Se a comissão técnica do Flamengo temia que a equipe sentisse falta de ritmo, já que a última partida foi apenas no dia 10 de abril, esse receio não durou mais do que dois minutos. Embalado pelo som dos "Mamonas Assassinas", trilha sonora escolhida pelos jogadores durante todo o trajeto do hotel até o ginásio Antônio Prado Júnior, o dono da melhor campanha da fase de classificação do NBB abriu 25 pontos de vantagem no primeiro tempo, recuperou-se de uma verdadeira surra no terceiro período (40 a 23) e confirmou o favoritismo. Os cariocas venceram por 100 a 91 e saíram na frente na série melhor de cinco jogos das quartas de final.

- Acho que relaxamos depois de abrir uma diferença enorme no primeiro tempo. Um time que quer ser campeão não pode fazer um primeiro tempo excelente como fizemos, mas depois um segundo tão fraco. Precisamos ter mais consistência - afirmou Kojo, autor de 18 pontos na noite desta segunda-feira.

Marquinhos foi o cestinha do jogo com 24 pontos anotados. Pelo Paulistano, Elinho, com 22, foi o maior pontuador. Depois da vantagem conquistada fora de casa, o Flamengo terá a chance de decidir os playoffs no Rio de Janeiro. As duas equipes voltam a se enfrentar nesta quinta, às 20h30m, no ginásio do Tijuca, e no sábado, às 21h45m, no mesmo local. O GLOBOESPORTE.COM acompanha tudo em tempo real.

Logo nos primeiros minutos de bola em jogo deu para perceber que a noite do time paulista teria muitas dificuldades pela frente. Com um aproveitamento ofensivo abaixo da média, os donos da casa não conseguiam sair da forte marcação do time rubro-negro, que não demorou muito para abrir vantagem. Liderado por Benite, que anotou oito pontos e terminou o período sem cometer nenhum erro sequer, e pelo americano Kojo, que contribuiu com outros seis, o Flamengo não deixou o adversário respirar e venceu por 27 a 15.

José Neto aproveitou a vantagem para descansar seus titulares. Com apenas Marquinhos em quadra, o Flamengo viu o Paulistano esboçar uma reação e diminuir a diferença para oito pontos. Mas a equipe paulista parou por aí. Os reservas entraram em ação, e o placar aumentou novamente. Com um aproveitamento quase perfeito nas bolas de três, o time da Gávea, que chegou a abrir 25 pontos, foi para o vestiário com boa folga no marcador (52 a 28).



O Paulistano voltou para o tudo ou nada no terceiro quarto. E a tática deu certo, principalmente pelo fato de os titulares do Flamengo terem ficado o segundo quarto todo no banco. Com uma defesa implacável e praticamente perfeito nos arremessos de quadra, o time paulista fez 19 a 5 e diminuiu o prejuízo para apenas dez pontos.

Irritado, o técnico José Neto parou o jogo na hora. O pedido de tempo brecou o atropelamento do Paulistano, mas não diminuiu o ímpeto do time paulista, que fez 40 a 23 no período e terminou o terceiro quarto perdendo apenas por sete pontos.

O jogo pegou fogo de vez nos últimos dez minutos. Liderado por Eddy, o time da casa fez 6 a 0 no início do período, diminuiu a diferença para apenas um ponto (78 a 77) e só não passou à frente porque o americano Kojo anotou duas bolas de três e aumentou a vantagem novamente para sete. Mas o Paulistano tinha Eddy e Elinho, que, num segundo tempo sensacional, deixaram a diferença em apenas dois pontos.

Enquanto os donos da casa erravam muito pouco e continuavam levando vantagem sobre a frouxa defesa do Flamengo, os rubro-negros penavam para converter seus ataques. Duda era um dos poucos que se salvavam na péssima atuação carioca no segundo tempo. E foi justamente dele uma bola de três que fez os torcedores rubro-negros presentes em bom número no ginásio do Paulistano respirarem.

O time paulista até teve chance de encostar no marcador no fim, mas desperdiçou dois ataques consecutivos. Na sequência, assistiu a Marquinhos acertar um arremesso de três quase do meio da quadra para abrir novamente nove pontos de vantagem e selar a vitória rubro-negra na primeira partida das quartas de final.