Atlético-PR; Brasília; Mané Garrincha (Foto: Reprodução/RPC TV)

Depois de perder o Maracanã previamente para casamentos, shows de rock e, agora sim, para as olimpíadas - cedido a partir do 1º de março -, o Flamengo tem outro problema para resolver. Sem paralisação do Campeonato Brasileiro para a disputa dos jogos olímpicos do Rio, o Rubro-Negro poderia ficar sem o Mané Garrincha, arena de Brasília escolhido como alternativa à ausência de estádios na cidade do Rio, por dois meses - entre a 13ª e a 21ª rodada do campeonato. O bom relacionamento com o governo do Distrito Federal e uma consulta ao Comitê Organizador dos jogos pode mudar a situação. A diretoria do Fla negocia para jogar pelo menos até o fim de julho no estádio da capital federal. O Mané Garrincha é um dos palcos do torneio de futebol e vai receber seis jogos nas Olimpíadas - de 4 a 13 de agosto.

Por e-mail, a secretaria adjunta de Turismo da capital federal informou que a previsão era para cessão exclusiva ao Comitê Organizador da Rio 2016 do início de julho até, pelo menos, o dia 20 de agosto. Mas o clube carioca já está se movimentando para mudar o quadro.

- Estamos conversando com o governo do Distrito Federal e com o Comitê Organizador e eles já sinalizaram que haverá datas disponíveis mesmo assim. De qualquer maneira, estamos analisando a tabela do Brasileiro e vamos conversar com a comissão técnica para alinhar isso - disse o diretor geral do Flamengo, Fred Luz.

Segundo a secretaria de Brasília, o estádio Mané Garrincha não precisa e não vai passar por mais nenhuma obra para os jogos olímpicos - nas paralimpíadas, aliás, o estádio já estará entregue de volta à administração governamental.

Apesar da polêmica com a CBF e com a Ferj, o Flamengo manteve firme a vontade de mandar jogos no Distrito Federal. Exceto o jogo contra o Figueirense - empate por 1 a 1 no fim de fase da Primeira Liga que foi visto por apenas sete mil pessoas -, a presença de público este ano em Brasília em jogos do Flamengo foi boa - no clássico Fla-Flu, por exemplo, mais de 30 mil pessoas, com renda superior a R$ 2 milhões.

O Rubro-Negro também tem intenção de jogar em Volta Redonda, principalmente em jogos com menor apelo de público. O estádio Raulino de Oliveira foi elogiado pelo técnico Muricy Ramalho, que também aprovou o "custo x benefício" de jogar em Brasília - pela distância de 1h30 de voo, a maior parte das despesas sendo bancadas por empresas que organizam o evento e com aviões fretados para rápido transporte da delegação rubro-negra.

Brasília informa R$ 700 mil mensais para manutenção no Mané
O estádio de Brasília, reformado para a Copa por R$ 1,4 bilhão - a obra mais cara de uma arena do Mundial -, vem recebendo série de jogos de times cariocas desde 2014. Mas as condições do local não vêm agradando aos torcedores, que reclamam da manutenção, de pontos de escuridão e até de falta de água em algumas torneiras do banheiro do estádio.

O GloboEsporte.com pediu novas informações para a secretaria de Turismo do Distrito Federal. A assessoria de imprensa do órgão informou que o custo de manutenção do estádio é de R$ 700 mil por mês. Questionado sobre o número reduzido de funcionários trabalhando no estádio - para orientação e atendimento ao público -, a Secretaria Adjunta de Turismo disse que cabe ao operador - responsável pelo aluguel do estádio - colocar pessoas trabalhando no evento. Não há, porém, número mínimo exigido para colocar o estádio em funcionamento.

- Apenas dois servidores comissionados foram exonerados desde o ano passado devido ao corte de gastos do governo de Brasília. Os contratos com as empresas de limpeza, brigadistas e vigilantes não foram alterados. Não há número mínimo para o estádio funcionar - disse, por e-mail, a secretaria de Brasília.