Léo Moura dá forte abraço em Pará na passagem de bastão (Foto: Gilvan de Souza / Flamengo)

Pará viveu nessa quinta-feira o primeiro dia de uma nova era para o Flamengo e, especialmente, para ele próprio. Com a saída de Léo Moura para o futebol dos EUA, o jogador, que chegou ao clube no início deste ano, se tornou o novo dono absoluto da lateral direita rubro-negra. O camisa 2 deixará saudade na torcida por conta da identificação que tem com ela e de sua trajetória vitoriosa na Gávea nos 10 anos em que vestiu as cores vermelha e preta, o que torna a missão de Pará ainda mais difícil. Mas ele está contando com um apoio importante nessa fase de transição: justamente o de Léo Moura.

Quando ainda nem sabia se continuaria no Flamengo após o término do contrato que se encerraria em maio, Léo deixou qualquer vaidade de lado e recebeu bem aquele que estava chegando para ser seu concorrente direto pela titularidade. Pará, por sua vez, mostrou-se agradecido ao capitão e garantiu que sempre o teve como referência no futebol. Nos bastidores, a relação não fugia disso. Por várias vezes, os dois eram vistos conversando e dando risadas.

Para a torcida, essa substituição não é tão fácil assim. Léo Moura se machucou no início do Campeonato Carioca e abriu espaço para Pará, que agradou Vanderlei Luxemburgo. Quando o camisa 2 voltou a estar à disposição, o treinador optou por deixá-lo no banco de reservas e manteve Pará como titular. Na primeira oportunidade, quando o Flamengo enfrentou o Madureira em Volta Redonda, pela sexta rodada do estadual, os torcedores insistiram em vaiar o reforço. O motivo não foi a performance dele em campo, e sim a presença do ídolo Léo no banco.



Nas duas partidas seguintes, contra Brasil de Pelotas-RS e Botafogo, Luxa deslocou Pará para a lateral esquerda e trouxe Léo Moura de volta à equipe titular. Mais do que um descanso de possíveis críticas, o camisa 21 teve a chance de atuar ao lado de sua referência. A formação só mudou no jogo de despedida de Léo, o amistoso com o Nacional-URU, onde Pará ficou no banco e substituiu o homenageado no segundo tempo, formalizando a passagem de bastão.

No momento da substituição, um forte abraço entre eles. Léo Moura disse algumas palavras para o novo dono da lateral direita do Flamengo. Pediu paciência a Pará e mostrou confiança nele.

- Fiz questão de dar um abraço nele, e a primeira coisa que falei a ele é para ter paciência. Está substituindo um jogador que ficou bastante tempo na lateral direita, mas ele tem futebol para isso. Companheiros e torcida têm de ajudar, porque está chegando para buscar espaço no maior clube do Brasil. Espero que faça história, ganhe títulos - afirmou na coletiva de imprensa pós-amistoso.

Nas "internas", Léo Moura também sempre faz elogios ao falar de Pará. Ele acha que seu substituto é uma boa pessoa e leva fé que ele vá deslanchar na vaga que ocupou por 10 anos. Para que isso aconteça, a paciência pedida por Léo será necessária. Mas, para agradar de verdade a torcida do Flamengo, Pará vai precisar mostrar bom futebol.