18/12/2012 10:52
Conheça o torcedor que não perde um jogo do Mengão desde 2009
Mércio Querido de Figueiredo marca presença nas arquibancadas de todo o Brasil
"Eu, sempre te amarei... Onde estiver estarei... Ó meu Mengo!". Este trecho do canto, entoado com frequência nas arquibancadas em dias de jogos do Flamengo, é levado ao pé da letra pelo torcedor Mercio Querido de Figueiredo, O ‘Sórin’, apelido dado em razão da semelhança física com o ex-jogador argentino.
Inacreditavelmente, Mercio, de 41 anos - que nasceu no Rio de Janeiro, se mudou para São Gonçalo em 1998 e há 20 anos trabalha como administrador financeiro em um restaurante no Centro do Rio -, esteve em TODOS os jogos de seu time de coração, o Flamengo, no território nacional, em 2012. E o fato não foi inédito. Em 2009, no último título Brasileiro do Rubro-Negro, e em 2010, o torcedor fiel acompanhara presencialmente todas as partidas do Rubro-Negro carioca.
Mercio, que normalmente viaja com um grupo de cinco ou seis amigos autodenominados informalmente de "Fla-Mochila", conta que sua paixão pelo clube teve início em meados da década de 80, por influência direta do pai e do avô.
"Essa paixão foi por herança genética mesmo. Meu avô, que eu nem cheguei a conhecer, era apaixonado pelo Flamengo. E meu pai, mais fanático ainda. Mas hoje, vejo que sou muito mais devotado à causa que os dois", gaba-se Mercio, que apesar da morte do pai, em 1986, continuou a frequentar o Maracanã. Sozinho.
"Minha família era humilde, mas minha mãe nunca deixou faltar dinheiro para o ‘Maraca’. Parece que ela já sentia que o quê havia entre eu e o Flamengo era algo mais que uma diversão de ocasião".
Um fato curioso é que o amor entre Mercio e o Flamengo não nasceu diante da comemoração de um título, ou mesmo sob a euforia de uma vitória, mas, sim, após uma derrota dolorosa imposta pelo maior rival.
"Na derrota do Estadual de 87 (com um gol do meia-atacante Tita), ao caminhar pelas arquibancadas e ver todo aquele povo rubro-negro prostrado, muitos em lágrimas, pensei: Ah, a coisa que eu mais odeio nesse mundo é ver essas pessoas tristes. Sei que não tenho como resolver isso, mas se pudesse eu gostaria de sofrer, em cada derrota, tudo sozinho, por todos os rubro-negros do mundo! Bem, eu sei que isso é impossível, mas prometi a mim mesmo, desde aquele dia, que eu levaria esse meu amor até as últimas consequências, até o dia da minha morte", lembra Mercio, em tom melodramático, com o olhar mirando no além.
"Respeito todas as religiões, mas sou ateu. E o Flamengo é o mais próximo que tenho de uma religião. É a minha religião. Posso dizer que ali, justo em uma derrota para o nosso maior rival, eu ‘vi a luz’ que me fez virar o rubro-negro que sou hoje", completou.
Mercio e o amigo Júlio passam bastante tempo em frente ao computador, inclusive nas madrugadas, em busca de promoções de passagens aéreas.
"As pessoas pensam que é muito caro (assistir a todos os jogos), mas não é. A gente compra as passagens com antecedência e consegue ótimos preços. No mais, é toda a loucura logística da ‘Fla Mochila’. Ligações tarde da noite avisando que tem promoção de passagem em tal site; um emprestando dinheiro para o outro se for necessário; fazer do chão do aeroporto nosso leito para cortar gastos; etc", conta, aos risos.
E no trabalho? Como Mercio consegue ter uma rotina diante de tantas viagens? Ele faz questão de explicar o inexplicável...
"No meu segundo ano por lá, tive uma conversa com o dono. Expliquei que podia parecer loucura, mas que minha relação com o Flamengo era muito importante para mim e que eu gostava de estar presente nos estádios, blá, blá, blá... Não há problemas. Só comunico que vou sair cedo, ou chegar tarde, ou apenas dar uma passada. Todo mundo lá entende que o Flamengo é fundamental na minha vida", alega, garantindo que é funcionário exemplar e que não se abala com as inevitáveis encarnações dos colegas de trabalho.
"Quando vou embora às 11h, por exemplo, todo mundo fica me chamando de cara-de-pau. Minha resposta é sempre a mesma: Tem o telefone da CBF na minha mesa. Liga pra lá e reclama do dia e da hora do jogo. Não posso fazer nada", diz Mercio, calmamente.
"Mas é muito raro eu faltar por conta do Flamengo. O mais corriqueiro é sair cedo, ir para o jogo, voltar na madruga e sair da rodoviária ou do aeroporto direto para o trabalho outra vez", afirmou.
E a continuidade desta paixão imensurável pelo Flamengo já está garantida para a próxima geração. No início, Mercio não era favorável à ideia de levar o filho aos estádios. No início...
"O amor do meu filho pelo Fla foi aumentando com a idade. Quando o Felipe começou com as viagens não quis parar mais. Até uns 11 ou 12 anos (‘Sorinzinho’ está com 14 anos) eu ainda evitava levar ele nos jogos fora de casa mais arriscados. Mas pintou aquele momento em que ele ficou com olhar triste por não estar presente. Ele tinha consciência dos riscos físicos de tanto escutar minhas conversas com nossos amigos. Inevitável. Um dia, olhei para ele e falei: você está doido pra ir, não é? Ok. Partiu", conta Mercio, afirmando que Sonrizinho foi em 37 dos 38 jogos do Fla no Brasileiro de 2012.
Para finalizar a conversa, o torcedor fiel tenta (eu disse ‘tenta’) resumir em poucas palavras o que sente pelo Flamengo.
"Definir meu amor pelo Flamengo? Acho que a melhor maneira seria com a inscrição de uma frase que há em uma faixa da Torcida Urubuzada: "Amor Indescritível", finaliza Mercio, que conta detalhes das viagens que faz para acompanhar o Mais Querido do Brasil aqui mesmo no Site Oficial do Flamengo, no blog Vida de Torcedor.
2039 visitas - Fonte: Site Oficial
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