Bandeira no treino do Flamengo: presidente abre novo confronto com a CBF e a Ferj (Foto: Gustavo Rotstein)

A queda de braço está apenas no início. Mesmo com poucas esperanças de que a CBF volte atrás e autorize que o Flamengo tenha Brasília como casa fixa neste Brasileiro, a diretoria rubro-negra contabiliza o prejuízo e vai para o front novamente com a CBF e a Ferj. O presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, ainda evita comentar valores do prejuízo, mas a diretoria calcula que vai deixar de lucrar mais de R$ 6 milhões com a bilheteria das partidas.

Esta conta leva em consideração a média de arrecadação, por exemplo, em Volta Redonda, que normalmente não passa de R$ 50 mil por partida. Na operação de jogos em Brasília, o clube calculava arrecadar de R$ 700 a 800 mil por jogo - isso sem contar que iriam fazer venda de camarotes e promoções para sócios torcedores. Com previsão de fazer cerca de 10 jogos em Brasília, na ideia original, a arrecadação seria superior a R$ 6 milhões.

Apesar da arrecadação ser menor - com a obrigação de repartir a renda bruta entre federação local e a do Rio de Janeiro, sem contar no acordo financeiro com clube visitante -, o Flamengo, ainda assim, não descarta levar as partidas para Brasília. O entendimento com o governo da capital federal é um incentivo para que o planejamento, pelo menos em parte, seja mantido.

- Não descartamos Brasília em hipótese nenhuma. Acredito que vamos poder jogar em Brasília e em outras praças, mas teremos que negociar jogo a jogo - disse Bandeira, reforçando que a CBF já havia autorizado a troca de sede, mas voltou atrás por pressão da Ferj. - Não contabilizamos esse prejuízo, nosso departamento financeiro está trabalhando nisso. Mas de repente é exatamente isso que eles querem (que o Flamengo tenha prejuízo).

No orçamento do Flamengo, há previsão de receitas com bilheteria de R$ 50 milhões. Desses valores, mais de R$ 30 milhões seria com jogos do Campeonato Brasileiro. De acordo com informações do departamento de finanças do clube, o Flamengo já conseguiu lucrar este ano R$ 3,5 milhões com a venda de partidas para Fortaleza e Recife na pré-temporada, Cariacica e Brasília pela Primeira Liga e Carioca, respectivamente.