A estrela de Obina brilhou e ele fez o primeiro gol do Flamengo na decisão da Copa do Brasil de 2006
Foto: Márcio Mercante / Agência O Dia
Rio - Obina começou sua carreira no Vitória, na Bahia, mas foi no Flamengo que se consagrou e fez história. Mesmo com um começo difícil e uma relação conturbada com a torcida rubro-negra, o baiano mostrou estrela, conquistou o carinho e ganhou status de ídolo no time. O atacante marcou um dos gols no primeiro jogo da final da Copa do Brasil de 2006, contra o Vasco. O título da competição abriu caminho para que ele virasse xodó, eternizado ao som da clássica música 'Obina é melhor que o Eto'o', em comparação ao então jogador do Barcelona. A ligação com o Fla faz Obina sonhar em encerrar a carreira no clube.
Com 32 anos e um currículo cheio, Obina não pensa em voltar ao Brasil em breve. O contrato com o Matsumoto Yamaga, do Japão, vai até o fim de 2016. Apesar do bom momento na Ásia, o atacante não esconde sua preferência pelo clube onde deseja fazer suas últimas partidas.
"Se eu fosse voltar para encerrar a minha carreira seria no Flamengo. Minha passagem pela Gávea me marcou muito. Tenho um respeito muito grande pela torcida e pelo clube", declarou Obina, que relembra com carinho a época em que defendeu o clube:
"Foi uma coisa muito gostosa com a torcida do Flamengo, mas também passei por trancos e barrancos. Eu não me deslumbrava com tudo aquilo do torcedor. Mesmo que eu estivesse no banco, eles cantavam minha música, chamavam o meu nome. É gratificante como jogador ver o estádio lotado e o torcedor cantando o seu nome. Você acaba querendo jogar mais. Mas também tive meus momentos ruins, quando o torcedor cobrava um pouco mais. Mas quando estamos bem é maravilhoso, o torcedor do Flamengo lhe acolhe. A torcida me ajudou e me apoiou quando eu precisei."
Obina agora defende o Matsumoto Yamaga, do Japão
Foto: Divulgação
O centroavante jogou pelo Rubro-Negro carioca por quatro anos. Entre altos e baixos, deixou o clube em 2009, rumo ao Palmeiras. Passou também por Atlético-MG, Bahia, Shandong Luneng, da China, e América-MG. Até que, este ano, saiu do futebol brasileiro para atuar no Matsumoto Yamaga.
"Não foi fácil largar tudo e vir para o Japão. A gente fica mais sumido do futebol brasileiro. Mas foi uma decisão muito boa para mim, não apenas financeiramente, mas para ter novas oportunidades. É um time novo, que está estreando na Primeira Divisão. E eu acabei fazendo o primeiro gol da equipe na competição. É tudo novo, um aprendizado. Estou tentando me adaptar à cultura", disse.
Obina está curtindo a experiência de jogar no Japão: "Aqui os japoneses são muito apaixonados por futebol. Quando falamos em Ásia, pensamos logo em Olimpíadas, mas quando jogamos futebol aqui vemos que os estádios estão sempre lotados. O torcedor respeita independentemente do time perder ou não. Não tem briga no estádio. O jogo acaba e eles mesmos limpam tudo. É uma cultura diferente, mas que ama o futebol assim como o brasileiro. É um povo mais educado e organizado. Não tem o mesmo calor, emoção o tempo todo, mas eles são apaixonados pelo futebol e cada dia mais está crescendo essa paixão neles", analisa. O amor pelo futebol aflorou graças a um antigo conhecido do futebol brasileiro.
"Se falar do Zico aqui todo mundo conhece. Ele é rei aqui também", conta Obina.
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