O primeiro desgaste na relação entre Paulo Pelaipe e Zinho teve como pivô o imbróglio em torno do futuro de Wellington Silva no Flamengo. Um dia depois de o atual diretor ter faltado ao encontro com Wallim Vasconcellos, vice de futebol, ele foi colocado como o responsável por conduzir a renovação do jogador inserido já em uma situação desconfortável criada quando o contrato do lateral foi elaborado.

- O Flamengo começou a situação errada. No momento de fazer o contrato teria de definir as bases para uma renovação. Na verdade, Zinho é quem está cuidando disso porque ele tem contrato com o clube até 31 de dezembro. E eu não posso fazer nada porque só assumo no dia 2 de janeiro - disse Paulo Pelaipe.

A prorrogação do vínculo, realmente, caberia a Zinho dentro da função de diretor no Flamengo. O dirigente, porém, não estava ainda no clube quando Wellington Silva foi contratado. O jogador chegou ao Flamengo no dia 25 de abril enquanto que Zinho foi anunciado pela presidente Patricia Amorim no dia 11 de maio.
O vice de futebol da época, Paulo Cesar Coutinho, e o vice de finanças, Michel Levy, foram os responsáveis por conduzir a negociação de empréstimo do jogador com o Resende e determinar as condições da compra no fim do ano. No dia 15 de novembro, na data do aniversário do clube, Levy foi abordado pelo L! em uma conversa informal e questionado sobre Wellington Silva avisou que a permanência já estava encaminha.

- Está tudo certo. Acertamos o valor das parcelas e não terá problema algum - disse o dirigente.
A demora do Flamengo para iniciar o processo de renovação, porém, é apontada por alguns concorrentes do clube na disputa pelo lateral como uma falha grave e que pode fazer com que Wellington não fique. E Zinho, nesse caso, era quem deveria estar cuidando disso.

Afinal, Wellington Silva emplacou a melhor sequência como titular no Flamengo no dia 26 de setembro, na vitória por 2 a 1 sobre o Atlético-MG, no Engenhão. Desse período em diante, foram dez partidas como o dono da posição.

FUTURO INCERTO

Sem responder à oferta para ser gerente de futebol na nova gestão, Zinho segue com o futuro em aberto e pode não continuar no clube. Apesar de a nova diretoria ter manifestado interesse pela renovação do contrato, em momento cobrou uma posição imediata do atual diretor.

Zinho não concorda com a redução do salário de R$ 100 mil e diz a pessoas próximas que não foram muito bem esclarecidas as funções que ele exerceria no novo cargo.

Pouco antes do início da reunião de terça-feira com a presença do técnico Dorival Júnior, o dirigente reclamava que as indefinições estavam atrasando o planejamento do Flamengo para 2013. Ele, porém, também não se responde ao convite feito há uma semana.