe sensação. Hoje, é pressão – comentou o treinador.