Más atuações e derrotas vêm deixando Cristóvão cada vez mais pressionado (Foto: Gilvan de Souza)

O técnico Cristóvão Borges poderá ter uma passagem relâmpago pelo Flamengo se o time for derrotado pelo Joinville em partida programada para esta quarta-feira, às 22h (de Brasília), na Arena Joinville. Os catarinenses aparecem na lanterna com quatro pontos e um mau resultado pode jogar o Rubro-Negro para a última colocação, dependendo logicamente de uma combinação de resultados.

Este cenário tornaria a Gávea um verdadeiro caldeirão. Em trinta meses de gestão, o presidente Eduardo Bandeira de Mello já trabalhou com sete treinadores, o que dá uma média de um técnico a cada quatro meses. A diretoria não admitde a possibilidade de dispensar o treinador, que na derrota de 1 a 0 para o Vasco, no fim de semana, completou seis partidas à frente do elenco, com quatro derrotas e duas vitórias. As explicações do treinador para o mau momento soam como vagas para os dirigentes.

"Em alguns jogos conseguimos melhorar, mas nada daquilo do que se tem necessidade, por isso ainda não mudamos esse cenário. Precisamos evoluir muito e estamos evoluindo não da maneira como queremos. Estamos oscilando. Conseguimos duas vitórias seguidas e depois não conseguimos manter essa regularidade. E esse campeonato é de regularidade, então isso tem que ser alcançado para que a gente possa evoluir no campeonato. É necessário e urgente", disse Cristóvão após a derrota para os vascaínos.

Os dirigentes flamenguistas já fizeram uma sondagem a Oswaldo de Oliveira, que deixou o Palmeiras há duas semanas e está sem clube. O treinador disse que aceitaria ouvir uma proposta sobre o projeto flamenguista, mas somente se o cargo de treinador estiver vago. Porém, a resposta foi o suficiente para que a diretoria entenda que tem um nome em mente caso Cristóvão não responda positivamente.

O atual treinador já percebe no ar um certo clima de "fritura". Principalmente porque nunca caiu nas graças da torcida, que inclusive o tem hostilizado em algumas partidas, como no clássico contra o Vasco. Talvez por isso ela tenha procurado lembrar que o Flamengo está desfalcado de atletas por conta da disputa da Copa América. O volante paraguaio Victor Cáceres e o atacante Paolo Guerrero, da seleção peruana, seguirão no Chile até o próximo fim de semana e também não enfrentarão o Figueirense no próximo domingo. Já o lateral esquerdo colombiano Pablo Armero deverá ficar à disposição já para o duelo contra o Joinville.

"A gente percebe as dificuldades. E ainda temos jogadores que estão na Copa América. Se estivessem aqui, teríamos mais opções, isso também prejudica. Por isso em alguns jogos temos feito mudanças para achar a melhor maneira, a melhor escalação e o melhor sistema de jogo. E vamos continuar fazendo para achar uma maneira onde tenha uma performance suficiente para conseguir ganhar", disse Cristóvão.

Existe ainda a preocupação com o desgaste de alguns jogadores, que estão atuando visivelmente fora das condições ideias. Casos do meia Everton e do atacante Paulinho, que muitas vezes dão a impressão de estarem se arrastando em campo. Com isso, há dirigentes que questionam a preparação física do plantel. Porém, evitam críticas públicas para que o clima já delicado não fique ainda mais conturbado.

A delegação do Flamengo embarcou nesta segunda-feira para Joinville, onde treina nesta terça. A viagem desgastante de Cuiabá (MT), onde foi disputado o clássico contra o Vasco, até o Sul acabará atrapalhando os planos de Cristóvão em termos de treinamentos. É possível que alguma mudança seja feita com o sentido de melhorar o desempenho do time, que teve atuação sofrível contra os vascaínos.