Zico critica formação de jogadores nas categorias de base no Brasil

13/3/2015 17:46

Zico critica formação de jogadores nas categorias de base no Brasil

Em visita ao Espírito Santo para apresentar projeto social de escolinhas de futebol, Galinho de Quintino também abordou a experiência que teve como técnico na Índia

Zico critica formação de jogadores nas categorias de base no Brasil
Zico esteve no Espírito Santo nesta quinta-feira (Foto: Eduardo Dias/A Gazeta)

Exemplo de classe e categoria dentro de campo, Zico foi um dos grandes ícones de uma geração de craques do futebol brasileiro na década de 1980. Vestindo a camisa 10 do Flamengo, Arthur Antunes Coimbra conquistou vários títulos estaduais, nacionais e internacionais, como a Copa Intercontinental de Clubes, em 1981.

Só que o diagnóstico que o galinho faz do momento atual do futebol brasileiro é preocupante. Em visita ao Espírito Santo para buscar apoio para ampliar um projeto social de escolinhas de futebol, Zico criticou a formação dos atletas desde as categorias de base até o profissional, e fez questão de comparar como era a preparação física e técnica em sua época de jogador e na atualidade. A falta de um camisa 10 clássico nas equipes e os esquemas táticos atuais também foram fatores para o empobrecimento do futebol brasileiro, na opinião do treinador.

- Na minha época, jogador acabava o treino e ia bater falta, fazer cruzamento, treinar lançamento... Futebol é repetição e dedicação. Hoje, jogador chega para treinar já querendo ir embora. O resultado é essa infinidade de passes errados, jogador não sabendo dominar uma bola e por aí vai. Perder para Venezuela, como aconteceu com a Seleção sub-17 (pelo Sul-Americano, na última segunda-feira) sequer era cogitado. A formação, hoje, é deficitária. Trabalho tático e musculação não desenvolvem a técnica. A falta de qualidade nos clubes se reflete na Seleção. Isso não é só no Flamengo (falta do camisa 10). Está ocorrendo em todos os clubes. O Brasil está sofrendo com isso. As equipes atualmente jogam em sistemas que minam a existência do 10 clássico. Não se investe na formação desse tipo de jogador mais. Aí somos obrigados a ver esse futebol pobre tecnicamente.

Com a saída recente do lateral-direito Léo Moura, após 10 anos defendendo o Flamengo, já começa outra busca por um novo ídolo rubro-negro. Zico já tem suas apostas, mas ressalta que a idolatria da torcida por um jogador acontece por diversos fatores, como "tempo de casa", conquistas e respeito pela camisa do clube.

- Ralei muito e tive que superar a desconfiança. Isso me motivava a ser melhor a cada dia. Fui muito bem aconselhado pelo Zizinho (craque da Seleção Brasileira na Copa de 50 e técnico do América-RJ na década de 60) na época. Me entregava de corpo e alma. Algo que falta no futebol atual. Ser ídolo é ter identificação com o clube. Há jogadores que marcam em decisões e caem na graça da torcida, mas isso não garante que seja um ídolo, talvez um xodó. Ídolo é diferente. É tempo de casa, são conquistas e outras situações que marcam a história do jogador. É difícil um cara no futebol de hoje fazer o que o Léo Moura fez (ficar 10 anos num mesmo clube). No time atual vejo o Marcelo Cirino com potencial, mas precisam dar tempo a ele.

Ídolo no Japão e técnico na Índia

Com uma grande história no futebol asiático, onde jogou e foi ídolo no Kashima Anthlers, do Japão, além de ter sido técnico da seleção nipônica, e recentemente atuando como treinador do FC Goa, da Índia, onde comandou outro brasileiro, o lateral-esquerdo André Santos, Zico contou detalhes do que o atraiu no oriente. O Galinho de Quintino revelou que a aventura de trabalhar num local inóspito e desconhecido o motivou para superar algumas dificuldades, como por exemplo a barreira da língua, e já projeta um retorno ao Campeonato Indiano.

- A aventura é o que motiva a gente. Em apenas quatro meses, saímos do zero e evoluímos absurdamente, apesar das dificuldades. Só fui conhecer os jogadores na quarta partida. Há duas ligas nacionais e o modelo adotado é o de franquias. Tudo isso dificultou. Porém, a aceitação do público foi muito boa. Caso eu retorne em setembro, já vou poder montar uma estrutura melhor.

1067 visitas - Fonte: Globoesporte


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