3/6/2015 20:42
Galinho na Fifa: confira a íntegra da entrevista de Zico que oficializou sua candidatura à presidência da entidade
Ex-jogador falou sobre seus próximos passos, necessidade de renovar o quadro de dirigentes e da relaçãoconturbada com a CBF
Zico confirmou que vai se candidatar à presidência da Fifa (Foto: Wagner Meier/ LANCE!Press)
Como já foi informado mais cedo pelo Lancenet, o ex-jogador Zico oficializou sua candidatura à presidência da Fifa. Confira, na íntegra, a entrevista que o Galinho deu para o canal Esporte Interativo, na noite desta quarta-feira.
Candidatura
- Sou candidato, estou dentro. Tenho inteira conviccção disso. Se houver a possibilidade, eu vou tentar esse cargo. Me sinto em condições para isso. Voce vê a repercussão, a quantidade de apoio, muita gente me ligou desde então. Para dormir foi complicado, dona Sandra reclamou um pouquinho (risos). É assim mesmo, a vida nos reserva situações e eu vou bater de frente, sempre fiz assim. Não acho que os brasileiros devem ficar encolhidos, deixar tudo nas mãos dos europeus. E digo não só os brasileiros, como o continente sul-americano. Somos um dos continentes mais vitoriosos do futebol.
Experiência
- Eu tive essa experiência no Ministério do Esporte, foi algo novo, começou do zero. Montamos aquilo e por isso foi até mais fácil. Numa entidade como a Fifa, você tem que entender porque aquela engrenagem funciona daquela forma há tantos anos. Claro que tem gente honesta trabalhando, mas o problema maior é o colégio eleitoral, que foi algo que procuramos eliminar no Ministerio do Esporte. Queria que jogadores consagrados tivessem direito ao voto, pelo que eles fizeram e o meu projeto se baseava nisso. Na epoca, a única oposição que eu tive foi a CBF e eles acabaram aceitando em partes, abrindo a votação para os clubes da primeira divisão. Hoje é muito fácil bater na CBF, mas há 20 anos atrás era eu sozinho apanhando aqui, sendo processado.
Corrupção
- Cara se for comprovada a corrupção, não tem outra alternativa senão abrir um novo processo para uma nova candidatura de sede da Copa. Não está muito em cima, 86 teve terremoto no Chile e o México realizou. Principal problema está nisso, na corrupção, nas eleições e nas candidtauras. EUA foi muito bem, atacou na ferida, que são essas candidaturas e acordos.
Estados Unidos como exemplo
- Os EUA estão mostrando que planejamento é tudo. Às vezes, por soberba, não vemos o que de bom acontece fora da nossa realidade. Só olharmos a NBA, a NFL. Falo isso porque, no Japão, quando comecei a trabalhar lá, os dirigentes japoneses foram para os EUA, aprender sobre como gerir e investir no esporte.
Agora, é a hora de aproveitar a oportunidade desses caras darem uma grande contribuição no futebol mundial. Temos que tirar o chapéu para o FBI, precisou de uma ajuda dessas para que o futebol caísse na realidade. Todo mundo falava, todo mundo sabia, mas ninguém comprovava nada. Eles são sempre bem vindos para ajudar no futebol mundial. Não tenho dúvida de que os Estados Unidos, do jeito que são competitivos, estejam aí, em breve, disputando finais de mundial.
Punição como solução
- Vi presidentes irem para a cadeia na Turquia, Grécia e Uzbequistão. O que recupera o futebol é isso, pagar pelas besteiras que fez, é dessa forma que funciona, com punição. A grande dificuldade é a impunidade. Punir independente de quem seja, de qual cargo tenha, porque, aliviando para um, todos vão se achar no direito de fazerem também.
Recomeço
- A gente tem que começar dessa forma, abrir as portas e deixar investigarem, não dá para responder pelos erros dos outros. Se tem algo que ainda está pendente, tem que deixar investigar. Tudo tem que ser passado a limpo, começar do zero e que seja bom para todos que estejam trabalhando e acreditando numa nova forma de gerir o futebol. Seria importante tudo ter sido apurado enquanto o presidente (Blatter) ainda estivesse no cargo.
Renovação de dirigentes na Fifa e CBF
- Vejo com bons olhos essas pessoas que estão postulando o cargo. Quem vier, sabe como vai ter que funcionar daqui para frente, não imagino que venha gente mal intencionada tentar esse cargo agora. É burrice e seria triste para o futebol. Acho que vai mudar a forma de pensar, de eleger, a própria condução da eleição, da busca pelos votos, vai se dar de maneira diferente.
O futebol brasileiro está precisando de organização, seriedade fora do campo. Dentro, as coisas se ajeitam, Brasil é pentacampeão do mundo. Agora, essas pessoas que deram os titulos para o Brasil não estão mais jogando, mas podemos dar nosso suporte por trás, fora do campo.
"Estômago" para lidar com situações desagradáveis
- Olha, a gente vem passando por situações ruins desde a época de jogador. Tem que suportar e seguir em frente. O importante é botar a cabeça no travesseiro e dormir, importante são as atitudes que vc toma no dia a dia, é se colocar. Nunca me furtei a falar sobre qualquer assunto, nunca tive medo de ninguém nesse aspecto, sabemos que não vamos agradar todo mundo, pessoas vão falar, mas temos que seguir em frente.
Na vida, não se pode deixar de tentar as coisas, correr atrás dos seus desafios e, principalmente, quando há essa possibilidade, agarrá-la. Uma coisa é se meter com essa gente quando o que está valendo são as regras deles, outra coisa é assim, com investigação. Jamais entraria se não tivesse ocorrido essa ação do FBI.
Modelo de funcionamento das entidades de futebol
- Por que um atleta que foi campeão pelo seu clube/país precisa ter apoio de 5 federações? Não dá para entender essas fórmulas que eles criam para as eleições, isso tem que acabar. Terminando isso, trabalhamos mais tranquilos. Se for eleito, serei eleito de uma forma correta, honesta.
Rivais na disputa pela presidência
- Hoje, vejo o Platini como um cara forte ao cargo. O brilhante trabalho que vem fazendo na UEFA o credencia a isso.
Apoio da CBF
- Não teria o voto da CBF se fosse candidato. Eu não tenho relacionamento nenhum com eles, não espero apoio e não me surpreenderia se não votassem em mim, como já aconteceu quando estava no Ministério do Esporte.
Próximo passo
- Agora, é esperar para ver como vai ser a regra do jogo, ver o que se tem que fazer pra efetivar essa candidatura. O ideal é esse, rodar o mundo e que as pessoas entendam sua filosofia. Ser honesto, não se complicar na campanha e não prometer mais doq ue pode cumprir.
19924 visitas - Fonte: Lancenet
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