A surpreendente virada sofrida para o Resende na estreia na Taça Rio ligou o sinal de alerta na Gávea, levou pressão ao Flamengo pela primeira vez no ano e ainda deixou Dorival Júnior em situação incômoda. Apesar de não correr risco de demissão no momento, o técnico passou a ver seu trabalho ser contestado mais fortemente por alguns setores do clube, insatisfeitos com as duas derrotas seguidas.

A diretoria garante a continuidade do trabalho de Dorival, mas sofre pressão por mudanças. A sombra de Mano Menezes, desempregado e que chegou a ter o nome cotado no Projeto MM da nova diretoria - como o ATAQUE noticiou em dezembro -, continua presente e virou um pedido de torcedores. Mas mudanças imediatas são descartadas pelo diretor de futebol, Paulo Pelaipe.

“Temos um projeto e continuamos com nossa luta para formar uma equipe consistente. Claro que o resultado foi ruim, desgastante, mas é o momento de manter a calma. O Flamengo vive uma realidade e não vamos nos afastar dela. Todos estão indignados: diretoria, comissão técnica e jogadores. Tem que trabalhar para corrigir os erros”, afirmou Pelaipe, negando ter divergências com o técnico.

A situação pode mudar após o Carioca, devido a uma cláusula no contrato que garante aumento salarial a Dorival no meio do ano. A multa rescisória do técnico é de R$ 1,5 milhão, o que pode pesar na decisão, assim como a conquista do título regional.

Elias saiu em defesa do treinador e chamou a responsabilidade para o grupo: “Dorival e os jogadores sabem que é preciso matar um leão por dia no Flamengo. Não serão duas derrotas que vão dizer que o trabalho é mal-feito. Não podemos mais errar”.

Hoje, o projeto segue de pé. O Flamengo terá nove dias (até o jogo contra o Boavista, dia 23) para dissipar a desconfiança e arrumar a casa para reconquistar o torcedor e a paz.

“Cabe a nós tirar essa má impressão”, disse Pelaipe.