Centro de treinamento do Flamengo em Vargem Grande Foto: Angelo Antônio Duarte / Agência O Globo

O Flamengo não terá um Centro de Treinamento pronto para uso pleno de seus profissionais em 2015. Por insuficiência de recursos financeiros e descuido dos dirigentes, as obras no Ninho do Urubu caminham com velocidade oposta a do ataque comandado por Vanderlei Luxemburgo.

O departamento de futebol já assume internamente que a dificuldade vai exigir retoques e maquiagem na estrutura para o uso durante o Brasileiro. A diretoria também confirma que o prazo de dez meses para conclusão dos módulos profissionais, dado em julho de 2014, não será atingido.

Hoje, e há alguns anos, o que se vê no Centro de Treinamento George Helal ainda é poeira, concreto e mato. O Flamengo recebeu recursos oriundos de leis de incentivo na ordem de R$ 7 milhões recentemente, mas faltaram mais R$ 5 milhões, que a Prefeitura não vai mais dar como contrapartida ao terreno cedido aos demais clubes.

Sem poder tirar dinheiro de outros setores para completar a obra logo, a conclusão do Ninho do Urubu não tem data. Algumas intervenções estruturais foram concluídas, mas há muito o que fazer. No entanto, sabe-se que os dirigentes responsáveis não estão acompanhando de perto a situação. Wallim Vasconcellos, que assumiu como vice-presidente de patrimônio, não foi mais de uma vez ao local esse ano. O presidente Eduardo Bandeira de Mello apareceu essa semana, mas para ver um jogo-treino e logo ir embora.

De certa forma abandonados, os profissionais do futebol vão dando o jeitinho que é possível. Entre as adaptações, pediram que a área próxima ao campo um, atualmente mais utilizada, ganhe pelo menos um asfalto provisório. O terreno descampado e a parte da obra parada também tem ajudado a proliferação de mosquitos e há temor especial com o da dengue após alguns casos confirmados no Rio.

Funcionários do Ninho do Urubu lamentam diariamente a pouca estrutura para o trabalho. O desleixo vai desde a falta de papel higiênico em banheiros próximos ao portão de entrada a falta de mudas de roupa para seguranças. Da Gávea, os dirigentes montam as planilhas para encontrar a equação ideal para finalizar o projeto de modernização e alega que dívidas da gestão anterior com empreiteiras prejudicaram os investimentos.