Vanderlei Luxemburgo comandou Valdivia em 2008, no Palmeiras (Foto: Reprodução SporTV)

Vanderlei Luxemburgo não admitiu interesse em Valdivia para reforçar o Flamengo. Mas, durante o "Seleção SporTV" desta terça-feira, o técnico rubro-negro disse que enxerga como natural a discussão de um contrato por produtividade com o meia chileno, que tem contrato com o Palmeiras se encerrando em agosto.

Campeão paulista pelo Palmeiras em 2008, Luxa tinha em Valdivia a sua principal estrela. Nos últimos anos, porém, o jogador do Verdão não tem conseguido emplacar uma grande sequência de jogos por conta de uma série de lesões musculares.

- Fui técnico dele no Palmeiras. Não tenho problema de relacionamento. Acho que a relação foi muito boa, com algumas discussões, mas sempre em benefício da equipe. Comigo, a frequência de jogos foi muito boa, jogou campeonato todo. É um jogador que se amanhã for pensar em contratação, vamos discutir uma série de coisas de contrato, mas que se encaixa no meu estilo de trabalho - destacou.

Questionado sobre a política de contratos de produtividade adotada pelo Palmeiras na gestão Paulo Nobre, que estabelece um valor fixo de salário e uma porcentagem variante de acordo com a frequência nos jogos, o técnico do Fla disse concordar com a posição alviverde. Com contrato assinado na gestão passada, o Mago já disse publicamente que não vê com bons olhos essa situação, já que o clube deve propor esses termos na proposta de renovação contratual.

- Contrato de produtividade tem de ser feito, mas desde que eu te dê a condição de você alcançar aquele objetivo que eu mando você produzir. Se você não tem um time que dê condição de buscar a produtividade, como vai ser? Ganhar tanto se for campeão, mas o time pode não brigar. A discussão no Palmeiras, pelo menos na minha conversa com o Brunoro (José Carlos, ex-diretor), era na segunda divisão para ser campeão. Só que o time foi para a primeira e não ia produzir para ser campeão na primeira temporada, então como ganhar por produtividade?

Com largo conhecimento em gestão esportiva, uma área que Luxemburgo sempre se interessou, o técnico tentou explicar o que entende por uma bom contrato de produtividade.

- A obrigação do Flamengo é ganhar título, então tem a premiação. A produtividade é frequência dentro do campo de jogo: 60%, 70%, 100% dos jogos. Se concentrar em 60% do mês, tem tanto de percentual em bônus. Tem o fixo e o bônus. Participar o máximo possível. As lesões dependem do departamento médico, se ele estiver dentro de um percentual de 80% a 90%, passa a receber o que recebia dentro daquele mês. A opção de escalação é do técnico, quero que ele esteja na convocação, que esteja disponível. Opção minha se não quiser jogar - teorizou.

Comentarista do Canal Campeão, Carlos Alberto Torres perguntou se um jogador com uma frequência baixa de jogos, como Valdivia, pode ser interessante. Luxa disse que, no Flamengo, apenas a opinião do treinador não é decisiva para a contratação.

- Quando você vai fazer um contrato com o Valdivia, você analisa as três ou quatro últimas temporadas para ver o que pode oferecer de contrato. Senão fica complicado. Como foi a participação do Valdivia nos últimos anos, o quanto participou dos jogos? Na Europa, quantos gols você faz por temporada? No basquete, quantas assistências. Futebol não foge. Valdivia tem uma frequência de 30% nos jogos? Então vamos pensar no contrato (...) Quando me perguntaram, disse que comigo Valdivia não teve problema, mas as últimas temporadas dele fazem com que os clubes tenham de discutir contratos diferentes, pois não participou de muita coisa. Não é apenas o que o técnico quer. Tem de discutir orçamento, se o custo se encaixa no que queremos (...) Pego Valdivia e levo para uma discussão com a diretoria e comissão técnico, e ali não adianta eu querer, vamos discutir a contratação. Se prevalecer que é um custo elevado, não vem, não adianta eu querer. É uma discussão interna - disse.