Perto do adeus, Marcelinho só pensa no bi e diz que banco não o incomoda

12/3/2015 09:37

Perto do adeus, Marcelinho só pensa no bi e diz que banco não o incomoda

Ala planeja jogar ao menos outra temporada, diz que time está preparado para levar a Liga das Américas e encara nova realidade como uma coisa natural aos 39 anos

Perto do adeus, Marcelinho só pensa no bi e diz que banco não o incomoda
Capitão das principais conquistas do Fla, Marcelinho quer o bi da Liga das Américas (Foto: Gilvan de Souza / Flamengo)

Quando voltou ao Flamengo em 2007, Marcelinho Machado pensava apenas em ajudar o clube do coração a brigar por títulos. O extinto Campeonato Brasileiro, à época, era um sonho antigo, que por anos bateu no aro e, por capricho, sempre acabava fora da cesta. O que ninguém podia imaginar, nem mesmo ele, é que os resultados fossem aparecer tão rapidamente, e o objetivo que teimava em escapar ano após ano, se concretizasse com juros e correção. No embalo do tão esperado Brasileiro, conquistado em 2008, vieram uma enxurrada de Estaduais, três NBBs, uma Liga Sul-Americana, uma Liga das Américas e uma Copa Intercontinental, considerado o Mundial interclubes da modalidade.

Trajetória que o Flamengo de Marcelinho vai tentar repetir a partir de sábado, quando enfrenta o Pioneros, do México, às 20h15, no Maracanãzinho, pelas semifinais da Liga das Américas. Bauru e o bicampeão Peñarol, da Argentina, disputam a outra vaga na final, às 18h, na preliminar. As partidas serão transmitidas ao vivo pelo SporTV e terão cobertura em tempo real do GloboEsporte.com.

Oito anos depois de retornar à Gávea, muita coisa mudou, mas a camisa 4 rubro-negra é a única que continua com o mesmo dono. Com ela, Marcelinho decidiu jogos, levantou taças, bateu recordes e também sofreu algumas decepções. Na mais recente, perdeu o posto de capitão, a vaga de titular e bons minutos em quadra. Um processo semelhante ao que ele viveu ao longo de mais de uma década na seleção brasileira, natural na vida de um atleta de 39 anos que se aproxima da aposentadoria, ainda sem data marcada.



- Está bem próxima. Tenho contrato até o final do ano com o Flamengo, mas agora não é a hora de pensar nisso. Estamos nas finais de um campeonato, e meu foco é só a partida contra o Pioneros. O que posso dizer é que hoje não tenho a menor pretensão de parar após essa temporada. Acho que pelo menos mais uma eu jogo. Jogar em outro clube também não passa pela minha cabeça - afirmou Marcelinho.

O que também não passa mais pela cabeça do ala-armador é a punição de quatro jogos imposta pela diretoria do clube em razão de um desentendimento com o técnico José Neto. Consciente de que ainda tem muito arremesso para acertar, o bicampeão do Torneio de 3 Pontos do fim de semana do Jogo das Estrelas está pronto para recomeçar. Como titular ou vindo do bando de reservas, o jogador mais importante na transformação do basquete rubro-negro na última década sabe da sua importância para o grupo.

- Isso é uma questão simples em esporte coletivo e acontece, vivi isso na seleção durante um tempo. Cheguei lá garoto, quase não jogava, ganhei meu espaço, passei a ser titular, protagonista, capitão e depois meu papel no time mudou. Mas nem por isso me senti menos importante. Quanto a isso não tenho o menor problema. Pelo contrário, é uma coisa natural no esporte e faz parte cada um saber qual é o seu papel - destacou.

Sem data definida para parar, o camisa 4 mais vitorioso do basquete rubro-negro ainda tem alguns planos para realizar antes de descansar. No rápido bate-papo com a reportagem do GloboEsporte.com antes do último treino na Gávea, na quarta-feira, Marcelinho revelou seus últimos desejos como jogador de basquete.


Marcelinho mostra otimismo em conquistar o bicampeonato da Liga das Américas Foto: Marcello Pires)

BI DA LIGA DAS AMÉRICAS

"Primeiro é gratificante demais o Flamengo estar nessa posição mais uma vez. Somos o único clube que jogou pelo menos todas as semifinais da NBB e agora chega em mais um Final Four da Liga das Américas. Estamos mostrando que o basquete do clube não é uma coisa momentânea, é um projeto que está tendo muito sucesso. É lógico que se tratando de Flamengo e do perfil vencedor de todos que estão aqui, nós nunca estaremos satisfeitos. Queremos conquistar mais títulos e somos cobrados para isso. O Flamengo potencializa esse lado. Temos totais condições de vencer essa competição novamente. É um campeonato duro, contra adversários que também têm seus méritos de ter chegado até aqui e já mostraram isso dentro da competição".

CAMINHADA MAIS TRANQUILA POR SER O ATUAL CAMPEÃO

"Tranquilo de forma nenhuma. Talvez o que possamos usar a nosso favor em relação ao título do ano passado é que temos uma lembrança bem fresca na memória de como é ser campeão de uma competição desse tamanho. Isso nos motiva ainda mais para repetirmos o feito. A possibilidade de disputar outro Mundial é mais um atrativo, pois vimos o quanto foi legal não só jogar como ganhar do campeão europeu. Esse gostinho de como foi é bom, mas o caminho de vencer o campeonato sabemos que não é fácil. O Peñarol já venceu duas vezes, inclusive com jogadores que ainda estão lá, o time do México também conta com alguns jogadores da equipe que foi campeã no passado e Bauru tem vários jogadores vencedores. Todas essas equipes estão aqui porque têm um perfil vencedor".

CONQUISTAS PELA FLAMENGO

"Para ser sincero eu não esperava ganhar tudo isso. Quando vim para o Flamengo tinha como pensamento ajudar o clube a estar sempre brigando pelos títulos. A equipe vinha de uma derrota por 3 a 0 para Franca no playoff do ano anterior e eu queria ajudar o clube a brigar lá em cima. O maior objetivo era o inédito título brasileiro, mas as coisas foram acontecendo muito rapidamente. Fomos campeões brasileiros, do NBB, da Liga Sul-Americana, depois passamos três anos sem ganhar, mas jogando sempre semifinais e finais, até que voltamos a vencer outros dois NBBs, a Liga das Américas e o Mundial. Quando cheguei aqui nem se jogava o Mundial, não dava nem para sonhar com isso. Enfrentar times da NBA, então, nem passava pela minha cabeça. Essas conquistas são um reflexo do trabalho que foi feito, de um clube com perfil vitorioso".


Marcelinho aponta o Fla como exemplo para outras equipes que investiram pesado como Bauru (Foto: Etzel Espinosa/FIBA Américas)

FLAMENGO COMO ESPELHO DOS RIVAIS

Com certeza. Sou do Rio e vivi isso no Campeonato Carioca. Vasco e Flamengo puxavam o investimento e os outros clubes vinham atrás porque se sentiam na obrigação de disputar de igual para igual com seus rivais. E o mais legal é que o Flamengo está fazendo isso com os pés no chão, hoje o basquete do clube não depende do futebol. Conquistamos uma condição de ser uma modalidade independente, com seus próprios patrocinadores e recursos e isso dá uma tranquilidade muito grande para darmos sequência ao projeto".

APOSENTADORIA

"Sou muito ruim de decidir a hora de parar. Já voltei atrás duas vezes na seleção e agora não vou falar mais, vou deixar pararem comigo. Vou deixar as coisas acontecerem, mas nunca escondi de ninguém que meu sonho é encerrar a carreira aqui. Sei que esse dia não está longe, está bem próximo. Tenho contrato até o final do ano, mas agora não é o momento de pensar nisso. Estamos nas finais de um campeonato, e meu foco é só a partida contra o Pioneros. O que posso dizer é que hoje não tenho a menor pretensão de parar após essa temporada. Acho que pelo menos mais uma eu jogo. Jogar em outro clube também não passa pela minha cabeça".



BANCO DE RESERVA E MENOS TEMPO DE QUADRA

"Isso é uma questão simples em esporte coletivo e acontece, vivi isso na seleção durante um tempo. Cheguei lá garoto, quase não jogava, ganhei meu espaço, passei a ser titular, protagonista, capitão e depois meu papel no time mudou. Mas nem por isso me senti menos importante. Quanto a isso não tenho o menor problema. Pelo contrário, é uma coisa natural no esporte e faz parte cada um saber qual é o seu papel, por mais que tenha que existir essa rivalidade sadia dentro do time, essa "briga" por posição. Mas acho que é melhor quando cada um sabe exatamente qual a função que desempenha, se é titular, reserva, se vai começar jogando ou ficar no banco. Isso faz parte do esporte coletivo. É assim em qualquer lugar, não só no Flamengo".

UNIÃO DEPOIS DO PROBLEMA COM NETO

"Nosso time é muito experiente e sabe que a nossa temporada não está sendo brilhante até o momento. Ano passado foi assim também, quando tivemos duas derrotas pesadas por mais de 20 pontos para o Minas e São José. Acho que essa experiência fez com que soubéssemos a hora que precisávamos estar preparados. Agora não foi diferente, é um momento de decisão e estamos preparados para jogar esse Final Four. Passamos muito bem na fase semifinal e no NBB estamos jogando bem novamente".


"Para isso acontecer, o primeiro ponto é justamente não pensar nesse jogo. É um torneio que o terceiro lugar não vale nada, e temos consciência que uma vitória nos coloca na final novamente. Pela experiência que temos, ninguém está se deixando levar pela vontade natural de todos que é ter uma final brasileira. Pelos jogos serem no Rio de Janeiro e pelo excelente momento que vive o basquete brasileiro. Mas não estamos preocupados com isso, nosso único foco é o Pioneros, em como nos vamos jogar. Acho que eles devem estar mais preocupados conosco do que nós com eles. Somos os atuais campeões, nos classificamos em primeiro e jogamos em casa. Temos que nos preocupar com as virtudes deles sim, mas sabendo que temos muitas qualidades também e como vamos dificultar o jogo para eles. É em cima disso que estamos treinando e trabalhando para conseguir a vaga na final. Aí sim vamos poder falar sobre uma possível final brasileira".


Jefferson sofreu uma ruptura no tendão de aquiles do tornozelo direito (Foto: Reprodução / TV TEM)

AUSÊNCIA DO JEFFERSON

"Ele é um jogador que tem uma característica que é difícil de se achar, não só técnica, tática, mas de liderança, e o Bauru vai sentir muita falta como qualquer time sentiria de um jogador com o peso que ele tem. Mas eles têm muitos jogadores rodados e experientes que de outra forma podem contribuir com o time".

FINAL INTERCONTINENTAL NA EUROPA

"Claro que seria importante e muito bom para o Flamengo. É um desafio a mais para qualquer equipe que for campeã da Liga das Américas e puder jogar uma final de Mundial na Europa contra adversários do nível de um Real Madrid ou de um Barcelona. Mostramos no ano passado que existe uma diferença clara, pois o investimento no basquete europeu é maior. Não é porque ganhamos que vamos falar que nossa liga é melhor que a deles, que não é, seria uma mentira, mas é uma diferença que pode ser superada dentro de quadra em um jogo único".

REAL MADRID OU BARCELONA

"Quando ganhamos a Liga das Américas no ano passado, brincamos no jantar de comemoração que a hora do Real Madrid do Barcelona iria chegar, até porque eram as duas melhores equipes naquele momento e tinham tudo para conquistar a Euroliga. Mas temos que esperar acontecer para ver quem serão os campeões. Mas é claro que seria uma partida para entrar na história, pois se trata de equipes de muita tradição".


Marcelinho em ação contra o Maccabi Tel Aviv na final da Copa Intercontinental (Foto: Divulgação / FIBA Americas)

933 visitas - Fonte: Globoesporte.com


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