Zico voltou a disparar contra a Fifa (Foto: Alexandre Vidal / Fla Imagem)

A Fifa elegeu seu novo mandatário na última sexta-feira (26). O suíço Gianni Infantino, ex-secretário-geral da Uefa, derrotou três candidatos e, no segundo turno, foi nomeado presidente da entidade máxima do futebol mundial. O cartola, de 45 anos, terá mandato até 2019, complementando o tempo deixado pelo antecessor, Joseph Blatter. O dirigente terá a árdua missão de resgatar a credibilidade da instituição, assolada pelos escândalos de corrupção revelados em 2015.

Crítico da forma de posicionamento da Federação e ex-pretendente ao cargo de mandatário, Zico voltou a disparar contra a Fifa. Em um amistoso beneficente em Manaus, o Galinho afirmou que a sua tentativa de candidatura não foi vista com bons olhos pelo fato de nunca ter tido algum cargo dentro da Federação e, por isso, era o “patinho feio”. O ex-jogador ainda se mostrou preocupado com a dominação européia na entidade. Gianni Infantino será o nono presidente, o oitavo europeu. O único de fora do velho continente foi o brasileiro João Havelange, entre 1974 e 1998.“Dos cinco candidatos que estiveram lá, todos eles tiveram cargo na Fifa, em alguma entidade. Eu sou o “patinho feio”. Então não interessa para quem está votando, ter alguém de fora. Com isso, prevalece o futebol europeu, que hoje está por cima. Que a América do Sul tome cuidado. Brasil e Argentina, que tem muitos títulos mundiais, estejam atentos, porque hoje quem manda no futebol é a Europa”.Zico tentou disputar a presidência da Fifa, mas como não conseguiu o apoio mínimo de cinco federações. O Galinho chegou a receber a promessa da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que, caso conquistasse quatro apoiadores, a entidade brasileira também se posicionaria a seu favor. Entretanto, em outubro de 2015, o craque desistiu oficialmente da empreitada. Contrariado, mas não surpreso, com o resultado do pleito, o ex-jogador ainda criticou a forma como as eleições da entidade máxima do futebol mundial são organizadas e cobrou transparência da nova gestão.“Já era esperado que a Europa fosse prevalecer. O Platini era o grande favorito e a Fifa caiu no colo do Infantino. As pessoas não votam no nome da pessoa, porque não conhecem o trabalho dele, o que fez no futebol, para escolher ele. Ele era o candidato da UEFA, passou a ser o candidato no posto do Platini, que era o grande favorito. Vamos torcer para que tudo aquilo que ele falou antes possa ser concretizado. É um jovem, tem uma confiança muito grande do mundo do futebol, de quem votou nele, e eu torço para que dê certo. Para que ele possa voltar a dar credibilidade à Fifa, fazer com que a entidade seja democrática e transparente. Que aqueles do meio do futebol, não só jogadores e treinadores, mas médicos, dirigentes, preparadores físicos e terapeutas, participem das decisões do conselho da Fifa, e que não fique restrito a um grupo, esse que votou nele, porque esse grupo está comprometido com a UEFA, com as confederações e é isso que tem que acabar”.Por fim, Zico aproveitou para declarar que a forma como os candidatos são indicados atrasa o futebol e falou sobre seu modelo ideal de disputa.“Acho que deve haver independência e liberdade para as confederações escolherem os candidatos que quiserem, e não termos ainda esse famoso voto em bloco que eu acho que é um atraso para o futebol”.